Bispos da Igreja Católica no Brasil criticam atos do presidente na pandemia

Dom Cláudio está entre os signatários da carta contra Bolsonaro

Bispos da Igreja Católica no Brasil criticam atos do presidente na pandemia
Bispos da Igreja Católica no Brasil criticam atos do presidente na pandemia

Luiz Calcagno - Correioweb - 27/07/2020 16:24:04 | Foto: CorreioWeb

Um segmento de arcebispos, bispos e bispos eméritos e da Igreja Católica no Brasil decidiu se posicionar contra o governo Bolsonaro. O grupo elaborou uma carta com duras críticas ao Poder Executivo, em áreas como economia, meio ambiente, cultura, educação e a crise sanitária do coronavírus. O texto, que tem 152 signatários, estava em análise por um conselho da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mas vazou. Também ontem a Rede Sindical Brasileira UniSaúde denunciou o presidente ao Tribunal Penal Internacional de Haia por crimes contra a humanidade, com base na forma como ele se comporta nesta pandemia.


O texto dos bispos é duro e acusa o presidente de usar referências religiosas para difundir mensagens de ódio e preconceito. “Como não ficarmos indignados diante do uso do nome de Deus e de sua Santa Palavra, misturados a falas e posturas preconceituosas, que incitam ao ódio, ao invés de pregar o amor, para legitimar práticas que não condizem com o Reino de Deus e sua justiça?”, questiona o texto. Em outros dois momentos da carta, os bispos falam do desprezo do governo pelos direitos humanos e, também, “pela educação, cultura, saúde e pela diplomacia”.


Os bispos signatários, entre os quais se inclui o arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes, propõe “um amplo diálogo nacional que envolva humanistas, os comprometidos com a democracia, movimentos sociais, homens e mulheres de boa vontade, para que seja restabelecido o respeito à Constituição Federal e ao Estado democrático de direito”. Sobre o documento, a CNBB disse ser “de responsabilidade dos signatários”.


O Palácio do Planalto não quis se manifestar.


Tribunal
Pela segunda vez Bolsonaro foi denunciado ao Tribunal Penal Internacional de Haia, por crimes contra a humanidade. A ação tem como fundamento as medidas para enfrentar a pandemia da covid-19 no Brasil. A Rede Sindical Brasileira UniSaúde o acusa de “falhas graves e mortais” na condução da resposta à pandemia. A denúncia afirma que o presidente de adotar práticas que agravam a disseminação do novo coronavírus no país –– como aglomerações sem o uso de máscaras e propaganda de medicamentos que não têm eficácia comprovada contra a doença, como a cloroquina.


“O Brasil está há mais de dois meses sem um titular na pasta da saúde, que já ceifou mais 80 mil vidas e deixou mais de 2 milhões de pessoas doentes”, destaca a Unisaúde, em comunicado. Em abril, Bolsonaro foi denunciado ao mesmo tribunal pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia pela alegação de que praticou crime contra a humanidade.


A Advocacia Geral da União comentou que somente se manifestará quando for notificada. ( Colaborou Renato Souza )

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