Especialista do Hran alerta para necessidade de intervenção rápida em casos de torção testicular

Problema afeta principalmente jovens entre 12 e 18 anos; pancadas e malformação congênita são fatores de risco

Especialista do Hran alerta para necessidade de intervenção rápida em casos de torção testicular
Especialista do Hran alerta para necessidade de intervenção rápida em casos de torção testicular

Agência Brasília* | Edição: Débora Cronemberger - 26/07/2025 18:27:48 | Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF

Há uma emergência de saúde masculina de extrema importância, mas que passa quase despercebida à maior parte dos homens: a chamada torção testicular, uma condição extremamente dolorosa e potencialmente grave. A torção é causada pela rotação do testículo no interior da bolsa escrotal, o que resulta na interrupção do suprimento sanguíneo do órgão – podendo resultar em sua perda.

“O testículo tem um cordão que o nutre, o cordão espermático. O que muitas vezes acontece é que o músculo cremaster – responsável por elevar e abaixar os testículos, de modo a regular a temperatura dos órgãos – acaba se contraindo e, nesse movimento, há a torção”, explica o médico urologista do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Udenbergh Nóbrega.

O problema é mais comum em adolescentes entre 12 e 18 anos, mas pode acontecer em qualquer idade. Dentre as principais causas, constam a exposição ao frio, traumas na região genital, exercícios físicos muito intensos e malformações congênitas. A torção muitas vezes ocorre quando o indivíduo está de repouso e os sintomas imediatos incluem dor intensa, de início súbito, podendo ocasionar náusea e vômito. Há ainda inchaço e vermelhidão na região, assim como o endurecimento do tecido escrotal.

Nos casos agudos, há possibilidade real de se perder o testículo caso não haja intervenção rápida. “O tempo ideal para destorcer o testículo é de até seis horas. Respeitando esse limite, você tem 90% a 95% de chance de salvar o órgão. Quanto mais tempo se demora, mais se vai perdendo esse percentual. Acima de 12 horas, é 20%. Após 24 horas, geralmente não se opera mais”, alerta o médico urologista.

Nóbrega ainda ressalta que a perda de apenas um testículo não torna o homem estéril, mas que, nos casos de malformação congênita, é necessário operar os dois, de modo a evitar futuros incidentes. “Também temos casos em que acontecem múltiplas torções e destorções. Há pacientes que relatam dor e melhora. Nesses casos também são indicadas cirurgias, embora não de urgência”, ressalta.

Ocorrências

Não existem dados oficiais sobre a incidência exata de torções testiculares no Brasil. Nóbrega aponta, contudo, que um estudo realizado no estado de São Paulo registrou 2.351 casos, entre 2008 e 2016, no sistema do Departamento de Informação e Informática do SUS (Datasus), a uma taxa de 21,61 casos por 100 mil homens usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

*Com informações da SES-DF

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