Conferência na Suécia quer compromissos sérios para evitar catástrofe ambiental

Jovens ativistas climáticos participam de uma greve global Fridays for Future em Estocolmo, Suécia.

Conferência na Suécia quer compromissos sérios para evitar catástrofe ambiental
Conferência na Suécia quer compromissos sérios para evitar catástrofe ambiental

Agência Onu News De Noticias - 01/06/2022 09:14:28 | Foto: Pnuma GRID Arendal/Peter Prokosch

Evento Stockholm+50 acontece de 2 a 3 de junho e marca 50 anos da primeira reunião sobre meio ambiente na capital do país; secretário-geral da ONU, António Guterres, estará no encontro e pede aos países que adotem o “direito humano a um ambiente limpo e saudável”.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, está a caminho de Estocolmo, na Suécia, para participar da Conferência Stockholm+50, promovida pelas Nações Unidas em parceria com os governos sueco e queniano.

Jovens ativistas climáticos participam de uma greve global Fridays for Future em Estocolmo, Suécia.

© UNICEF/Christian Åslund

A reunião acontece nos dias 2 e 3 de junho e marca os 50 anos da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, que levou à criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma.

Nos últimos 50 anos, o Pnuma coordenou uma série de esforços globais para que fossem encontradas soluções aos desafios do meio ambiente

Futuro do planeta

O encontro sob o tema “um planeta saudável para a prosperidade de todos – nossa responsabilidade, nossa oportunidade” tem o objetivo de impulsionar ações em direção a um “planeta saudável para a prosperidade de todos”.

O evento também reforçará os resultados da quinta Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, realizada no início deste ano em Nairóbi, no Quênia. O principal acordo busca acabar com a poluição plástica até 2024.

Durante a conferência, o secretário-geral deve pedir aos países que adotem o “direito humano a um ambiente limpo e saudável para todas as pessoas, em todos os lugares, especialmente comunidades pobres, mulheres e meninas, povos indígenas, jovens e gerações futuras”.

Em outubro de 2021, em uma resolução histórica, o Conselho de Direitos Humanos em Genebra reconheceu, pela primeira vez, o direito humano a um meio ambiente limpo, saudável e sustentável.

Em sua viagem ao país, o líder das Nações Unidas deve se reunir com a primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson, além de encontrar com o rei da Suécia, Carl XVI Gustaf e a princesa-herdeira Victoria bem como com outros funcionários de alto nível.

Crise tripla

Segundo os organizadores, o evento ocorre em um momento crucial, pois a Terra está em modo de emergência, e são necessárias ações urgentes para enfrentar a tríplice crise planetária de mudança climática, perda de natureza e biodiversidade, poluição e resíduos.

O Pnuma afirma que a crise climática está causando eventos extremos mais frequentes, como tempestades e secas, que pioram a escassez de alimentos e água.

Pesquisas mostram que, para evitar uma catástrofe climática, o mundo deve reduzir pela metade as emissões anuais de gases de efeito estufa até 2030 e eliminar até 2050.

A Stockholm+50 busca acelerar a implementação da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para alcançar um planeta saudável, essencial para o progresso social e econômico, bem-estar e resiliência.

Ao reunir um amplo conjunto de partes interessadas de todo o mundo, a conferência quer destacar a importância de uma abordagem múltipla sobre as questões ambientais e incorporar a importância da ação colaborativa.

A Stockholm+50 também destaca a responsabilidade intergeracional de proteger o planeta e garantir que os sistemas de suporte à vida estejam disponíveis para todos.

Zona de sacrifício humano

Nesta segunda-feira, especialistas de direitos humanos alertaram que são necessários esforços muito maiores para evitar que o planeta se torne uma “zona de sacrifício humano” e para salvar milhões de vidas todos os anos.

Liderando o apelo para que os países implementem mudanças constitucionais e leis ambientais fortes para trazer mudanças positivas, o especialista independente em direitos David Boyd, indicado pela ONU, disse que todas essas discussões devem resultar do reconhecimento do direito de todos a um ambiente saudável.

Ecoando esse apelo, Marcos Orellana, relator especial da ONU sobre tóxicos e direitos humanos, também disse que não devemos esquecer como os direitos humanos inspiraram elementos-chave da Declaração de Estocolmo de 1972.

Para ele, este é um momento chave para que o direito ambiental internacional mude de direção e adote uma abordagem baseada nos direitos humanos para a proteção ambiental.

Direitos humanos no centro da ação ambiental

Os especialistas destacam que “colocar os direitos humanos no centro da ação ambiental terá implicações positivas para a qualidade do ar, água limpa, solo saudável e alimentos produzidos de forma sustentável”.*

Eles acrescentaram que uma resolução da Assembleia Geral sobre o direito a um meio ambiente saudável reforçaria a urgência de ações para implementar o direito, lembrando que “devemos usar o direito a um ambiente saudável para garantir que governos, empresas e pessoas façam um trabalho melhor de cuidar da casa que todos compartilhamos”.

*Os relatores especiais e especialistas independentes são nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos, são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho.

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