Descoberta reforça o potencial arqueológico do estado e abre caminho para novas pesquisas científicas
Agência Gov | Via Iphan - 20/08/2025 09:35:19 | Foto: Agência Gov Br
Entre os dias 11 e 15 de agosto de 2025, o arqueólogo da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Maranhão Cleberson Carlos realizou uma fiscalização na região de São Domingos do Maranhão (MA), onde a literatura arqueológica já apontava, desde 1985, a possível existência de sítios com registros rupestres. A expedição confirmou três sítios com pinturas rupestres já descritos anteriormente, Abrigo Bacupari, Casa de Pedra e Cocal de Dentro, e identificou ainda um novo sítio, com gravuras, denominado Casa de Pedra do Gleison.
As pinturas rupestres são feitas com pigmentos aplicados sobre a rocha, enquanto as gravuras rupestres são imagens incisas ou entalhadas diretamente na rocha. Já o termo rupestre tem origem no latim - ars (arte) e rupes (rocha) - e significa arte sobre rocha.
Segundo o arqueólogo, a descoberta reforça a singularidade da região no contexto arqueológico maranhense: “Os sítios arqueológicos possuem uma importância ímpar para a pré-história do Maranhão, pois até o momento são os únicos identificados com pinturas rupestres. O Abrigo Bacupari é o que apresenta os registros mais preservados. Já os sítios Casa de Pedra e Cocal de Dentro apresentam apenas resquícios mínimos das pinturas. Durante a fiscalização também encontramos um novo sítio, a Casa de Pedra do Gleison, com gravuras, onde possivelmente também houve pinturas no passado. Os quatro sítios têm em comum o fato de estarem inseridos em formações de rocha arenítica”, explica Cleberson Carlos.
O arqueólogo também chama atenção para os impactos da ação humana na preservação desse patrimônio.
Infelizmente, todos os sítios arqueológicos da região apresentam marcas de vandalismo ao longo dos anos, o que compromete a integridade das entradas e das próprias manifestações rupestres”, alerta. Isso demonstra a importância de que a descoberta de sítios seja comunicada imediatamente ao Iphan para que o órgão possa zelar pelo local.
O Iphan é o órgão responsável pela gestão do patrimônio arqueológico no Brasil, cuja proteção está assegurada pelo artigo 216 da Constituição Federal de 1988 e pela Lei nº 3.924, de 26 de julho de 1961. Esses bens são reconhecidos como patrimônio cultural brasileiro e integram o conjunto de Bens da União. No entanto, a preservação do patrimônio é, ao mesmo tempo, um direito e um dever de todos os cidadãos, sendo também competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios garantir a proteção dos sítios arqueológicos, conforme estabelece o artigo 23 da Constituição.
Durante as atividades, a equipe contou com o apoio do senhor Valdemiro, morador da comunidade de Tranqueira, no município de São Domingos do Maranhão, proprietário da fazenda onde está localizado o sítio arqueológico Casa de Pedra. Ao longo dos anos, ele tem se dedicado à conservação da área, afastando possíveis vândalos e desenvolvendo, em parceria com as escolas locais, importantes ações de educação patrimonial no município. Sua atuação tem sido fundamental para garantir a valorização e preservação desse patrimônio cultural.
O Iphan seguirá acompanhando e adotando medidas de preservação para proteger esses registros únicos da história e da cultura do Maranhão.
O que fazer ao encontrar uma arte rupestre?
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