Foco na preservação da Orla do Lago Paranoá no DF

Plano de uso e ocupação da orla será adaptado para se adequar às decisões judiciais

Foco na preservação da Orla do Lago Paranoá no DF
Foco na preservação da Orla do Lago Paranoá no DF

Alexandre De Paula-correio Braziliense - 28/02/2020 10:25:24 | Foto: Correio Braziliense

Relatório do grupo de trabalho do GDF concluiu que qualquer intervenção no espaço deve priorizar o meio ambiente

O grupo de trabalho instituído em 2019 pelo Governo do Distrito Federal para analisar o Plano Urbanístico de Uso e Ocupação da Orla do Lago Paranoá (Masterplan) terminou o relatório sobre o processo de desobstrução do espaço. Com a conclusão dos estudos, a prioridade, a partir de agora, será a preservação ambiental, de acordo com o GDF e com a análise dos técnicos. Fizeram parte do grupo de estudo integrantes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) e da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), além de representantes da sociedade civil, da Procuradoria-Geral do DF e da Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal).

A análise final do plano levou à conclusão de que qualquer intervenção na orla do Lago deverá ser pautada pela preservação ambiental. Além disso, o relatório destaca como ações principais na região a contenção de processos erosivos e a revitalização dos corredores ecológicos. “O plano original serviu como referência nesses estudos, mas em muitos pontos ele entra em conflito com a decisão judicial sobre a orla. Então, a nossa ideia é aproveitar o que for possível, mas adaptá-lo pensando nisso”, explicou o secretário de Meio Ambiente, Sarney Filho. “Nós vamos, primeiro, recuperar e revitalizar todos os parques de uso nesse espaço. Vamos aprimorá-los e fazer intervenção de plantios, de retenção onde for preciso. Essa é uma ação que está em andamento”, completou.

A ideia também é de que sejam instalados pontos de urbanização em locais cuja sensibilidade ambiental é menor. Nesses ambientes, estarão disponíveis pistas de caminhada, deques, ciclovias e banheiros. A utilização será regida por normas específicas para evitar prejuízos à conservação. A Concha Acústica, a Praça dos Orixás e o Pontão do Lago Sul, áreas públicas existentes na orla, continuarão com acesso permitido e serão revitalizados. Estão nos planos também a implementação de um parque ecológico na QL 15, do Lago Norte, e de equipamentos de apoio na QL 10 do Lago Sul.

O GDF assegura que não haverá retrocesso nas áreas que foram desobstruídas por conter construções ilegais. Os locais continuarão sob a fiscalização do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e da DF Legal e não serão permitidas novas edificações.

Desobstrução

A desobstrução da orla começou durante o mandato do ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB), mas o imbróglio em relação ao problema é mais antigo. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) entrou com ação civil pública contra o Governo do Distrito Federal em 2005, com a alegação de que houve omissão na fiscalização das ocupações privadas na região.

Transitada em julgado em 2011, uma sentença determinou a recuperação da Área de Preservação Permanente (APP). A determinação foi para que o GDF apresentasse cronograma de fiscalização e de desocupação, além do plano de recuperação, sob pena de multa diária de R$ 5 mil caso a decisão fosse descumprida. Em agosto de 2015, iniciou o processo de retirada das construções em locais inadequados. A conclusão foi anunciada no início de 2018, depois de uma série de idas e vindas judiciais. Mais de 400 lotes sofreram ações nesse período.

O GDF promoveu, depois da conclusão, um concurso para eleger o projeto de urbanização para a orla. A proposta vencedora previu restaurantes, ciclovias, praia artificial e outras áreas de lazer em 38 dos 109km do perímetro do Lago Paranoá.

"Nós vamos, primeiro, recuperar e revitalizar todos os parques de uso nesse espaço”

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