A chef portuguesa Isa Teles, 60 anos, faz todas essas e muitas outras delícias lusitanas, como arroz- doce, pastéis e bolinhos.
Por Renata Rusky - Correioweb - 06/04/2020 11:37:11 | Foto: CorreioWeb
A Páscoa está chegando e não tem prato mais tradicional para a data do que o bacalhau: em bolinho frito; a lagareiro, em postas passadas na farinha de rosca; em lascas ou desfiado, à Gomes de Sá ou com batatas ao murro. E muito azeite.
A chef portuguesa Isa Teles, 60 anos, faz todas essas e muitas outras delícias lusitanas, como arroz- doce, pastéis e bolinhos. Todas as receitas dela faziam (e fazem) sucesso com a família e os amigos, que sempre a incentivaram a abrir um restaurante.
Há quatro anos, ela decidiu adaptar um pouco o conselho — que vinha como um pedido. Resolver cozinhar o bacalhau com natas para vender. “É a receita que, congelada, não altera o gosto ”, explica. Também é uma das suas preferidas.
Isa, que nasceu em terras lusitanas, filha de uma brasileira que se mudou do Rio de Janeiro para Portugal aos 10 anos e de um português, conta que cozinha desde a idade em que sua mãe trocou de país. “Lá, a gente aprende desde cedo”, relembra. Fazia comida para a família inteira.
Antes de se mudar para capital federal (sem nunca ter estado aqui antes), ela vivia em Viana do Castelo, na região do Minho, no norte de Portugal. É tradicional da terrinha a receita do bacalhau com natas que ela vende.
Lá, a portuguesa trabalhava no Hotel Santa Luzia — atualmente, Pousada Santa Luzia. É a hospedagem mais bem localizada da cidade, no alto da montanha. Ela se lembra com carinho da época: “Tinha mais estrangeiro que português, então, conheci Jorge Amado e muitos brasileiros famosos e interessantes”.
Embora fosse recepcionista, Isa conta que estava sempre de olho na cozinha e nos chefs que nela trabalhavam. “Eles estavam sempre inventando coisas novas”, relembra.
A mudança
Foi o coração quem provocou a mudança dela de Portugal para Brasília. Em uma palestra sobre um livro, ela conheceu rapidamente o baiano que se tornaria seu marido. Foi um encontro rápido, trocaram endereços e ele enviou uma carta. Foi assim que o namoro começou. Todo a distância.
Em cerca de 10 meses, ela se mudou para a capital federal, onde ele morava. Estranhou bastante a cidade, mas foi muito bem recebida. “As pessoas eram calorosas”, conta. Esse sentimento está entre as suas primeiras impressões, embora morar em Sobradinho que, na época, tinha uma estrutura bem pobre, tenha sido um pouco diferente do que estava acostumada.
Além disso, Isa saiu da beira-mar, com muito peixe fresco, para uma cidade no meio do Brasil, longe de praias. “Eu sentia falta de peixe e era difícil encontrar fresco por aqui”, recorda-se.
Com a evolução de Brasília, com o costume de Isa e a formação da família dela, que agora tem um neto de 5 anos, ela garante que não sai do Brasil. Aqui, passou a fazer diversos trabalhos voluntários. Há 14 anos, ela leva música ao Instituto Hospital de Base para dar um pouco de alegria aos pacientes.
A terra natal, ela visita até duas vezes por ano, mas tem certeza de que o lugar dela é aqui. A culinária portuguesa é uma das formas de confortar a saudade.
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Bacalhau à Mimi
(serve 2 pessoas)
Ingredientes:
Preparação:
Acompanhamento:
Batata-bolinha ao murro
Preparação:
Para a sobremesa:
Leite Creme
Ingredientes:
Preparação:
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