No acumulado de 12 meses, PIB do Brasil tem o sexto maior crescimento do G20

Análise da Secretaria de Política Econômica estima que crescimento de 2,2% do PIB para 2025 está assegurado, e que o resultado pode ser maior. Exportações acima do previsto garantem elevação no período. Consumo das famílias diminui no trimestre, por conta da alta taxa básica de juros

No acumulado de 12 meses, PIB do Brasil tem o sexto maior crescimento do G20
No acumulado de 12 meses, PIB do Brasil tem o sexto maior crescimento do G20

Agência Gov | Via Spe - 05/12/2025 20:39:51 | Foto: Arquivo

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda (MF) divulgou, nesta sexta-feira (5/12), a “Nota Informativa — PIB do 3º Trimestre de 2025”. O material apresenta análises sobre a alta de 0,1% no Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano na comparação com o segundo trimestre (na série com ajuste sazonal). Já o crescimento acumulado nos últimos quatro trimestres é de 2,7%, o que coloca o Brasil na sexta melhor posição, neste quesito, entre os países do G20.

Com o resultado de 0,1% observado no terceiro trimestre, o carrego estatístico para 2025 subiu de 2,0% para 2,2%, de acordo com a Nota Informativa. A análise foi feita com bases nos dados divulgados pelo IBGE

O carrego estatístico de que fala a SPE significa que o PIB anual do Brasil já teria assegurado um crescimento de 2,2% mesmo que não ocorra crescimento algum no último trimestre. E que mais uma vez a economia do País superou as expectativas, pois a projeção anterior era de 2%. Além disso, como é improvável que não haja crescimento adicional entre outubro e dezembro, o cenário sugere um "viés de alta" para a expectativa final de crescimento do PIB em 2025.

Exportações mais fortes que o esperado
Segundo o relatório da SPE, "as exportações cresceram 7,2% no terceiro trimestre, ante alta de 2,1% no segundo trimestre (dado revisado de 2,0%), enquanto as importações desaceleraram de 3,9% (dado revisado de 4,4%) para 2,2%. Na passagem entre trimestres, destaca-se o maior ritmo de expansão nas exportações de produtos agropecuários e extrativos. No caso das importações, contribuiu para a desaceleração frente ao trimestre anterior principalmente o menor ritmo das importações de serviços".

O crescimento das exportações contrariou expectativas surgidas após o tarifaço que Donald Trump impôs sobre produtos brasileiros, a partir de agosto. O Brasil buscou novos mercados e, recentemente, os Estados Unidos retiraram parte das tarifas.

Também segundo a SPE, "na passagem entre trimestres, destaca-se o maior ritmo de expansão nas exportações de produtos agropecuários e extrativos. No caso das importações, contribuiu para a desaceleração frente ao trimestre anterior principalmente o menor ritmo das importações de serviços".

Consumo de famílias cai por causa da Selic
Houve recuo no consumo das famílias, na comparação com o segundo trimestre do ano. Segundo a SPE, a alta taxa básica de juros, a Selic, definida pelo Banco Central, está na raiz dessa desaceleração.

"O consumo das famílias desacelerou de 1,8% para 0,4% do segundo para o terceiro trimestre, refletindo o recuo no consumo de bens duráveis e não duráveis e a redução no ritmo de consumo de produtos semiduráveis e de serviços, principalmente importados. A desaceleração do consumo está associada ao desaquecimento dos mercados de trabalho e crédito no terceiro trimestre, em resposta aos impactos defasados da política monetária restritiva", diz o documento.

“O ritmo de crescimento foi inferior ao projetado pela SPE na margem, embora a expansão tenha sido muito próxima à esperada na comparação interanual. Essa discrepância tem a ver com as revisões nas séries trimestrais desde 2024”, conforme o texto da Nota Informativa (as revisões estão sendo realizadas pelo IBGE). Para o PIB do terceiro trimestre, a SPE havia estimado resultado de 0,3% sobre o trimestre anterior.

Impactos
O material da SPE informa que, com as revisões e resultados para o terceiro trimestre incorporados ao cenário, o crescimento projetado para o PIB da agropecuária para 2025 deve ser significativamente superior à alta de 9,5% anteriormente esperada. Para o PIB da indústria, a projeção de expansão de 1,3% também deve ser revisada para cima. Em contrapartida, a alta antes esperada para o PIB de serviços, de 1,9%, deve passar a ser menor.

Pela ótica da demanda, a contribuição da absorção para 2025 tende a ser inferior à antes esperada, considerando principalmente a revisão para baixo no consumo das famílias no primeiro semestre. Em contrapartida, o setor externo deve compensar, sobretudo, pela revisão para baixo nas importações

A Nota Informativa da SPE ressalta ainda que, considerando todas essas mudanças, o viés de revisão para o PIB de 2025 é de alta: “O carregamento estatístico até o terceiro trimestre já é de 2,2%, similar ao crescimento que a SPE projetava antes para o ano. No entanto, a expectativa continua sendo de crescimento positivo na margem ainda no quarto trimestre, repercutindo, principalmente, uma leve melhora no desempenho dos serviços”.

As revisões apontam que atividades relacionadas a setores menos cíclicos, principalmente, tiveram desempenho melhor no primeiro semestre de 2025, em comparação ao antes apresentado, ao contrário do observado para os setores cíclicos. Além disso, a tendência de desaceleração da atividade (na revisão do PIB do terceiro trimestre de 2025) se tornou mais acentuada, reduzindo também o carry-over para 2026. “Dessa maneira, não se altera a perspectiva de desaquecimento econômico e de fechamento do hiato desenhada do segundo semestre de 2025 em diante”, de acordo com a Nota Informativa.

Posição internacional
Dentre os países do G-20 que já divulgaram o resultado do PIB do terceiro trimestre, o Brasil ocupou a 11ª posição na margem; a oitava posição na comparação interanual e a sexta posição no acumulado em quatro trimestres, informa a SPE.

Sob o panorama de comparação interanual , o PIB do terceiro trimestre deste ano cresceu 1,8%, em comparação ao mesmo período de 2024, diante de alta de 2,4% verificada no segundo trimestre de 2025 (dado revisado de 2,2%). Já na comparação anual (entre o acumulado dos quatro primeiros trimestres de 2025 ante igual período do ano passado), o PIB desacelerou de 3,3% para 2,7%, do segundo para o terceiro trimestre de 2025.

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