Lula (46%) e Bolsonaro (43%) lideram rejeição; índice de Tarcísio é de 15%, diz Datafolha

Lula lidera cenários de 1º turno e empata com Tarcísio e Bolsonaro no 2º, diz Datafolha

Lula (46%) e Bolsonaro (43%) lideram rejeição; índice de Tarcísio é de 15%, diz Datafolha
Lula (46%) e Bolsonaro (43%) lideram rejeição; índice de Tarcísio é de 15%, diz Datafolha

Ana Gabriela Oliveira Lima, São Paulo, Sp (folhapress) - 14/06/2025 20:30:04 | Foto: Lula (PT) e Bolsonaro (PL): maiores rejeições em pesquisa do Datafolha para as eleições presidenciais de 2026 - Renato Pizzutto/divulgação Band/arquivo

O presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão tecnicamente empatados como líderes em rejeição entre os presidenciáveis citados em pesquisa Datafolha, realizada na terça (10) e quarta-feira (11).

Lula aparece numericamente à frente de todos os outros candidatos, com 46% dos entrevistados dizendo que não votariam de jeito nenhum no político no primeiro turno das eleições para presidente em 2026. Por sua vez, Jair Bolsonaro, atualmente inelegível até 2030 e réu no STF (Supremo Tribunal Federal) pela acusação de liderar uma trama golpista no final de 2022, aparece com 43% de rejeição.

A diferença entre os dois, portanto, está dentro da margem de erro para o total da amostra, que é de dois pontos percentuais para mais ou menos. O Datafolha entrevistou 2.004 eleitores em 136 cidades.

Todos os familiares de Jair Bolsonaro citados no levantamento apresentam índices de rejeição acima de 30%: 32% dizem não votar de jeito nenhum no deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), 31% rejeitam Flávio, atual senador pelo PL do Rio de Janeiro, e 30%, Michelle, ex-primeira-dama.

Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda, aparece com 29% de rejeição, seguido pelos governadores do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), com 19%, de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), com 18%, de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), com 15%, e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 15%.

O presidente Lula apresenta rejeição maior que Jair Bolsonaro entre os homens, com 49% de rejeição contra 39% do político do PL. Entre as mulheres, importante segmento para o petista, a rejeição do presidente é de 44%, frente a 46% de Bolsonaro. A margem de erro máxima por gênero é de 3 pontos percentuais.

Por idade, a rejeição de Lula é numericamente menor entre os mais jovens, mas no mesmo patamar da de Bolsonaro. Entre eleitores desse grupo, de 16 a 24 anos, o petista tem rejeição de 41%, contra 40% de Bolsonaro.

A maior distância entre os políticos, com maior vantagem para Bolsonaro, aparece entre as faixas etárias de 25 a 34 e 35 a 44 anos. No primeiro caso, não votariam em Lula de jeito nenhum 49% dos entrevistados. O valor para Bolsonaro cai para 38%.

No grupo seguinte, de 35 a 44 anos, a rejeição de Lula é de 50%, frente a 42% de Bolsonaro.

A diferença cai nas faixas etárias seguintes, com rejeição respectivamente de 46% e 45% para Lula e Bolsonaro entre aqueles com 45 a 59 anos e 44% e 47% para os com mais de 60. A margem de erro por idade é de cinco pontos percentuais para mais ou para menos.

Em relação à escolaridade, a rejeição do presidente é menor entre quem tem o ensino fundamental (32%). No caso de Bolsonaro, o valor é de 48%. Metade (50%) dos que têm ensino médio não votariam de jeito nenhum em Lula. 39% fariam o mesmo com Bolsonaro. No ensino superior, Lula tem rejeição de 52%, frente a 43% de Bolsonaro.

A margem de erro é de cinco pontos percentuais para mais ou para menos entre os entrevistados do ensino fundamental e superior e de três pontos para aqueles do ensino médio.

Por renda familiar, a atuação de Lula é melhor entre os mais pobres, com a menor rejeição entre quem ganha até dois salários mínimos (39%). Nesse grupo, a margem de erro é de 3 pontos percentuais.

Por região, Lula só tem menor rejeição se comparado a Bolsonaro no Nordeste, com 31% frente a 53%. A rejeição do petista é de 50% ou mais no resto do país: 51% no Sudeste, 54% no Sul e 50% no Centro-Oeste/Norte.

Bolsonaro tem 43% de rejeição no Sudeste, 29% no Sul e 37% no Centro-Oeste/Norte.

A margem de erro por região do país é de 3 pontos percentuais para o Sudeste, 6 para o Sul e Centro-Oeste/Norte e 4 para o Nordeste.

No espectro religioso, 61% dos evangélicos rejeitam Lula. O valor cai para 41% entre católicos. No caso de Bolsonaro, os valores são, respectivamente, 25% e 47%.

A margem de erro para esses segmentos é de 3 pontos percentuais para católicos e 4 para evangélicos.

Veja comparação entre Lula e Bolsonaro por renda, gênero e região do país, segundo Datafolha

ANGELA BOLDRINI, SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A pesquisa Datafolha realizada nesta semana mostra que, embora com popularidade em baixa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém boa avaliação em segmentos da população que tradicionalmente o apoiam.

Brasileiros que ganham até dois salários mínimos, nordestinos e aqueles com escolaridade até o ensino fundamental tendem a julgar as políticas de Lula como melhor do que as de Bolsonaro em taxas maiores do que a média da população.

Entre as regiões do Brasil, o Nordeste se destaca no apoio às políticas do presidente em comparação com seu antecessor. Para 56% dos nordestinos, Lula é melhor do que Bolsonaro no combate à pobreza, contra 41% da população geral.

Homens e mulheres mantém níveis iguais ou similares de aprovação das políticas do governo em comparação com a gestão anterior na maior parte dos temas: moradia e habitação, segurança pública, meio ambiente, saúde, e geração de emprego.

Na educação, mais mulheres avaliam o governo Lula como melhor ou muito melhor que Bolsonaro: 45%, contra 39% dos homens.

Apesar disso, os homens se destacam entre aqueles que avaliam as políticas do governo atual como piores ou muito piores do que as de seu antecessor.

No combate à inflação, embora os níveis de aprovação sejam similares nos dois sexos (30% entre os homens e 28% entre as mulheres), 53% dos homens afirmam que o governo Lula é pior ou muito pior que Bolsonaro. Entre as mulheres, a taxa é de 46%.

Na segurança pública, o cenário é o mesmo. Para 50% deles, a gestão petista é pior ou muito pior, contra 42% delas. No meio ambiente, 41% deles avaliam a gestão como pior, contra 35% delas.

Se o sexo não mostrou grande disparidade na hora de avaliar as políticas dos governos Lula e Bolsonaro de forma comparada, os níveis de escolaridade mostram uma grande divisão.

Lula mantém uma forte base entre a população que estudou até o ensino fundamental, indica a pesquisa. Nesse grupo, o presidente foi avaliado como melhor do que Bolsonaro em todas as áreas, com especial destaque para a geração de emprego e educação, onde 55% avaliam como melhor ou muito melhor que o antecessor.

Além de avaliarem o presidente de forma mais positiva que a média geral, esse segmento da população mostra uma discrepância maior com aqueles que tiveram maior acesso à educação formal. No campo do combate à pobreza, por exemplo, 51% avaliam Lula como melhor, contra 36% daqueles com ensino médio e 42% com ensino superior.

O presidente também vai melhor do que a média geral entre os brasileiros mais pobres, que ganham até dois salários mínimos –e que são uma de suas principais bases de apoio. Apesar disso, a discrepância é menor do que a gerada pela escolaridade.

Em relação à faixa etária, as avaliações de Lula como melhor do que Bolsonaro tendem a melhorar com a idade, com os entrevistados acima de 60 anos liderando na avaliação positiva. Apesar disso, a rejeição às políticas de combate à fome do atual mandatário é menor do que a média geral (40%) entre os mais jovens, de 16 a 24 anos (31%).

O grupo mais jovem também mantém a menor taxa de avaliação "pior ou muito pior" de Lula em relação a Bolsonaro entre as faixas etárias nas áreas da saúde (32%), educação (30%), meio ambiente (25%), moradia e habitação (26%) e segurança (37%).

A faixa etária que pior avalia as políticas de combate à inflação do governo é a de 25 a 34 anos, onde 57% acham que Lula vai pior ou muito pior do que Bolsonaro.

66% veem Lula candidato à reeleição no ano que vem, afirma Datafolha

IGOR GIELOW, SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) será candidato à reeleição no ano que vem. Essa é a percepção de 66% dos eleitores brasileiros, segundo a mais recente pesquisa do Datafolha. Dizem ter certeza disso 42% dos entrevistados -e 24% avaliam que talvez.

O índice total é quatro pontos percentuais superior ao aferido pelo instituto na rodada anterior, no começo de abril. Neste levantamento, foram ouvidas 2.004 pessoas com mais de 16 anos em 136 cidades. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

Já aqueles que não creem em mais uma candidatura de Lula ao Planalto, que ele disputou seis vezes, ganhando três, passaram de 34% para 28%.

O motivo da convicção está na postura do presidente, que tem se colocado mais claramente como o candidato do campo da esquerda num momento de divisão nas hostes adversárias. A direita que se organizou em torno de Jair Bolsonaro (PL) em 2018 e 2022 agora busca alternativas, dada a inelegibilidade do ex-presidente.

Ele foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral a ficar fora de pleitos até 2030 pelo seu trabalho contra o sistema eleitoral no pleito que perdeu para Lula em 2022. Mas permanece como ponto focal de seu grupo, que testa nomes de governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) ou da família Bolsonaro -a esposa, Michelle, e os filhos Flávio e Eduardo.

Nas últimas semanas, Lula adotou um discurso mais incisivo contra Bolsonaro, em tom de campanha. Passou a criticar inclusive o deputado Eduardo, que está nos Estados Unidos buscando apoio para sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, a quem acusa de perseguir seu pai, entre outros.

Ao mesmo tempo em que a candidatura parece certa, ela é rejeitada por 57% dos entrevistados. Para eles, Lula não deveria buscar a reeleição, ante 41% que defendem a empreitada.

Para 67%, Bolsonaro deveria abandonar a ideia de ser candidato, algo que legalmente será impossível de todo modo. Já 29% dizem que ele deve insistir.

A insistência tem a ver com a necessidade de manter a influência no campo da direita, mesmo que venha a ser preso no julgamento da trama golpista -Lula fez o mesmo em 2018, mantendo a candidatura na prisão até ser impugnado, lançando então Fernando Haddad (PT), que acabou perdendo para o hoje ex-presidente.

Lula lidera cenários de 1º turno e empata com Tarcísio e Bolsonaro no 2º, diz Datafolha

IGOR GIELOW, SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) mantém a liderança em primeiro turno sobre os rivais na simulação feita pelo Datafolha sobre a eleição do ano que vem, mas perdeu a vantagem que tinha sobre candidaturas à sua direita em uma segunda rodada do pleito.

A evolução aferida pelo instituto ocorreu do início de abril, data da pesquisa anterior, ao levantamento feito na terça (10) e quarta (11) com 2.004 eleitores em 136 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

Contra todos os rivais em 5 de 6 cenários apresentados, o presidente mantém o mesmo patamar de intenção de voto, flutuando de 36% a 38%. É um dado algo descolado de sua avaliação, feita na mesma pesquisa, que mostrou 28% dos brasileiros o considerando ótimo ou bom.

Isso decorre da fragmentação do quadro de candidaturas, com apenas Lula pontificando no campo da esquerda. O Datafolha simulou uma hipótese em que o presidente não concorre, colocando o ministro Fernando Haddad (PT) em seu lugar -e marcando 23%, perdendo para o inelegível Jair Bolsonaro (PL).

O ex-presidente, que só poderá voltar a se candidatar em 2030 por conspirar contra o sistema eleitoral em 2022, empata tecnicamente com Lula, ficando um ponto abaixo numericamente -36% a 35% para o petista.

Nesse cenário, governadores à direita ficam bem abaixo: Ratinho Jr. (PSD-PR) tem 7%, Romeu Zema (Novo-MG) marca 5%, e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), também 5%.

O Datafolha manteve essa trinca em todas as simulações, dado que as eventuais candidaturas dependem menos da unção do ex-presidente. Já o nome mais forte entre governadores, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) entra na cota direta do ex-chefe, que inclui também três sobrenomes Bolsonaro filiados ao PL potencialmente na pista.

No cenário com Tarcísio, Lula o bate por 37% a 21%. Já com a ex-primeira-dama Michelle, o petista vence por 37% a 26%. O presidente marca 38% contra o senador Flávio Bolsonaro (RJ), filho do ex-presidente, que tem os mesmos 20% do irmão deputado Eduardo (SP) -contra quem o petista tem 37%.

No único cenário sem Lula e com Haddad, o ministro da Fazenda perde para Bolsonaro por 37% a 23%. Na pesquisa espontânea, sem a ficha com o nome dos rivais, dá o óbvio: a divisão entre o presidente (16%) e antecessor (18%), muito por reflexo da polarização e do "recall" do eleitorado.

Ainda no primeiro turno, pesa o fator rejeição. Não votariam de jeito nenhum em Lula 46%, ante 43% que dizem o mesmo de Bolsonaro. A família empata no quesito: 32% dizem não apoiar Eduardo, 31%, Flávio, e 30%, Michelle. Haddad vem a seguir com 29%, seguido por Ratinho Jr. (19%), Zema (18%), Caiado (15%) e Tarcísio (15%).

O cenário fica mais nebuloso para as pretensões de Lula quando o Datafolha questiona acerca do segundo turno.

Em abril, ele batia Bolsonaro por 49% a 40%. Agora, há um empate, com o antecessor marcando 45% e o atual mandatário, 44%. Tal igualdade se vê na disputa com o elegível Tarcísio, que passou de 48% a 39% em favor de Lula para 43% a 42%.

Michelle também se aproximou: passou de 38% para 42%, enquanto Lula caiu de 50% para 46%. Já contra os filhos de Bolsonaro, o presidente tem vantagem mais ampla: derrotaria Eduardo por 46% a 38%, e Flávio, por 47% a 38%.

Por fim, um embate Haddad-Bolsonaro, repetindo o segundo turno de 2018, novamente seria vencido pelo nome do PL: 45% a 40%, invertendo o 45% a 41% em favor do ministro registrado em abril.

Os números cristalizam o cenário como percebido pelas forças políticas, no qual Lula segue reinando na esquerda, apesar da queda em sua aprovação. E o peso do nome de Bolsonaro, mesmo sem o ex-presidente poder ser candidato como insiste que será.

Isso mantém o dilema da direita, que teria em Tarcísio hoje a aposta mais competitiva. O governador, cioso do eleitorado bolsonarista, só sairia para o Planalto se tivesse o apoio explícito do padrinho.

Só que esse tem outros planos, como o de tentar manter-se relevante enquanto ruma a uma condenação certa no caso da trama golpista, e a ameaça de lançar seu sobrenome na forma de algum parente embola o jogo para o resto da direita.

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