BC torna obrigatório botão de contestação em apps bancários para vítimas de golpes no Pix

A opção funciona como um autoatendimento do MED.

BC torna obrigatório botão de contestação em apps bancários para vítimas de golpes no Pix
BC torna obrigatório botão de contestação em apps bancários para vítimas de golpes no Pix

Alessandro Da Conceição, São Paulo, Sp (folhapress) - 01/10/2025 16:49:45 | Foto: Divulgação FEEB PR

A partir desta quarta-feira (1°), entra em vigor a obrigatoriedade para que todas as instituições financeiras ofereçam em seus aplicativos o chamado botão de contestação para pedir a devolução do Pix após fraude, golpe ou coerção. A opção funciona como um autoatendimento do MED (Mecanismo Especial de Devolução), permitindo que os usuários enviem a contestação diretamente do aplicativo.

Criada pelo BC (Banco Central), a medida visa manter os processos de segurança do Pix atualizados e dar mais agilidade na identificação e no bloqueio de recursos. O pedido será feito de forma 100% digital e sem necessidade de interação com o atendimento das instituições financeiras.

Segundo o BC, a digitalização aumenta a velocidade de bloqueio dos recursos na conta do golpista. Ao contestar a transação, a informação é instantaneamente repassada ao banco do golpista, que deve bloquear os recursos em sua conta, caso existam. Valores parciais também podem ser bloqueados.

O procedimento aumenta as chances de êxito para os consumidores, já que, anteriormente, algumas instituições só recebiam contestação por telefone, tornando o bloqueio mais lento.

O BC estabeleceu um procedimento padronizado que as instituições devem seguir:
Informação e prazo: Os bancos devem informar o usuário sobre as regras e etapas do processo, além do prazo máximo para solicitar a devolução dos recursos (ao menos no primeiro acesso).

Seleção da transação: O cliente deve ser direcionado para o extrato da conta ou do Pix para selecionar a transação objeto da contestação.

Tipificação do crime: O usuário será questionado sobre qual tipo de golpe, fraude ou crime sofreu, conforme as tipificações do manual operacional do sistema.

Entre as respostas possíveis, o BC exemplifica:
Ter sido enganado por um golpista;
Outra pessoa ter transferido recursos sem o conhecimento ou a senha do cliente;
Ter sido ameaçado ou ter a liberdade restringida para ser forçado a fazer a transação; ou um fraudador ter usado a senha sem autorização.

Há ainda a opção para "Outro tipo de golpe", que exige um relato descritivo sobre o crime.

O envio de documentação complementar pode ser sugerido para auxiliar na comprovação da fraude.

Prazo de resposta e devolução:
Ao registrar a demanda, a instituição financeira é obrigada a fornecer ao cliente o número do protocolo da solicitação (incluindo data e horário), o prazo máximo de resposta sobre a aceitação ou recusa da contestação e informações sobre a existência de saldo na conta do recebedor para que a devolução parcial ou total do valor seja efetivada.

Após o bloqueio, os bancos têm até sete dias para analisar a contestação. Caso ambos os bancos concordem que se trata de um golpe, a devolução é efetuada diretamente para a conta da vítima. O prazo para o usuário receber o dinheiro de volta é de até 11 dias após a contestação.

O botão de contestação é específico para fraudes, goles e coerção e não se aplica a desacordos comerciais, arrependimento e erros no envio do Pix como, digitação errada de chave e compra por engano, ou em casos que envolvam terceiros de boa-fé.

A principal limitação do MED atual é que o BC só rastreia a primeira conta para onde o dinheiro foi desviado, o que dificulta a recuperação, já que os criminosos pulverizam os valores rapidamente. No ano passado, apenas menos de 7% do dinheiro desviado foi recuperado.

Para resolver isso, o BC trabalha na implementação do MED 2.0. A adoção facultativa dessa funcionalidade terá inicio em novembro, e ela será obrigatória a partir de 2 de fevereiro de 2026

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