Pesquisadores defendem indicação da Estação Ecológica de Águas Emendadas a Patrimônio Mundial Natural da Unesco

Candidatura foi apresentada hoje em reunião do Comitê de Bacias Hidrográficas.

Pesquisadores defendem indicação da Estação Ecológica de Águas Emendadas a Patrimônio Mundial Natural da Unesco
Pesquisadores defendem indicação da Estação Ecológica de Águas Emendadas a Patrimônio Mundial Natural da Unesco

Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader - 26/07/2025 18:34:01 | Foto: Divulgação/Brasília Ambiental

Na manhã desta quinta-feira (24), foi dado o primeiro passo para o início do processo de tornar a Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae), administrada pelo Instituto Brasília Ambiental, Patrimônio Mundial Natural da Humanidade, título concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A proposta foi apresentada na própria Esecae, durante reunião do Grupo de Trabalho de Educação Ambiental do Comitê de Bacias Hidrográficas Maranhão-Distrito Federal (GTEA CBH Maranhão-DF).

A iniciativa envolve um grupo amplo de pessoas e entidades interessadas na preservação da unidade de conservação, como pesquisadores do coletivo Guardiões do Mestre D’Armas, da Universidade de Brasília (UnB) e do Instituto Federal de Brasília (IFB).

O pesquisador e professor do IFB, Adailton Oliveira, explica que o encontro desta quinta-feira, além de apresentar a proposta, mostrou in loco para os membros do Comitê de Bacias Hidrográficas todo o potencial da Unidade que justificaria a candidatura ao título.

A Unesco tem dez critérios de seleção para considerar a possibilidade de que algo se torne patrimônio mundial, mas exige atendimento de apenas um deles para avaliar essa possibilidade. “A Esecae atende a pelo menos três desses critérios: área de interesse científico (é espaço de pesquisa), fenômeno único no mundo (o das águas emendadas), e uma grande beleza cênica inegável. Então, isso é o que nos motivou a pensar nessa proposta: preservar esse espaço científico, o fenômeno e a beleza deste lugar”, justificou.

O agente de Unidade de Conservação do Brasília Ambiental, Gesileu D`Arc, enfatizou que a Estação Ecológica tem uma importância gigantesca na formação de duas grandes bacias hidrográficas: Tocantins/Araguaia e Platina ou bacia do Rio da Prata, “o que representa distribuição de água para o Brasil inteiro”.

O gestor lembrou, ainda, que a Esecae é uma porção dentro de um grande aquífero, que precisa ser cuidado. “Estando inserida nesse cenário, teremos maiores possibilidades de traçar políticas públicas, de coordenar ações a nível distrital, nacional e internacional, voltadas à preservação da Estação”, avaliou, referindo-se à possível conquista do título de Patrimônio Mundial Natural.

Gesileu recordou que a Estação já tem uma “ponte” com a Unesco: o Escudo de Água e Patrimônio, láurea concedida para uma reserva natural latino-americana de forma inédita em 2018, devido à significativa proteção de sua paisagem hídrica.

O presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer, ressaltou a importância ecológica da Esecae. “Além da contribuição para a formação das bacias hidrográficas que lhe rendeu o nome, a Estação guarda grande biodiversidade da fauna e flora do Cerrado, o que lhe atribui absoluta importância e justifica a iniciativa dos pesquisadores, totalmente apoiada pelo Brasília Ambiental. A inclusão na lista da Unesco confere reconhecimento global à área, atrai atenção internacional para sua importância e incentiva sua conservação”, lembrou.

Comitê de Bacias
A analista de planejamento urbano e infraestrutura do Brasília Ambiental e secretária geral do CBH Maranhão-DF, Patrícia Valls e Silva, destacou a importância dos Comitês de Bacias. “Os comitês são locais de integração, tanto do poder público como de usuários, e a sociedade civil no âmbito de recursos hídricos. Dentro dos comitês temos a função de articular a conversa entre os entes, dirimindo conflitos no que se refere a recursos hídricos”, esclareceu.

“A iniciativa de tornar a Estação patrimônio da humanidade vem complementar as ações dos Comitês, superconscientes da importância ambiental. O último debate que tivemos mais a fundo nos Comitês, por exemplo, foi a proposta da criação da APM (Área de Proteção de Manancial) Águas Emendadas. É que temos outras APMs no entorno, mas a parte norte da Estação está descoberta. Então, essa iniciativa se soma às nossas ações visando a proteção dessa unidade”, explicou.

*Com informações do Brasília Ambiental

Comentários para "Pesquisadores defendem indicação da Estação Ecológica de Águas Emendadas a Patrimônio Mundial Natural da Unesco":

Deixe aqui seu comentário

Preencha os campos abaixo:
obrigatório
obrigatório