MISMEC-DF realiza a XXXIII Edição do Curso de Formação em Terapia Comunitária Integrativa

A aula inaugural foi ministrada pela psiquiatra Henriqueta Camarotti, pioneira da TCI no Distrito Federal.

MISMEC-DF realiza a XXXIII Edição do Curso de Formação em Terapia Comunitária Integrativa
MISMEC-DF realiza a XXXIII Edição do Curso de Formação em Terapia Comunitária Integrativa

Por Maria José Rocha Lima* - 08/10/2025 11:50:23 | Foto:

A MISMEC-DF está realizando a XXXIII Edição (2025) do Curso de Formação em Terapia Comunitária Integrativa (TCI).

Atendendo ao convite da terapeuta Sarah Maria Coelho de Souza, aceitei participar do curso, que teve início no último dia 5.

A aula inaugural foi ministrada pela psiquiatra Henriqueta Camarotti, pioneira da TCI no Distrito Federal.

Neste fim de semana, tivemos a primeira aula presencial, conduzida pelas terapeutas Helenice Bastos, Regina Melo e Fátima Neri, coordenadora do curso, formadora e uma das dirigentes do MISMEC-DF.

O encontro contou também com a presença de Talita de Cássia Raminelli, presidente do MISMEC-DF.

A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) foi criada na década de 1980 pelo psiquiatra brasileiro Adalberto Barreto, doutor em Terapia de Família.

Desde então, a prática se espalhou pelo Brasil e por mais de 46 países, formando mais de 60 mil terapeutas em comunidades ao redor do mundo.

A TCI ajuda as pessoas a lidar com questões de saúde mental, como ansiedade e depressão, além de inquietações cotidianas que causam dor e sofrimento. Nos compartilhamentos dessas vivências, surgem aprendizagens coletivas e o sentimento de que ninguém está sozinho.

O Dr. Adalberto Barreto afirma:

“A TCI é um espaço público onde as pessoas da comunidade se reúnem para, juntas, encontrar soluções para seus problemas e criar um espaço de aprendizagem e troca de afetos que humanizam as relações. É um espaço de empatia, que vai promovendo a reconstrução do tecido social brasileiro, tão dilacerado e descuidado por quem deveria cuidar.”

Quando questionado sobre como uma prática nascida numa favela poderia servir aos países desenvolvidos, ele respondeu:

“No Brasil, o que desumaniza as pessoas é a miséria material; na Europa, não há miséria material, mas há miséria afetiva.”

Divulgação

A Roda de Terapia Comunitária é um espaço de acolhimento, não de debate político ou ideológico, nem de revelação de segredos.

É um lugar de escuta respeitosa e conexão humana, onde se valoriza a saúde e não a doença.

Ali se celebram pequenas e grandes conquistas, e todos falam em primeira pessoa, compartilhando inquietações pessoais.

Na roda, a inquietação que mais ressoa entre os participantes é votada e aprofundada.

Podem-se fazer perguntas, mas não se dão conselhos, nem se fazem julgamentos.

O compartilhamento de dores e histórias de superação faz com que uns aprendam com os outros — muitas vezes, criando vínculos afetivos tão fortes que se assemelham aos de uma família substituta.

Entre os ensinamentos populares frequentemente citados estão:

“Quando a boca cala, os órgãos falam.

Quando a boca fala, os órgãos saram.”

A música também está sempre presente, promovendo movimento e alegria.

Estou convencida de que a Terapia Comunitária Integrativa é uma poderosa ferramenta neste momento histórico em que vivemos.

Recentemente, li um artigo de Miguel Lucena, que abordava a criação de um aplicativo pago para “alugar um ombro amigo” — uma tentativa tecnológica de suprir a falta de afeto e de laços humanos.

A TCI, ao contrário, oferece gratuitamente o que mais nos falta: acolhimento, empatia e amor.

A Roda de Conversa da TCI fortalece vínculos, gera empatia e cria uma rede amorosa de apoio.

Atualmente, é uma política pública incorporada ao SUS.

No Distrito Federal, há Rodas Online todas as segundas-feiras, às 16h, sob a coordenação das terapeutas Fátima Neri e Sarah de Souza.

A prática tem se mostrado uma poderosa ferramenta de fortalecimento social e emocional, ajudando as pessoas a lidar com os desafios da vida e promovendo cura pela escuta, pela fala e pela convivência.

Divulgação

*Maria José Rocha Lima (Zezé) é professora, mestre em Educação pela Universidade Federal da Bahia e doutora em Psicanálise. Foi deputada estadual (1991–1999) e dirige a Casa da Educação Anísio Teixeira, no Distrito Federal.

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