Uma executiva da empresa de consultoria de tecnologia global Thoughtworks disse na conferência Collision em Toronto nesta quarta-feira que a China deverá se tornar uma superpotência em inteligência artificial (IA) em todo o mundo até 2030.

"Eu não descartaria nenhuma possibilidade em relação à China. O histórico de inovação, a criatividade, o destemor e a vontade de assumir riscos, acho que tudo isto aponta nessa direção. Há muita incerteza sobre onde a IA está, mas acho que os ingredientes para a China para se tornar um líder mundial até 2030 estão todos lá", disse a diretora de tecnologia (CTO) da Thoughtworks, Emerita Rebecca Parsons, durante uma entrevista à Xinhua na conferência Collision, um dos maiores encontros de tecnologia do mundo que ocorre de 26 a 29 de junho.

Nos últimos anos, a China lançou planos para facilitar o desenvolvimento da economia digital e integrar seu setor industrial com tecnologias da informação no período do 14º Plano Quinquenal (2021-2025).

Em 2017, o Conselho de Estado, o gabinete da China, emitiu um plano para o desenvolvimento de IA, estabelecendo a meta de a China se tornar um importante centro de inovação de IA e liderar o mundo em tecnologia e aplicações de IA até 2030.

"Fiquei muito impressionada com o nível de inovação, criatividade e tomada de riscos na China. Veremos mais inovações em tecnologia responsável vindas da China como resultado disso", disse Parsons.

Questionada sobre como as empresas chinesas podem aplicar melhor a IA em seus respectivos setores, Parsons disse: "A primeira chave é garantir que, por enquanto, você mantenha o humano informado. As pessoas se metem em problemas quando apenas assumem o valor de face e não verificam."

"Com o incrível crescimento da economia chinesa, você tem os dois: o aumento da pressão desse crescimento para resolver algumas dessas questões, mas também tem a capacidade", acrescentou Parsons.

Fundada em 1993, a Thoughtworks, sediada em Chicago, é uma consultoria líder em tecnologia com mais de 11.500 funcionários em 51 escritórios em 18 países.

A empresa fornece uma gama de serviços, como modernização empresarial, plataformas e nuvem, experiência do cliente, produto e design, dados e IA e transformação e operações digitais.

TECNOLOGIA RESPONSÁVEL

Em janeiro, a Thoughtworks lançou seu relatório "O estado da tecnologia responsável" juntamente com a revista Technology Review do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, em inglês).

Ele pesquisou 550 executivos seniores e diretores de setores como serviços financeiros e seguros, setor público, saúde, varejo e comércio eletrônico, automotivo, energia e serviços públicos.

O relatório constatou que os entrevistados da Índia, China e Austrália são mais propensos a classificar altamente a adoção de tecnologia responsável por suas organizações. Enquanto isso, os entrevistados dos Estados Unidos deram a suas organizações as pontuações mais baixas em média.

Parsons observou que é crucial criar uma cultura de "tecnologia responsável" nas organizações. "É responsabilidade coletiva dos tecnólogos serem mais inclusivos, estarem cientes de preconceitos, transparentes e mitigarem consequências negativas inadvertidas durante o processo de design de novas soluções usando IA".

"A China está mais focada nas percepções dos investidores sobre sua tecnologia responsável, enquanto globalmente as pessoas pensam mais amplamente sobre a percepção", disse ela.

A conferência Collision, agora em seu quinto ano em Toronto, atingiu um novo recorde ao reunir 36.378 participantes de 118 países, escreveram os organizadores em um comunicado à imprensa na terça-feira.

Além disso, 41% de todos os participantes do evento são mulheres e 36% dos palestrantes são mulheres, enquanto um recorde de 30% das start-ups deste ano são fundadas por mulheres.

A diretora de tecnologia (CTO) da Thoughtworks, Emerita Rebecca Parsons (d), fala em entrevista durante a conferência Collision em Toronto, Canadá, no dia 28 de junho de 2023. A executiva da empresa global de consultoria de tecnologia Thoughtworks disse na conferência Collision nesta quarta-feira que a China deverá se tornar uma superpotência em inteligência artificial (IA) em todo o mundo até 2030. (Foto por Zou Zheng/Xinhua)

A diretora de tecnologia (CTO) da Thoughtworks, Emerita Rebecca Parsons, fala em entrevista durante a conferência Collision em Toronto, Canadá, no dia 28 de junho de 2023. A executiva da empresa global de consultoria de tecnologia Thoughtworks disse na conferência Collision nesta quarta-feira que a China deverá se tornar uma superpotência em inteligência artificial (IA) em todo o mundo até 2030. (Foto por Zou Zheng/Xinhua)

A diretora de tecnologia (CTO) da Thoughtworks, Emerita Rebecca Parsons (d), fala em entrevista durante a conferência Collision em Toronto, Canadá, no dia 28 de junho de 2023. A executiva da empresa global de consultoria de tecnologia Thoughtworks disse na conferência Collision nesta quarta-feira que a China deverá se tornar uma superpotência em inteligência artificial (IA) em todo o mundo até 2030. (Foto por Zou Zheng/Xinhua)