Iniciativa integra o projeto Recircule, realizado com recursos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet-DF)
Carlos Eduardo Bafutto, Da Agência Brasília | Edição: Paulo Soares - 30/09/2025 16:33:49 | Foto: Lúcio Bernardo Jr. / Agência Brasília
Jovens, mulheres, trabalhadores informais e pequenos empreendedores em situação de vulnerabilidade poderão se inscrever em novas vagas do "Recircule: Laboratório de Design Circular e Reciclagem Criativa" pelo perfil da iniciativa no Instagram: @nosetor. O projeto, que ocorre no Setor Comercial Sul, oferece oficinas de marcenaria prática em que resíduos são transformados em móveis e objetos funcionais, ao mesmo tempo em que abre caminho para novas oportunidades de geração de renda.
Com investimento de R$ 600 mil do Governo do Distrito Federal (GDF), a iniciativa oferece formação técnica de 80 horas. Durante as atividades, os participantes aprendem todas as etapas do processo: da escolha dos materiais ao uso de ferramentas e técnicas de acabamento em madeira reaproveitada.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, Thales Mendes, a iniciativa mostra o potencial da união entre inovação e impacto social. “Ao apoiar essa iniciativa, a Sedet reforça o compromisso do GDF em fomentar ideias que transformam comunidades, promovem a economia criativa e apontam novos caminhos para o desenvolvimento sustentável de Brasília”, afirmou.
Segundo a coordenadora pedagógica do Recircule, Tamara Gonçalves, a oficina busca aliar formação técnica e impacto comunitário. “Trabalhamos com materiais descartados que podem ser transformados em mobiliários e artesanatos. Além da habilidade prática, o curso estimula o empreendedorismo e a construção de redes voltadas à sustentabilidade e à circularidade”, explicou.
Ela ressalta que o curso não se limita a ensinar a parte prática da marcenaria, mas busca estimular a consciência ambiental nos participantes. “Eles aprendem desde o processo de seleção dos resíduos até o acabamento das peças, compreendendo toda a cadeia produtiva”, explica.
Atualmente, o projeto reúne 44 participantes — mais que o dobro da capacidade inicial. A previsão é atingir ao menos 100 pessoas ao longo dos cinco módulos planejados até maio de 2026. O terceiro módulo, previsto para outubro, deve envolver catadores da Estrutural e será voltado ao reaproveitamento de plásticos com tecnologia capaz de produzir madeira plástica e insumos para impressão 3D.
Para o instrutor do curso de marcenaria, o artesão Maurício Villa, o projeto é uma oportunidade de multiplicar conhecimentos. “Aqui conseguimos ensinar práticas seguras e criativas para transformar materiais em objetos úteis. O mais importante é oferecer autonomia para que cada participante possa gerar renda e desenvolver seus próprios projetos”, afirmou.
Alunos relatam que a experiência amplia tanto a prática profissional quanto a vivência comunitária. A professora de escalada e dançarina Priscila Carneiro destaca o caráter social da iniciativa. “Além da qualificação, o curso aproxima a gente da comunidade. Muitas vezes consertamos objetos de pessoas em situação de rua e aprendemos a dar novo valor ao que seria descartado”, disse.
Já o estudante Iago Guimarães Rocha ressalta o impacto pedagógico e social do Recircule. “O curso oferece aprendizado técnico seguro e, ao mesmo tempo, traz uma reflexão sobre o olhar que temos para os resíduos e para as pessoas ‘invisíveis’ da cidade, aqueles que estão em situação de rua e, muitas vezes, são ignorados pela sociedade”, avaliou.
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