Por Pedro Canário - O Antagonista - 15/07/2020 - 09:15:47
Desde maio, sites bolsonaristas vêm retirando textos do ar, segundo levantamento do jornalista Guilherme Felliti, da empresa de ciência de dados Novelo Data.
No fim de maio, o ministro Alexandre de Moraes autorizou as primeiras diligências da PF nos inquéritos das fake news e dos atos democráticos. Diversos bolsonaristas tiveram os sigilos bancários quebrados e documentos apreendidos. Em junho, alguns foram presos.
Conforme o jornalista publicou no Twitter, foram pelo menos 600 textos retirados do ar pelos sites Terça Livre, Renews, Jornal da Cidade Online e Agora Paraná. São sites ligados a esquemas de fake news, alguns deles citados nos inquéritos sobre o assunto que correm no Supremo Tribunal Federal.
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De acordo com a análise do jornalista, foram três tipos de limpeza.
O primeiro tipo foi o de limpezas pontuais, de textos específicos ou de matérias ligadas a um único autor. Entre os textos apagados, um que se chamava “Câmara dos Deputados: o manicômio representativo” e outro com o título “Lulopetismo: o desastre soviético maior que Chernobil”. Ambos foram publicados pelo mesmo autor.
O segundo grupo de limpezas foi o de textos escritos por pessoas investigadas nos inquéritos do STF. Diversos sites apagaram textos de Oswaldo Eustáquio, por exemplo, que é investigado por ligação com atos antidemocráticos.
Textos com ataques a Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, também foram retirados do ar.
O terceiro tipo de limpeza foi o da substituição dos bancos de dados dos sites – esses veículos costumam republicar conteúdos uns dos outros, quando não são alimentados inteiramente por textos de outros sites.
Um exemplo é o Renews, que republicava textos de Oswaldo Eustáquio. Todos foram apagados. Ao que parece, sua prisão fez com que seus veículos tentem se afastar do seu trabalho”, Guilherme Felliti escreveu no Twitter.
O endereço do Renews foi redirecionado para outra página, sem conteúdo nenhum, informou o jornalista.
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