“Propina, é pelado na piscina”, diz Bolsonaro defendendo Pazuello e Franco das acusações

Na saída do hospital, Bolsonaro falou durante meia hora

“Propina, é pelado na piscina”, diz Bolsonaro defendendo Pazuello e Franco das acusações
“Propina, é pelado na piscina”, diz Bolsonaro defendendo Pazuello e Franco das acusações

Brenda Zacharias - Estadão - Tribuna Da Internet​​​​​​​ - 19/07/2021 08:37:23 | Foto: Tribuna da Internet

O presidente Jair Bolsonaro voltou a negar irregularidades na compra de vacinas por parte do Ministério da Saúde, conforme denúncias recentes, e a defender o ex-ministro Eduardo Pazuello e o ex-número 2 da pasta, o coronel Elcio Franco. As afirmações foram feitas na manhã deste domingo, 18, após o presidente receber alta médica e deixar o Hospital Vila Nova Star, onde estava internado desde a quarta-feira, 14. Na saída, ele parou para conversar com a imprensa por cerca de meia-hora.

A denúncia comentada por Bolsonaro diz respeito ao fato de Pazuello e Franco terem recebido representantes de uma empresa que pretendia intermediar a venda ao governo de 30 milhões de doses da Coronavac.

PARAÍSO DOS LOBISTAS – A vacina do laboratório chinês Sinovac já está em uso no País graças à parceria com o Instituto Butantan. Segundo Bolsonaro, o fato de o ex-ministro ter gravado um vídeo com os representantes já seria um indicativo de regularidade da situação, e minimizou a situação dizendo que Brasília é o “paraíso dos lobistas”.

“Se eu estivesse na Saúde, eu teria apertado a mão daqueles caras todos. O receber (os representantes)… ele não estava sentado à mesa. Geralmente, teria uma fotografia dele sentado à mesa e negociando. E se fosse propina, (Pazuello) não daria entrevista, meu Deus do céu, não faria aquele vídeo. Geralmente quando se fala em propina, é pelado e dentro da piscina”, disse o presidente.

A compra não foi concretizada. Segundo Bolsonaro, duas condições foram dadas por ele às negociações das vacinas: “passar pela Anvisa e só pagar quando chegar”.

ELOGIO AO CORONEL – Também de acordo com o presidente, o coronel da reserva Elcio Franco, que era secretário-executivo do ministério na época, agiu bem na intermediação. “Não tem um centavo nosso despendido com essas pessoas”, completou.

“Vocês acham que no bolo, naquelas reuniões do Planalto, chega um cara (e diz): ‘Pô, eu tenho uma vacina’ e apresenta para o ministro… Eles nem dão bola pro cara. Brasília é o paraíso dos lobistas, dos espertalhões”.

“Vocês sabiam que o orçamento diário da saúde é de R$ 500 milhões? Pode estar fazendo besteira? Pode. A gente fica grato se alguém apresentar algo que a gente possa corrigir. Agora, nos acusar, (acusar) a mim de corrupção por algo que não compramos, não pagamos, isso é má fé”, disse.

PONTO FINAL – Sobre as denúncias de atraso na compra de vacina, ele voltou a repetir que “não havia vacina” em fevereiro e em março: “A primeira vacina foi (aprovada) em dezembro, no Reino Unido. O Brasil começou a aplicar (vacinas) no mês seguinte. Estamos lá na frente no tocante à vacina. E no que depender de mim, a vacinação é não obrigatória e ponto final”.

A comissão (CPI) do Senado Federal, instalada no final de abril, apura supostas irregularidades na condução da pandemia por parte do governo. “Se aparecer corrupção no meu governo, vou ser o primeiro a buscar uma maneira de apurar e deixar na mão da Justiça para que seja apurado”, afirmou o presidente, sugerindo que novas possibilidades de cura da covid-19 e a origem da pandemia sejam os principais assuntos a serem tratados pela CPI da Covid.

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