Organização Mundial da Saúde publicou primeiro documento sobre produtos de imunização; VSR causa 100 mil mortes anualmente e 3,6 milhões de internações de crianças abaixo de cinco anos em todo o mundo; agência recomenda vacina aplicada mãe e bebês a todos os países
Agência Onu News - 02/06/2025 10:01:12 | Foto: © Unicef/Saurabh Chakravarty
Quase 50 mil bebês, com menos de 6 meses de idade, morrem todos os anos após contrair o vírus sincicial respiratório, VSR. O vírus causa infecções respiratórias agudas levando a mais de 3,6 milhões de hospitalizações de crianças abaixo de cinco anos no mundo.
Nesta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde, OMS, publicou seu primeiro documento de posicionamento sobre produtos de imunização para proteger bebês contra o vírus.
Dois produtos de imunização
Países de rendas baixa e média concentram 97% dos óbitos por VSR devido a pouco acesso a recursos de oxigênio ou hidratação.
Publicado no Boletim Semanal Epidemiológico, o documento de posicionamento descreve as recomendações da OMS para dois produtos de imunização: uma vacina materna que pode ser aplicada em gestantes no terceiro trimestre para proteger seus bebês e um anticorpo monoclonal de ação prolongada que pode ser administrado a bebês desde o nascimento, pouco antes ou durante a temporada de VSR.
Kate O'Brien, diretora de Imunização, Vacinas e Produtos Biológicos da OMS afirma que esses passos reduzir drasticamente as hospitalizações e as mortes, salvando, em última análise, muitas vidas de bebês em todo o mundo.
O vírus é extremamente infeccioso em todas as idades, mas é especialmente prejudicial aos bebês, especialmente os prematuros, quando são mais vulneráveis a doenças graves.
O VSR geralmente causa sintomas leves semelhantes aos de um resfriado comum, incluindo coriza, tosse e febre. No entanto, pode levar a complicações graves – incluindo pneumonia e bronquiolite – em bebês, crianças pequenas, idosos e pessoas com sistema imunológico comprometido ou condições de saúde subjacentes.
Pré-natal de rotina
A OMS recomenda que todos os países introduzam a vacina materna, RSVpreF, ou o anticorpo monoclonal nirsevimabe, dependendo da viabilidade de implementação no sistema de saúde existente de cada país, da relação custo-efetividade e da cobertura prevista. Ambos os produtos foram recomendados pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização, Sage, para implementação global em setembro de 2024.
Além disso, a vacina materna recebeu pré-qualificação da OMS em março de 2025, permitindo sua aquisição por agências da ONU.
A OMS recomenda que a vacina materna seja aplicada em gestantes a partir da 28ª semana para otimizar a transferência adequada de anticorpos para o bebê.
A vacina pode ser administrada durante o pré-natal de rotina, incluindo uma das cinco consultas pré-natais recomendadas pela OMS no terceiro trimestre ou em quaisquer consultas médicas adicionais.
O segundo imunizante recomendado pela OMS, o nirsevimabe, é administrado como uma única injeção de anticorpos monoclonais que inicia a proteção dos bebês contra o VSR dentro de uma semana após a administração e dura pelo menos 5 meses, o que pode cobrir toda a temporada de VSR em países com sazonalidade do VSR.
Primeira consulta do bebê
A OMS recomenda que os bebês recebam uma dose única de nirsevimabe logo após o nascimento ou antes da alta da maternidade. Se não for administrado ao nascimento, o anticorpo monoclonal pode ser administrado durante a primeira consulta médica do bebê.
Se um país decidir administrar o produto apenas durante a temporada de VSR, em vez de o ano todo, uma única dose também pode ser administrada a bebês mais velhos, pouco antes de entrarem na primeira temporada de VSR. O maior impacto na doença grave causada pelo VSR será alcançado com a administração do anticorpo monoclonal em bebês com menos de 6 meses de idade. No entanto, ainda há um benefício potencial entre bebês de até 12 meses de idade.
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