Servidor da UnB recebe prêmio internacional por se destacar na pesquisa científica apesar de dificuldades

Daniel Moreira é biólogo na Faculdade de Medicina. Inovação na análise de proteínas e estudos sobre vida em condições extremas renderam reconhecimento

Servidor da UnB recebe prêmio internacional por se destacar na pesquisa científica apesar de dificuldades
Servidor da UnB recebe prêmio internacional por se destacar na pesquisa científica apesar de dificuldades

Renata Bezerra - Agência Unb - 01/05/2024 18:04:21 | Foto: Daniel no laboratório: reconhecimento recebido é fonte de inspiração para que mais técnicos embarquem na área científica. Foto: André Gomes/Secom UnB

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O pesquisador e servidor técnico-administrativo da Universidade de Brasília Daniel Moreira foi agraciado com o Inspirational and Resilience Award , da Biochemical Society . A premiação é dada por destaques na área de Bioquímica, apesar de dificuldades logísticas ou de financiamento. Daniel atua como biólogo na Faculdade de Medicina (FM/UnB).

Fundada em 1911, a Biochemical Society , que tem sede no Reino Unido, é uma das mais tradicionais sociedades científicas internacionais. Entre os critérios de elegibilidade utilizados para conceder a honraria, estão a necessidade de demonstrar o comprometimento em construir e apoiar futuros talentos, estar em começo ou em meio de carreira, e ter conquistado notáveis avanços na área apesar de recursos limitados ou falta de oportunidades.

“Fiquei muito feliz. Sempre é bom ter o nosso trabalho reconhecido. Ainda mais porque é um prêmio pelo conjunto da obra da minha pesquisa. E sendo um pesquisador em início de carreira, é bom ter visibilidade não só para mim, mas para a linha de pesquisa na qual atuo. Ainda não temos a estrutura ideal de pesquisa aqui, mas momentos como este reforçam a importância da carreira científica”, compartilha Daniel.

Daniel apresenta pesquisa explorada na revista Darcy. Entre as possibilidades do uso do aparelho celular para análise da quantidade de proteínas em amostras, está o maior alcance da ciência em locais com pouca infraestrutura. Foto: André Gomes/Secom UnB

O vencedor recebe um troféu, uma bolsa para participar de curso ou evento científico, a oportunidade de realizar uma palestra na Biochemical Society e a chance de ser mentorado por um dos editores da associação, entre outras premiações.


Para o professor José Roberto Leite, da Faculdade de Medicina, Daniel é um destaque. Um jovem pesquisador com muita vocação para fazer ciência, que divide sua experiência com quem está ainda na graduação e na pós-graduação, por meio do trabalho no laboratório.


“Essa premiação do Daniel reflete muito a importância da Universidade de Brasília no contexto de dar a oportunidade para os servidores técnico-administrativos se capacitarem, fazerem mestrado e doutorado, e serem integrados em núcleos de pesquisa de relevância”, declara o docente.

INOVAÇÃO E PESQUISA – Daniel Moreira realizou a maior parte de seus estudos acadêmicos na UnB: bacharelado e licenciatura em Ciências Biológicas, mestrado em Bioquímica e doutorado em Biologia Molecular. Atualmente, participa do Núcleo de Pesquisa Morfologia e Imunologia Aplicada ( Nupmia /FM).


Entre suas pesquisas, criou uma técnica para aplicar o Método de Bradford (usado para analisar a quantidade de proteína em uma amostra) em imagens feitas por celular. Antes, era sempre necessário usar um aparelho de custo elevado chamado espectrofotômetro. A ideia foi divulgada na edição nº 29 da revista Darcy.

>> Leia Darcy nº 29 – A fome que nos atravessa

Atualmente, sua principal linha de pesquisa é na área de Bioquímica Comparada. O estudo busca entender como diferentes animais se adaptam a diferentes ambientes extremos. “Existem animais que sobrevivem em condições muito inóspitas a um ser humano. Alguns toleram congelamento, outros toleram a seca extrema, existem os que toleram calor extremo e até mesmo desidratação", contextualiza.


"E eles fazem isso usando o mesmo arcabouço bioquímico que nós. Usam as mesmas vias metabólicas e estão sujeitos às mesmas regras biofísicas. Nada muito diferente de nós seres humanos, mas enfrentam situações extremas”, explica. Entre os animais já pesquisados estão caramujos, borboletas da lagarta do girassol e sapinhos da Caatinga.

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