A crescente popularização das tatuagens levou ao desenvolvimento de diversos novos pigmentos
Por Dr. Bernardo Petriz – Ciência Para Saúde - 28/10/2023 09:39:42 | Foto: Divulgação
Nas últimas décadas, a arte corporal, em especial, o piercing e a tatuagem, ganharam grande popularidade nos países ocidentais. Entretanto, existem poucos dados globais sobre o número de pessoas tatuadas. Estima-se que a prevalência de tatuados em países como os Estados Unidos, Australia e na Europaseja de 10-20% da população. Apesar disso, um dado é muito claro, as gerações mais antigas, em especial a dos baby boomers (1946-1965) e da geração X ( 1965 - 198045 ) são consideravelmente menos adeptas à tatuagem em comparação às gerações mais novas.
A crescente popularização das tatuagens levou ao desenvolvimento de diversos novos pigmentos, no entanto, pouco se sabe sobre os possíveis riscos toxicológicos dos ingredientes utilizados nestas tintas. Em um artigo publicado no periódico científico Lancet, os pesquisadores avaliam que para a aplicação intradérmica segura desses pigmentos, seria muito importante o conhecimento detalhado da toxicidade e biocinética destes compostos. Outra preocupação é a possível conversão metabólica dos ingredientes utilizados nas tintas em substancias tóxicas ao organismo.
Recentemente, um grupo de pesquisa em química inorgânica da Universidade de Binghamton em Nova York, passou a investigar a composição molecular das tintas de tatuagem. O objetivo do estudo foi detalhar ao profissional tatuador maior conhecimento sobre as tintas, e os possíveis riscos que possam surgir. Após uma série de entrevistas com tatuadores locais, os pesquisadores observaram que os artistas conheciam bem as principais marcas, no entanto, tinham pouco conhecimento sobre a sua composição.
A pesquisa, ainda em andamento, conseguiu mapear e confirmar a presença de ingredientes que não estavam listados em alguns rótulos, como por exemplo, o etanol. Outro achado foi a identificação do componente “azo” em 23 das 56 tintas analisadas. Apesar do composto não ser essencialmente toxico quando intacto, a sua degradação por luz ultravioleta ou bactérias pode fazer mal a saúde. Por fim, o uso de microscopia eletrônica identificou em algumas tintas, partículas menos de 100 nm. Isso chamou a atenção dos pesquisadores pois partículas deste tamanho conseguem atravessar a membrana celular podendo ser prejudicial ao organismo. Os dados preliminares da pesquisa foram apresentados recentemente no encontro anual da Sociedade Americana de Química (ACS).
Para mais informações sobre o estudo, assista ao vídeo pelo link:
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Fonte: Leia aqui.
Sobre o Ciência pra saúde: o CPS é uma Edutech formada professores e pesquisadores com experiência no ensino superior, gestão educacional e empreendedorismo na área da saúde e biotecnologia;
Bernardo Petriz é Professor e pesquisador na área da ciência do exercício & saúde com mestrado em Educação Física e doutorado em Ciências Genômicas e Biotecnologia. É o fundador e diretor executivo do Ciência para Saúde e da Ipê-O´tech, startup de desenvolvimento biotecnológico no Distrito Federal.
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