Com o aumento do número de apreensões na Amazônia, PF quer conhecimento científico do Inpa para identificar animais recuperados das mãos dos traficantes.
Da Assessoria De Comunicação - Ascom / Do Ministério Da Ciência, Tecnologia, Inovações E Comunicações / Foto: Ascom / Mctic - 07/12/2018 09:57:11 | Foto:
Em 2018, a Polícia Federal no Amazonas apreendeu mais de 3 mil toneladas de caça ilegal, além de animais terrestres e milhares de peixes ornamentais. Para combater o tráfico de fauna silvestre, a PF e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) vão firmar uma parceria para reforçar a fiscalização e conhecimento. “Esse termo de cooperação vai incluir intercâmbio de pesquisadores e análises de amostras apreendidas”, explicou a diretora substituta do Inpa, Hillandia Brandão.
Uma das iniciativas é o 2º Curso de Perícia em Tráfico de Animais Silvestres – Identificação da Fauna Amazônica, realizado no Inpa, em Manaus (AM). “A gente sentiu essa necessidade porque o número de apreensões nos estados da região amazônica vem crescendo muito. Então, há necessidade de capacitar nossos peritos na mesma proporção”, afirmou o perito criminal Rodrigo Mayrink.
Segundo ele, a maioria das apreensões de caça ilegal no Amazonas foi feita pela PF na região de Tabatinga, na divisa do Peru com a Colômbia, e também na região metropolitana de Manaus. São mamíferos, como macacos, veados e porcos-do-mato. Mayrink disse que existe a cultura da caça nas comunidades tradicionais da Amazônia, mas a PF foca no combate à caça ilegal para fins comerciais, que é uma atividade ilegal pela lei brasileira.
Para a pesquisadora Lúcia Rapp, do Inpa, a integração entre os órgãos é importante para saber o que a PF consegue apreender de tráfico de animais e o que pode ser “internalizado” no Inpa, já que o número de animais silvestres encontrados com os traficantes é maior do que conseguem os pesquisadores em seus esforços de coleta. “O pessoal do tráfico consegue pegar exemplares em quantidade. Nós conseguimos coletar um, dois bichos, às vezes. A parceria com o Ibama e a PF nos possibilita pegar lotes com centenas de exemplares e, com esse número maior, podemos fazer estudos de biologia e genética, por exemplo.”
A destinação dos animais apreendidos é um grande desafio para os órgãos ambientais brasileiros. Peixes apreendidos no aeroporto costumam ser destinados para estudos no Inpa, por meio de uma parceria com o Ibama, mas a ideia é ampliar para mamíferos, aves, répteis e outros grupos.
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