Especialista da Afya Contagem explica como a tecnologia Wolbachia se expande pelo país e reforça o papel da população na luta contra arboviroses
Redação Com Informações De Agência - 21/08/2025 09:12:52 | Foto: Divulgação
Na semana em que se celebra o Dia Mundial do Mosquito (20 de agosto), o Brasil volta os holofotes para o combate às arboviroses, como dengue, zika e chikungunya — doenças que continuam representando um grande desafio para a saúde pública. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, o país já contabiliza mais de 1 milhão de casos prováveis de dengue em 2025, com 668 mortes confirmadas e outras 724 ainda em investigação.
Para auxiliar nesse combate, o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e o World Mosquito Program (WMP) inauguraram no mês passado a maior biofábrica de mosquitos do mundo. Localizada em Curitiba, a fábrica consegue produzir até 100 milhões de ovos de mosquitos por semana utilizando a tecnologia Wolbachia, uma bactéria que, ao ser inserida nos mosquitos Aedes aegypti, impede a replicação dos vírus causadores dessas doenças.
O professor de Ciências Biológicas da Afya Contagem, André Luiz Zaidan, explica que neste método a bactéria e os vírus acabam competindo pelos mesmos recursos dentro da célula, e também a Wolbachia deixa o sistema de defesa do mosquito mais ativo. “A transmissão ocorre de maneira vertical, isto é, da fêmea para todos os seus filhotes, através dos ovos. Quando uma fêmea infectada cruza com um macho, seja ele infectado ou não, todos os descendentes herdam a bactéria. Já no cruzamento entre um macho infectado e uma fêmea não infectada, os ovos não se desenvolvem, um fenômeno conhecido como incompatibilidade citoplasmática”.
O método Wolbachia é testado no Brasil desde 2014, e as primeiras liberações ocorreram nos bairros de Tubiacanga, no Rio de Janeiro, e Jurujuba, em Niterói (RJ). Desde então, a iniciativa foi expandida para outras seis cidades: Londrina e Foz do Iguaçu, no Paraná; Joinville, em Santa Catarina; Petrolina, em Pernambuco; além das capitais Belo Horizonte (MG) e Campo Grande (MS). Atualmente, o método está em fase de implantação em Presidente Prudente (SP), Uberlândia (MG) e Natal (RN).
Para o especialista da Afya Contagem, trata-se de uma estratégia considerada segura para o meio ambiente e para as pessoas. “A Wolbachia não causa danos diretos ao mosquito hospedeiro, preservando o equilíbrio ecológico, e também não pode ser transmitida para seres humanos ou outros vertebrados, mesmo em caso de picada. A ampliação em larga escala garante não apenas a cobertura da tecnologia, mas também a sustentabilidade do programa a longo prazo, já que a Wolbachia se mantém de forma natural nas populações de mosquitos. Além disso, posiciona o Brasil como líder mundial na utilização de biotecnologia para o combate às arboviroses”, complementa.
Reforço para as medidas tradicionais
O biólogo ressalta que a população sempre foi, e continuará sendo, protagonista no controle e na redução dos casos de arboviroses. E que o enfrentamento da dengue, chikungunya e zika demanda um esforço contínuo, articulado em diferentes níveis: no âmbito individual, com ações diárias para eliminar criadouros dentro de casa; no coletivo, com mobilização comunitária e vigilância ativa; e no institucional, com o fortalecimento de políticas públicas e a adoção de tecnologias em larga escala.
“Essa integração de esforços é fundamental, pois nenhum método, isoladamente, é capaz de conter essas doenças. A responsabilidade de cada cidadão em evitar água parada se soma às iniciativas locais e às estratégias estruturais adotadas pelo poder público, criando um ciclo virtuoso de proteção coletiva. A participação ativa da sociedade não só potencializa a eficácia de inovações, mas também contribui para a construção de ambientes mais saudáveis, seguros e resilientes para todos”, conclui o professor da Afya Contagem.
Sobre a Afya
A Afya, maior hub de educação e tecnologia para a prática médica no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 33 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.653 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 23 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo "Valor Inovação" (2023) como a mais inovadora do Brasil, e "Valor 1000" (2021, 2023 e 2024) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio "Executivo de Valor" (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 - Saúde e Bem-Estar. Mais informações em http://www.afya.com.br e ir.afya.com.br.
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