Portugal busca ampliar parcerias na cadeia de suprimentos com a China, diz líder industrial
Agência Xinhua Brasil - 17/07/2025 07:01:16 | Foto: Visão de porto em Cascais, Portugal. Cascais é um dos destinos turísticos mais populares em Portugal. Xinhua/Meng Dingbo
A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa (CCILC) está procurando aprofundar as parcerias da cadeia de suprimentos com a China por meio da primeira participação do país na terceira Exposição Internacional da Cadeia de Suprimentos da China (CISCE, em inglês), disse seu secretário-geral, Bernardo Mendia.
Falando numa entrevista recente à Agência de Notícias Xinhua, Mendia, que também lidera a delegação portuguesa à CISCE deste ano, prevista para acontecer em Beijing de 16 a 20 de julho, disse que o evento oferece uma plataforma altamente construtiva para a cooperação bilateral.
"Esta não é apenas uma exposição", disse ele. É "uma oportunidade chave para Portugal e a China aprofundarem a cooperação econômica e comercial e expandirem as parcerias da cadeia de suprimentos".
O sistema de comércio internacional enfrenta atualmente inúmeros desafios, incluindo o aumento do protecionismo, interrupções logísticas e mudanças geopolíticas. Do ponto de vista da CCILC, disse Mendia, a CISCE oferece uma plataforma única para promover novas soluções, modelos de negócios e parcerias cooperativas.
Foto tirada em 14 de julho de 2025 mostra o estande da cadeia de suprimentos do setor de aviação na seção de fabricação avançada da 3ªExposição Internacional da Cadeia de Suprimentos da China (CISCE), em Beijing, capital da China. A 3ª CISCE, programada para ocorrer de 16 a 20 de julho em Beijing, deve se concentrar em cadeias de suprimentos de fabricação avançada, energia limpa, veículos inteligentes, tecnologia digital, vida saudável e agricultura verde. (Xinhua/Ju Huanzong)
A participação de Portugal neste ano, explicou Mendia, é impulsionada por uma combinação de fatores. Por um lado, a CISCE é uma plataforma internacional de alto nível com alcance global e forte influência, proporcionando às empresas portuguesas uma importante oportunidade de se conectarem com o mercado chinês e aumentarem a sua visibilidade. Por outro lado, o foco nas cadeias de suprimentos chega em um momento crucial.
A delegação portuguesa inclui empresas e instituições de setores como engenharia naval, energia offshore, serviços de certificação, seguros, investimento em educação, serviços jurídicos transfronteiriços e indústria do vinho. "Portugal pode ser pequeno em tamanho, mas nossas empresas são altamente internacionalizadas", disse Mendia. "Esperamos aproveitar esta oportunidade para mostrar as capacidades de inovação de Portugal em áreas como certificação, energia, logística, educação, seguros e consultoria jurídica."
Mendia destacou ainda o potencial de cooperação entre Portugal e a China no transporte internacional. Ambos os países ocupam posições geográficas estrategicamente importantes, e a crescente interconectividade de sua infraestrutura portuária, aérea, ferroviária e logística aponta para perspectivas prometedoras.
No contexto da cooperação China-Europa, ele observou que ainda há amplo espaço para expansão, seja no transporte marítimo, ferroviário ou aéreo, para desenvolver soluções mais eficientes, inteligentes e ecologicamente corretas.
Ele descreveu o momento e a relevância da exposição como positivos, dizendo que o evento contribui para o diálogo e a cooperação em um momento de maior pressão sobre as cadeias de suprimentos globais.
Ele disse que a CISCE é um espaço construtivo onde os vínculos comerciais, econômicos, tecnológicos e logísticos podem ser fortalecidos para o benefício de todas as partes interessadas, especialmente dos consumidores finais.
A participação de Portugal, disse, vai além da apresentação de produtos e serviços. O país visa, também, construir pontes para o diálogo e a implementação de projetos concretos.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da China, o comércio bilateral entre a China e Portugal atingiu US$ 9,28 mil milhões em 2024, marcando um aumento de 6,6% em relação ao ano anterior. As exportações chinesas para Portugal alcançaram US$ 6,11 mil milhões, um aumento de 5,5%, enquanto as importações de Portugal totalizaram US$ 3,17 mil milhões, aumento de 8,9%.
Mendia disse que Portugal atribui grande importância aos seus laços econômicos e comerciais com a China e espera desempenhar um papel mais importante na reestruturação das cadeias de abastecimento globais.
Descreveu Portugal como uma porta de entrada natural que liga a Europa, a África e a América do Sul, enfatizando que Portugal, como membro da UE, também oferece um ambiente regulatório estável e transparente e um quadro legal que apoia o investimento estrangeiro. Nos últimos anos, o país acelerou seu desenvolvimento em energia verde, tecnologia digital e manufatura inteligente, construindo agrupamentos industriais para apoiar a colaboração da cadeia de suprimentos global.
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