Caiu a ficha e é hora de repensar as relacões com os EUA, defendem assessores de Bolsonaro

Agora, a expectativa é que, nas conversas com o presidente americano, ele possa voltar atrás. Ou que a medida fique apenas na ameaça e não entre em vigor.

Caiu a ficha e é hora de repensar as relacões com os EUA, defendem assessores de Bolsonaro
Caiu a ficha e é hora de repensar as relacões com os EUA, defendem assessores de Bolsonaro

Valdo Cruz-g1 Política/tribuna Da Internet - 05/12/2019 09:46:51 | Foto: Reprodução Google

Apesar de não externarem publicamente, o presidente Jair Bolsonaro e sua equipe já avaliam que o relacionamento com os Estados Unidos precisa ser repensado, porque a qualidade da parceria com o presidente Donald Trump não está sendo nada boa para o Brasil. Nas palavras de um assessor presidencial, “caiu a ficha” e a hora é de ser pragmático com o governo norte-americano.

Desde o início do governo, o presidente Bolsonaro adotou uma política deliberada de alinhamento com os Estados Unidos. Fez diversas concessões ao governo norte-americano, mas até agora só recebeu promessas em alguns setores e ameaças de retaliação em outros. Por isso, a avaliação agora, feita pela equipe presidencial, é que “a qualidade da parceria não está sendo boa para o Brasil”.

DEVAGARINHO – Isso não significa que o governo brasileiro irá praticar de imediato algum tipo de retaliação contra os Estados Unidos. Adotar esse caminho de cara, argumentam assessores da equipe econômica, seria ir contra a linha do governo atual, que é pela abertura da nossa economia, e não pela adoção de medidas protecionistas.

Por enquanto, a ordem interna é apostar nas negociações para reverter a decisão de Trump, que anunciou a adoção de sobretaxa de 25% sobre a importação de aço brasileiro e de 10% sobre o alumínio. Negociadores brasileiros conversaram com funcionários da Casa Branca e ouviram deles o reconhecimento de que Trump pode ter errado ao incluir o Brasil no aumento de tarifas de importação.

Primeiro, porque, ao contrário de outros países, a maior parte do aço brasileiro exportado para os Estados Unidos é utilizada como insumo pelas siderúrgicas norte-americanas. Com isso, se a tarifa de importação sobe, o custo delas também sobe e acaba prejudicando a própria economia americana.

COTAÇÃO CAMBIAL – Segundo, os funcionários norte-americanos concordam que o Brasil não estava adotando nenhuma medida artificial de desvalorização cambial, como havia acusado Trump.

Agora, a expectativa é que, nas conversas com o presidente americano, ele possa voltar atrás. Ou que a medida fique apenas na ameaça e não entre em vigor.

Por isso, o governo brasileiro está optando por evitar declarações críticas públicas contra Donald Trump. O Brasil não afasta, porém, a possibilidade de uma reação caso a sobretaxa seja realmente adotada nas próximas semanas.

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NOTA DA REDAÇÃO
– Em tradução simultânea, Trump tem o comportamento semelhante. Diz as coisas por impulso, sempre pensando em agradar aos eleitores, e acaba falando besteira. Ou seja, Trump não é confiável e está pouco ligando para o Brasil. (C.N.)

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