Marsha Trans Brasil retorna a Brasília em janeiro de 2026 com quatro dias de articulação política
Por brunna Ramos - Portal Bdf - 29/12/2025 12:04:50 | Foto: Vanessa Totti
Evento prevê atos públicos, seminário e debates sobre direitos das pessoas trans.
Participantes da Marsha Trans Brasil em mobilização pela Visibilidade Trans Nacional na Esplanada dos Ministérios, em Brasília
A 3ª edição da Marsha Trans Brasil ocorrerá em Brasília no mês de janeiro, reunindo agenda institucional, atividades formativas, atos públicos e debates voltados à visibilidade e articulação coletiva de políticas para a população trans no país.
A Marsha é um dos principais eventos dedicados à promoção da cidadania e dos direitos das pessoas transsexuais. Em sua terceira edição, a programação acontece entre os dias 24 e 27 de janeiro na capital federal. A iniciativa busca fortalecer ações que envolvem juventudes, educação, direitos, debates políticos e construção coletiva.
O evento nacional ocorre em um contexto em que essa população ainda precisa defender o direito à própria vida. Ano passado, 105 pessoas trans foram mortas no Brasil, segundo dossiê da Rede Trans Brasil. O país segue como o que mais mata pessoas trans no mundo.
Além da violência, a exclusão no mercado de trabalho formal e o acesso à saúde também são entraves para cidadania plena de pessoas trans, travestis e não-binárias.
Em paralelo às atividades públicas, a Marsha Trans Brasil apresentará um conjunto de propostas voltadas às conferências pelos direitos das pessoas LGBT+, incluindo medidas de enfrentamento às desigualdades históricas, fortalecimento da participação social, ampliação da escuta qualificada e consolidação de mecanismos de monitoramento e implementação de políticas.
As propostas têm como objetivo orientar ações que promovam equidade, reparação e reconhecimento institucional da diversidade de gênero e sexualidade, garantindo metas, orçamento e acompanhamento social.
Um levantamento inédito do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF/Codeplan) revelou que 14.976 pessoas se identificam como transgênero. O perfil da comunidade LGBT+ faz parte da série Retratos do DF, divulgada em outubro.
Programação
Na edição de 2026, a programação pretende reforçar articulações e ampliar estratégias de defesa e promoção dos direitos trans em diferentes instâncias do poder público.
As atividades da Marsha Trans Brasil têm início no dia 24 de janeiro com o Bailinho Trans, a partir das 12h em local ainda a ser confirmado, seguido de uma reunião interna da comissão organizadora para alinhamento das ações institucionais e logísticas.
No dia seguinte, o evento se concentra em frente ao Congresso Nacional, a partir das 13h, com debates, intervenções artísticas e manifestações culturais que destacam direitos trans e denunciam retrocessos, integrando a agenda oficial da Visibilidade Trans Nacional e ampliando a presença do tema no debate público.
Em 26 de janeiro, a programação se volta a atividades formativas e institucionais. A partir das 9h, ocorre o Fórum de Marshas Trans, dedicado à discussão de estratégias nacionais. Depois, será realizado o Seminário Nacional de Transmasculinidades Negras, seguido de atividades com juventudes trans. Às 16h está previsto uma reunião com a ONU Mulheres na Casa da ONU para articulação de políticas; e entre 17h e 18h uma agenda de Visibilidade Trans Nacional com representantes do Executivo e do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
No último dia da Marsha, a programação se encerra com o Seminário sobre Educação, às 9h, na sede da Ordem dos Advogados Brasileiros (OAB-DF) em parceria com a OAB Diversidade, que vai abordar inclusão escolar, permanência de estudantes trans e o papel das instituições no combate à discriminação.
Segundo a organização da Marsha, a programação reflete o processo de construção coletiva conduzido por movimentos sociais, ativistas e organizações que atuam na defesa de direitos das pessoas trans. A edição de 2026 reafirma Brasília como espaço central dessa mobilização, cujo objetivo é consolidar avanços e fortalecer a presença da população trans nos debates públicos.
Editado por: Clivia Mesquita
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