Descoberta uma nova espécie de dinossauro que viveu no Brasil há 135 milhões de anos
A partir dos vestígios, os cientistas determinaram a aparência da nova espécie, que teria cerca de 90 centímetros de altura e um metro e meio de comprimento
Agência Xinhua Brasil - 03/12/2023 10:13:36 | Foto: Reprodução EPTV Central - G1 São Carlos e Araraquara
Pesquisadores brasileiros descobriram uma nova espécie de dinossauro que vivia na região do atual estado de São Paulo (sudeste do Brasil) há 135 milhões de anos.
A descoberta foi realizada pelos pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) na região onde hoje está a cidade Araraquara, ao identificar pegadas de dinossauro em algumas calçadas da cidade.
A partir dos vestígios, os cientistas determinaram a aparência da nova espécie, que teria cerca de 90 centímetros de altura e um metro e meio de comprimento.
A nova espécie, batizada de Farlowichnus rapidus, em homenagem ao pesquisador norte-americano James Farlow, também era um grande corredor. Era de uma espécie carnívora, que viveu no período Cretáceo e que nunca tinha sido catalogada.
"Ele traz muitas características de um animal que podia correr num ambiente desértico, em função dos ângulos de passo e todos os vestígios deixados registrados nos arenitos. Na comparação com outros organismos identificados no Brasil, ele difere muito da morfologia das patas, mostrando que é um animal diferente do que já tinha sido descoberto para o Brasil", explicou o professor de paleontologia da UFSCar Marcelo Adorna Fernandes, que participou da pesquisa.
A descoberta dos dinossauros em Araraquara aconteceu em 1976, quando o paleontólogo italiano Giussepe Leonardi passeava por uma praça da cidade e viu as pegadas nas pedras de arenito que compunham a calçada.
Os vestígios ficaram guardados sem identificação em universidades e museus do Rio de Janeiro e do interior de São Paulo, entre eles o Museu da Ciência de São Carlos por quase 50 anos. Somente com o retorno ao Brasil de Leonardi é que a pesquisa foi concluída.
"Essas pegadas nos contam histórias. História da vida, da evolução, de registros que até então não tinham sido identificados para o Brasil. Então esse novo dinossauro carnívoro, predador, corredor das areias do deserto, nos mostram como eles evoluíram nesse ambiente, se alimentavam do quê, bebendo água talvez em oásis que existiam pela região", afirmou Fernandes.
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