Trilhas e tradições a caminho de Machu Picchu

Teorias sobre os possíveis usos da fortaleza surgem a cada nova escavação

Trilhas e tradições a caminho de Machu Picchu
Trilhas e tradições a caminho de Machu Picchu

Por D24am / Foto: Pixabay - 30/11/-0001 00:00:00 | Foto:

Tudo o que se descobriu a respeito de um dos locais mais procurados da América do Sul até hoje é tão repleto de incertezas que o espaço para misticismos é quase infinito. Foi Machu Picchu um centro de estudos astronômicos dos incas? Ou um santuário religioso? Há quem diga ainda que a cidade foi construída para ser um refúgio de Pachacutec, líder do império inca no século 15.

Teorias sobre os possíveis usos da fortaleza surgem a cada nova escavação, mas o fato é que a cidade secreta dos incas foi um dos poucos lugares em que os colonizadores espanhóis não conseguiram colocar as mãos – seja porque o relevo os impediu de chegar, ou porque a cidadela já havia sido abandonada pelos incas. E são esses intrigantes questionamentos que atraem mais de 3 mil turistas a Machu Picchu todos os dias, cada um optando por um jeito diferente de chegar.

Não importa qual seja a maneira escolhida, você inevitavelmente começará sua aventura por Cuzco, um caldeirão onde cultura inca e turistas de todo o mundo se misturam a 3.399 metros de altitude. Fundada por Manco Capac, líder do império inca, a cidade de Cuzco teve parte da arquitetura ameríndia apagada pelos colonizadores espanhóis, que substituíram os templos por igrejas católicas. Apesar disso, ainda é possível ver nas construções da parte central da cidade algumas fundações dos tempos originais.

A estrutura turística se concentra na região da Plaza de Armas, onde estão a Catedral de Cuzco e a Igreja da Companhia de Jesus. Esta última faz parte da Rota do Barroco Andino, composta por um total de quatro igrejas que exibem a arte que mescla elementos ritualísticos dos povos ameríndios e do cristianismo espanhol. Ao redor, restaurantes, bares e hotéis que recebem de mochileiros aos mais exigentes hóspedes se fazem presentes, além dos incontáveis promotores que oferecem os mais variados produtos e serviços, de chaveiros e bijuterias até massagens.

Fora do centro, a Cuzco turística dá lugar à Cuzco real, de vida simples e costumes tradicionais. Convém explorar locais fora do circuito principal, como o estádio do Real Garcilaso.

O caminho. De Cuzco para Machu Picchu, há várias possibilidades. A grande maioria embarca nos trens que levam direto a Machu Picchu Pueblo, de onde se sobe à montanha de ônibus. Os mais aventureiros, por sua vez, optam por trilhas – a chamada Trilha Inca é a mais famosa (e concorrida), mas não a única.

E há uma terceira opção, que une os dois mundos, o do conforto e o da aventura. Com hotéis confortáveis isolados em meio às montanhas, a Mountain Lodges of Peru tem duas opções de programas: pela trilha do Salkantay ou a Aventura de Lares, no qual embarcamos.

Os grupos são pequenos, e os participantes podem optar, diariamente, entre trilha ou uma opção cultural – um chamariz para quem não tem preparo físico para encarar montanhas acima de 3 mil metros de altitude, e um alívio para quem se desgastou após alguns dias seguidos de caminhada. Entre as opções de passeios, destacam-se visitas a sítios arqueológicos e comunidades, mercados locais, aulas de culinária…

Ao fim do dia, tenha ele sido ocupado por andanças a pé ou sobre rodas, chega o momento de aproveitar os luxuosos chalés – são no máximo duas noites em cada um. O conforto se traduz em jacuzzis, camas enormes, massagem e alta gastronomia. Tudo para começar a manhã seguinte com energias renovadas.

Novas regras

Com 1,4 milhão de visitantes em 2016, o governo do Peru anunciou mudanças nas regras de visitação a Machu Picchu no ano passado. O acesso passou a ser em dois turnos, das 6h ao meio-dia e do meio-dia às 17h30 – é possível comprar ingresso para o dia todo por um preço mais alto. Além disso, é obrigatório estar acompanhado de um guia (ou contratar um dos disponíveis na entrada).

Apesar da aparente rigidez no controle do fluxo de pessoas em Machu Picchu, não avistamos cenas de fiscais expulsando visitantes. Também não havia uma gerência sobre os turistas que estivessem, aparentemente, desacompanhados de guias. No entanto, é altamente recomendável contratar um, para que ele explique os detalhes de Machu Picchu. Um guia privativo sai por cerca de US$ 50.

Os ingressos custam US$ 70 (um turno) ou US$ 125 (dois turnos).
Site: machupicchu.gob.pe.

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