Os 12 melhores locais para visitar em Vila Viçosa

É um dos locais mais bonitos do Alentejo e foi escolhida para residência da família real. Estes são os melhores locais para visitar em Vila Viçosa

Os 12 melhores locais para visitar em Vila Viçosa
Os 12 melhores locais para visitar em Vila Viçosa

Por: Vxmag / Fotos: Reprodução Vxmag - 12/11/2018 11:31:24 | Foto:

Estando situada numa das regiões mais férteis do Sul de Portugal, Vila Viçosa conta no seu passado com alguns momentos importantes para a história do país. Aqui foi estabelecida a Casa dos Duques de Bragança, a família nobre mais poderosa a seguir à Casa Real. O 1º Duque de Bragança foi D. Afonso, filho ilegítimo de D. João I (1385-1433). Mas a construção do Palácio Ducal, que se pode visitar actualmente, deve-se ao 4º Duque de Bragança, D. Jaime que, no séc. XVI, muito contribuiu para o desenvolvimento da vila. Durante as Cortes de 1646, D. João IV, 8º Duque de Bragança, coroou e proclamou padroeira de Portugal a imagem de Nossa Senhora da Conceição, venerada na igreja matriz. A partir desse momento os Reis de Portugal deixaram de usar a coroa real. Vila Viçosa é conhecida pelo abundância de mármore na região, pois é extraído e explorado a partir de mais de 160 pedreiras, sendo internacionalmente conhecido (sobretudo o rosa). Estes são os melhores locais para visitar em Vila Viçosa.

1. Paço Ducal de Vila Viçosa

No início do século XVI D. Jaime I, 4º Duque de Bragança, decidiu edificar um novo paço em Vila Viçosa. Situado na Horta do Reguengo, fora dos muros do aglomerado urbano medieval, o novo palácio erguia-se num local “caracterizado por extensos olivais e por abundância de água”. Foi durante séculos a sede da sereníssima Casa de Bragança, uma importante família nobre fundada no século XV, que se tornou na Casa Reinante, quando a 1 de Dezembro de 1640, o 8º Duque de Bragança foi aclamado Rei de Portugal (D. João IV). A fachada principal é toda revestida de mármores da região e inspira-se na arquitectura italiana renascentista, com três andares, a cada um deles correspondendo, desde o rés-do-chão ao piso superior, uma das ordens clássicas: dórica, jónica e coríntia.

Vila Viçosa

Vila Viçosa

No interior das suas 50 salas visitáveis guardam-se as peças das preciosas colecções de arte e as raríssimas espécies bibliográficas que pertenceram a D. Manuel II, último monarca reinante de Portugal. Destacam-se pinturas dos membros artistas portugueses do século passado, ourivesaria, tapeçarias flamengas e francesas, pinturas a fresco em paredes e tectos, mobiliário de estilo, porcelanas orientais, portuguesas, italianas e de outras origens, armaria antiga com peças raras de fabrico oriental, português, alemão, francês, etc. Depois da subida de D. João IV ao trono, o Paço de Vila Viçosa deixaria der ser a residência oficial dos Duques de Bragança. No reinado de D. João V, em 1716, o monarca ordenou novas obras no palácio, só terminadas no tempo de D. José. O palácio voltaria a ser remodelado no final do século XIX, sendo então um dos locais preferidos pela Família Real para as suas temporadas fora da capital do reino. Em meados do século XX, por disposição testamentária de D. Manuel II, criou-se a Fundação da Casa de Bragança que passou a tutelar o Paço de Vila Viçosa e que agora funciona como museu.

2. Castelo de Vila Viçosa

Vila Viçosa não parece ter sido uma região muito importante, antes da reconquista cristã da península Ibérica, apesar de haver vestígios de ocupação romana, e já na posse portuguesa, só no reinado de D. Afonso III, em 1270, se pode situar o provável início da construção do castelo, que D. Dinis, terá concluído. No reinado de D. Fernando I, o castelo é objecto de melhoramentos e passa a pertencer, depois da crise de 1383 a 1385, a D. Nuno Álvares Pereira, por doação do rei D. João I, como recompensa pelos serviços prestados.

Castelo de Vila Viçosa

Em 1422, os novos donos, os duques de Bragança, mandam construir um paço no castelo, mas o terceiro Duque de Bragança foi acusado de traição e executado, e Já em 1501, depois de ter estado exilado em Castela, D. Jaime de Bragança, filho do duque executado, não quis residir no castelo e mandou construir o actual Paço Ducal. D. Jaime também fez obras no castelo, melhorando as suas defesas, o que voltaria a acontecer durante a Guerra da Restauração, depois de 1640, com a sua adaptação para suportar artilharia, possibilitando-lhe repelir o assalto das tropas espanholas em 1665. Classificado como Monumento Nacional, é propriedade da Fundação da Casa de Bragança, nele funcionam o Museu da Caça e o Museu de Arqueologia da Fundação e também no seu anterior, existe a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.

3. Igreja e Convento das Chagas

Erigido em 1514, por D. Jaime, para ser o Panteão das Duquesas de Bragança, o Real Convento das Chagas de Cristo, como também é conhecido, foi ocupado em 1535 pelas clarissas provenientes do Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Beja. Ali se recolheram jovens da melhor nobreza do reino que ingressavam na vida religiosa, muitas delas nascidas de relações extraconjugais. Apesar do despojamento característico desta ordem religiosa, as muitas doações transformaram este convento num dos mais prósperos e opulentos do país.

Igreja e Convento das Chagas

Igreja e Convento das Chagas

O interior da igreja – classificada, desde 1944, monumento nacional, em conjunto com os claustros do convento –, é totalmente coberto de azulejos policromos datados de 1626, o altar-mor é rico em talha dourada e em pinturas do século XVI. Actualmente o Convento alberga a Pousada D. João IV e nos vários quartos perpetuam-se as lendas encantadas dos tempos em que, nas diversas celas, retiros e oratórios, as religiosas dedicavam o seu tempo à contemplação e oração.

4. Igreja e Convento dos Agostinhos

Em frente ao Paço Ducal surge o Convento e Igreja dos Agostinhos, cuja construção teve início em 1267, no reinado de D. Afonso III, sob a invocação de Nossa Senhora da Graça. Entregue à Ordem dos Eremitas Calçados este foi o primeiro convento a ser instituído em Vila Viçosa.

Igreja e Convento dos Agostinhos

Igreja e Convento dos Agostinhos

Aquando do início da construção do Palácio Ducal (1501), o convento foi reestruturado, por ordem de D. Jaime, quarto Duque de Bragança, e a sua fachada ficou virada para o Terreiro do Paço. A igreja, de estilo barroco, transformou-se, a partir de 1677, no Panteão da memória dos Duques de Bragança, acolhendo no seu interior o túmulo do primeiro Duque de Bragança – D. Afonso, classificado monumento nacional desde 1910

5. Igreja de São João Evangelista

Na Praça da República ergue-se este templo seiscentista, também conhecido como Igreja do Colégio ou de São Bartolomeu, edificado por ordem dos Duques de Bragança (1636), para acolher o colégio jesuíta de São João Evangelista, fundado anos antes, em 1601. A imponente fachada, revestida com os mármores da região, é rasgada por três ordens de janelas e o mesmo número de portais, ladeados por colunas dóricas.

Igreja de São João EvangelistaIgreja de São João Evangelista

Flanqueada por duas torres sineiras quadrangulares, conta ainda na fachada com o relógio ali colocado em 1822 pela autarquia. No seu interior, o templo é um exemplar clássico da arquitectura barroca, destacando-se o retábulo do altar-mor feito em talha dourada pelo calipolense Bartolomeu Gomes em 1726.

6. Santuário de Nossa Senhora da Conceição

O Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa é também conhecido por Solar da Padroeira, por nele se encontrar a imagem de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal. A igreja, que é simultaneamente Matriz de Vila Viçosa, fica situada dentro dos muros medievais do castelo da vila, não se podendo porém precisar a data exacta da sua fundação, sendo que a existência da matriz é já assinalada na época medieval. O edifício actual resulta da reforma levada a cabo em 1569, reinando D. Sebastião, sendo um amplo templo de três naves, onde o mármore regional predomina como material utilizado na construção. Segundo a tradição, a imagem da padroeira terá sido oferecida pelo Condestável do Reino, D. Nuno Álvares Pereira, que a terá adquirido em Inglaterra. A mesma imagem teve a honra de, por provisão régia de D. João IV, referendada em cortes gerais, ter sido proclamada Padroeira de Portugal, em 25 de Março de 1646. A partir de então não mais os monarcas portuguesas da Dinastia de Bragança voltaram a colocar a coroa real na cabeça.

Santuário de Nossa Senhora da Conceição

Santuário de Nossa Senhora da Conceição

A notável imagem, em pedra de ançã, encontra-se no altar-mor da igreja, estando tradicionalmente coberta por ricas vestimentas (muitas delas oferecidas pelas Rainhas e demais damas da Casa Real). Ainda em 6 de Fevereiro de 1818 o Rei D. João VI concedeu nova benesse ao Santuário, erigindo-o cabeça da nova Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, agradecendo à Padroeira a resistência nacional às invasões francesas. Neste Santuário nacional estão sediadas as antigas Confrarias de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e dos Escravos de Nossa Senhora da Conceição.

7. Igreja e Convento dos Capuchos

A igreja conventual, dedicada a Nossa Senhora da Piedade, é uma construção barroca de setecentos. A entrada é vedada por gradeamento em ferro forjado do século XVIII e no seu interior três nichos emoldurados conservam as figuras em terracota de S. Francisco, Santo António e S. Bernardino de Siena.

Igreja e Convento dos Capuchos

Igreja e Convento dos Capuchos

No alpendre, antes da entrada na igreja, surge-nos do lado esquerdo a capela do trânsito de São Francisco, erigida no reinado de D. João V e que constitui um dos elementos mais curiosos do edifício. No seu interior são apresentadas quatro figurações iconográficas concebidas em barro cozido e policromado. Numa dessa cenas, S. Francisco é chorado, no seu humilde leito de morte, por oito frades ajoelhados

8. Museu do Mármore

O Museu do Mármore está instalado num edifício centenário da antiga estação conhecida como Caminhos de Ferro, na localidade de Vila Viçosa, no Alentejo, Portugal. O magnífico mármore Português chega a todo o Mundo, oriundo das pedreiras de Vila Viçosa, Borba e Estremoz. A sua qualidade superior permite a exploração desde o período romano. Mármore, do latim marmor, ou seja, pedra de qualidade ou pedra branca, é das mais fortes marcas portuguesas.

Tendo como grande desígnio a promoção do Mármore Português e a percepção sobre os processos de extracção e transformação desta rocha ornamental de Qualidade, o Museu do Mármore de Vila Viçosa abriu as suas portas em Outubro de 2000 na antiga estação de comboios desta Vila. Este museu expõe,de forma didáctica, e ciclo do mármore desde a geologia, passando pela história, a extracção e a transformação do mármore. Aqui é possível contemplar a maquinaria utilizada durante a extracção, assim como várias peças de arte resultantes do trabalho nesta rocha ornamental. Em 2013, o Museu foi instalado na Pedreira da Gradinha, junto à saída para Borba.

9. Pedreira d’el Rey

São 120 metros de profundidade, impróprios para quem sofre de vertigens mas vertiginosamente surpreendentes. Uma das maiores pedreiras de Vila Viçosa pode ser admirada por visitantes através de visitas marcadas pelo Marmòris. Detida pelo mesmo proprietário que abriu o hotel, a pedreira d’el Rey — assim batizada por estar no antigo monte d’el Rey — permite extrair várias cores de mármore, do branco ao rosa, passando pelo creme e o pele de tigre, assim chamado por causa das manchas que se assemelham à pele do animal.

Pedreira d'el Rey

Pedreira d’el Rey

Como explica o guia a partir do miradouro no alto — a visita não permite descer à pedreira, por razões de segurança –, o mármore é retirado por patamares, e apenas maquinaria própria, com fio de diamante, consegue cortá-lo em blocos para venda. Esses blocos — gigantes retangulares e maciços — podem ser admirados na segunda paragem da visita, já marcados a vermelho e, portanto, prontos para venda. Confidência indiscreta: Saddam Hussein era um dos principais clientes do mármore de Vila Viçosa, e o negócio nunca mais foi o mesmo desde a sua morte.

10. Casa de Bento de Jesus Caraça

Foi aqui que Bento de Jesus Caraça nasceu em 1901 e viveu alguns anos. A casa ilustra a sua origem humilde, de uma família de trabalhadores agrícolas. Outro dado que rapidamente se evidencia é a capacidade de aprendizagem de Bento de Jesus Caraça que teve um percurso académico invulgar. Um ano depois de entrar no ensino superior foi nomeado assistente e aos 28 anos já era professor catedrático. Em Matemática, Álgebra e Geometria Analítica.

Bento de Jesus Caraça

Bento de Jesus Caraça

Na Casa Museu é feita esta cronologia e também há documentação que revela outras vertentes de Bento de Jesus Caraça que pagou caro por não se conformar com um regime politico que privava os portugueses de liberdade. Teve sempre uma forte actividade cívica e política. Apostava na cultura como um instrumento para afirmação do individuo e da sociedade e até criou a Biblioteca Cosmos onde publicou mais de uma centena de livros de divulgação cientifica e cultural. Devido a esta intervenção cívica e politica ligada à resistência, aos movimentos democráticos e ao PCP foi preso pela PIDE e demitido de professor catedrático. Dois anos depois faleceu.

11. Museu do Estanho

Apeles Caetano Coelho nasceu em Vila Viçosa a 8 de Abril de 1928. Nessa época, cedo iniciou a aprendizagem de um ofício. Concluída a 3ª classe (escolaridade obrigatória à época), Apeles rumou a uma oficina de serralharia de referência – “Os Manões”, onde aprendeu a arte como serralheiro e ferreiro. Com um filho, e um ordenado insuficiente, estabeleceu-se por conta própria no Monte das Cabanas, entre Vila Viçosa e Bencatel, a reparar ferramentas das pedreiras (picões, escopros, ponteiros, picaretas, enxadas). Teria então cerca de 32 anos. O Padrinho Espanca, antiquário, estimulara-o desde muito novo, arranjando-lhe alguns “biscates” de restauro de peças antigas. Empenhou-se então no fabrico de réplicas originais dos séc XVI e XVII. Iniciado o seu percurso artístico, adquiriu fama e passou a ser referenciado no fabrico de artefactos de estanho, dada a qualidade de acabamento e o desenho das suas peças, tendo obtido vários prémios nacionais e internacionais (ex. Menção Honrosa Prémio FNA 1998 “Fragata do Séc. XVIII”).

Museu do Estanho

Museu do Estanho

Transmitiu os seus conhecimentos a muitos jovens que lhe manifestavam vontade de aprender a arte; alguns deles viriam mais tarde a criar as suas próprias oficinas. Apeles Coelho, autodidacta, não conhecia impossíveis na arte de trabalhar o estanho e, sem segredos, evoluiu, aperfeiçoou a liga e foi aumentando a sua colecção, que chegou a ser considerada por especialistas na matéria como uma das maiores colecções de peças da Europa. A qualidade foi o único seu “segredo” – que sempre referiu com orgulho. Faleceu a 27 de Novembro de 2015 após doença prolongada. Por vontade expressa de seu filho, José António Simões Coelho, foi entregue à guarda da Câmara Municipal de Vila Viçosa, um conjunto de equipamentos, ferramentas e peças de estanho, que constituem um verdadeiro espólio que, pela sua grandeza e riqueza, justificou a criação deste espaço museológico, homologado por deliberação do Executivo Municipal, em reunião de 24 de Março de 2016. A Câmara Municipal de Vila Viçosa procedeu à inauguração do Museu do Estanho “Apeles Coelho”, tornando este espaço museológico, uma realidade a partir do dia 8 de Setembro de 2016.

12. Museu da Caça e Arqueologia

O Museu de Caça e Arqueologia estão instalados no piso térreo do Castelo. O museu de Arqueologia tem peças do Paleolítico ao século XVIII, sobretudo materiais romanos recolhidos em escavações efectuadas em Vila Viçosa. Inclui peças oriundas de antigas civilizações mediterrânicas, Egipto, Roma, Cartago – e pré-colombianas. O Museu da Caça representa um importante núcleo museológico quer pela qualidade e quantidade dos objetos expostos, como pela originalidade do projecto que lhe deu vida dentro do panorama nacional.

Museu da Caça e Arqueologia

Museu da Caça e Arqueologia

Esta colecção riquíssima de espécies venatórias, inclui numerosas aves europeias e troféus de caça de origem africana, bem como alguns exemplares propriedade da Fundação, como o crânio de elefante pigmeu. O grande núcleo de armas gentílicas foi oferecido ao rei D. Carlos e ao Príncipe D. Luis Filipe em 1907 quando da visita deste último às antigas colónias ultramarinas, nomeadamente a Moçambique.

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