Lisboa vista do Castelo de São Jorge
Igor Regis-mercadoeeventos - 18/06/2019 14:31:09 | Foto: Igor Regis-mercadoeeventos - Divulgação
Premiado como destino e com números em crescimento, o Turismo já representa 13% do PIB em Portugal. Na foto, Lisboa vista do Castelo de São Jorge.
“Esta Ilha pequena que habitamos / É em toda esta terra certa escala”. No verso da 54ª estrofe de ‘Os Lusíadas’, Luís de Camões parecia não só estar sendo poético sobre o território português, mas prevendo o fenômeno que o país se tornaria, como ‘certa escala’ de aproximadamente 13 milhões de turistas estrangeiros em 2018. Incluindo também o turismo doméstico, o país alcançou no ano passado a marca de 21 milhões de viajantes. Se consideradas estimativas de AirBNB e outros tipos de hospedagem, os números sobem para 25 milhões de viajantes, sendo 16 milhões de estrangeiros.
A consolidação de Portugal como destino não é perceptível apenas pelo crescimento no volume de turistas. Nos últimos três anos, o país cresceu 45% em receita turística, fazendo com que o Turismo fosse responsável por 13,7% do PIB português, correspondendo a 26,7 bilhões de euros.
Diversos pilares foram responsáveis por alçar e sustentar o sucesso do turismo português. Além de fatores como a ausência de conflitos, clima privilegiado e a existência de diversos nichos, o país organizou uma estratégia de promoção em parceria com o setor privado que explorou os diversos destinos com diferentes propostas, promovendo isso de maneira conjunta.
“Portugal deixou de ser um destino sazonal de sol e praia e passou a ser visto como um país autêntico e sofisticado” – Ana Mendes Godinho, secretária de Turismo de Portugal
“A nossa estratégia tem sido abrir o mapa de Portugal. Muitas vezes as pessoas só conhecem Lisboa ou Porto, mas queremos mostrar a diversidade que temos e isso deixa os turistas encantados, por descobrir outros atrativos que não conheciam. Estamos conseguindo que o turismo em Portugal aconteça durante todo o ano. Portugal deixou de ser um destino sazonal de sol e praia e passou a ser visto como um país autêntico e sofisticado”, explica Ana Mendes Godinho, secretária de Turismo de Portugal.
Ana Mendes Godinho, secretária de Estado de Turismo de Portugal
Para a secretária, um dos segredos é contar com propostas atrativas a diversos públicos, mas não com elementos que chamem o turismo de massa, mas que criem experiências personalizadas de acordo com o que busca o turista.“Gostamos de promover Portugal como um destino inclusivo, por que somos um destino para todos, independente da religião, orientação sexual, raça ou poder aquisitivo. Mas também promovemos como um destino exclusivo, que significa que nos posicionamos muito como um destino sofisticado. Queremos valorizar o que temos de melhor que é hospitalidade, autenticidade e este toque de luxo. Somos um país que nos reinventamos no que temos de melhor”, ressalta.
O destaque como destino teve o reconhecimento de entidades internacionais. O World Travel Awards, uma das maiores premiações do setor, realizada no último dia 9 de junho, reconheceu Portugal pela terceira vez como o melhor destino e também como melhor marca turística. A mesma premiação reconheceu a Ilha da Madeira como melhor destino insular, Lisboa como melhor destino de city break e de cruzeiros, Algarve como melhor destino de praia. Ao todo, o país já acumula 39 prêmios como destino turístico.
Algarve: escolhida como o melhor destino de praia da Europa pelo World Travel Awards.
CONECTIVIDADE
Impulsionada pela expansão da TAP, a conectividade aérea de Portugal cresceu principalmente nos destinos de longa distância. Somente no Brasil, a aérea atende a dez capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Natal, Salvador, Brasília, Belém, Fortaleza, Belo Horizonte e Recife). O País ainda conta com conexões pela Latam (São Paulo/Lisboa) e Azul (Viracopos/Lisboa).
Para os Estados Unidos, os voos, que atendiam apenas dois destinos em 2015, passaram a atender oito em 2019 (Newark, Miami Boston, Toronto, Nova Iorque/JFK, Chicago, San Francisco e Washington). Fator responsável por ampliar o número de turistas norte-americanos no país. Além dos novos destinos, o programa de stopover, que permite uma parada de até cinco dias em Portugal sem alteração no valor da passagem, foi outro responsável por impactar na captação de turistas estrangeiros.
Anúncio do novo voo da Tap para São Francisco, anunciado no fim de 2018
“Este ano estamos com um ritmo de crescimento de 8% em números de turistas estrangeiros. Estamos crescendo principalmente em que não tinha muito destaque, como o americano e o canadense. Este crescimento é muito associado ao programa de stopover, que tem ajudad àqueles que não conheciam Portugal irem a primeira vez e despertarem o interesse para retornarem e fazerem um roteiro mais completo.”, explica Ana Mendes Godinho.
As rotas para Europa e Ásia também foram responsáveis pela diversificação nos mercados emissores. Companhias como Turkish, Emirates, Qatar, Iberia e a própria TAP estão ampliando sua oferta para Lisboa, Porto e outras cidades.
“Eu brinco ao dizer que há 500 anos Portugal descobriu o mundo pelos mares e agora o mundo está descobrindo Portugal pelo ar. É um grande trabalho conjunto entre o setor público e o privado para que tenhamos conectividade aérea para os vários destinos que estão a descobrir Portugal”, completa.
BRASIL
Além de Lisboa, Porto também conta com voos diretos para São Paulo.
Fruto do conjunto “promoção, conectividade e stopover”, os brasileiros vem cada vez ampliando sua participação nos resultados do Turismo de Portugal. Além do idioma, um dos principais facilitadores, o clima e as conexões culturais vem estimulando os turistas a conhecer cada vez mais regiões. No ano passado, o Brasil foi responsável por 1 milhão de hospedagens em Portugal, um aumento de 100% em relação a 2015.
“O mercado brasileiro passou de 500 mil hóspedes em 2015 para mais de 1 milhão em 2018. Este ano crescemos 13% em receita com o mercado brasileiro, o que significa que as pessoas estão ficando mais tempo e descobrindo destinos que não conheciam. Os brasileiros estão vendo Portugal não só como destino para visitar, mas para viver, estudar e investir. Tal como os brasileiros, outros países também estão despertando o interesse por Portugal”, conclui Ana Mendes Godinho.
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