Simón Velez abre as portas de sua Villa em La Candelaria, Bogotá

Dedicado à área privativa dos moradores, percebe-se a combinação estrutural orquestrada por Simón Vélez, adepto do que ele batizou “arquitetura vegetariana”

Simón Velez abre as portas de sua Villa em La Candelaria, Bogotá
Simón Velez abre as portas de sua Villa em La Candelaria, Bogotá

Redação Com Agência - 14/08/2022 11:33:22 | Foto: Casa Vogue_edição agosto Francesco Dolfo/Living Inside

Artífice de um sistema estrutural que tira partido do bambu Guadua, o renomado arquiteto colombiano apresenta à Casa Vogue detalhes de seu inovador método construtivo, que se espalhou pelo mundo em pavilhões, resorts e templos e, há mais de 35 anos, comprova a durabilidade do material

Vibrante e bem preservada, La Candelaria, o coração da cidade de Bogotá, é hoje um cenário incontornável em qualquer visita à capital colombiana. Situação bem diferente da que o arquiteto Simón Vélez, então estudante na Universidad de los Andes, testemunhou ao estabelecer-se ali, em 1968. A vizinhança encontrava-se esvaziada e degradada, reflexo não só da expansão urbana desenfreada – processo familiar a tantas metrópoles latino-americanas, que levou à desvalorização de seus centros – como também de um fato histórico ocorrido duas décadas antes: a série de protestos conhecida como Bogotazo, que destruiu o bairro e pôs em marcha o ciclo de decadência.

Casa Vogue_edição agosto_foto_Francesco Dolfo/Living Inside
Fotos em alta resolução: https://drive.google.com/drive/folders/1ykTsIIAN8qaYwAwfZa6WcWm4XIl3KQRc

Em entrevista à Casa Vogue, Vélez conta que se instalou no local pela proximidade com a universidade e pelo preço do terreno, barato devido às más condições do entorno na época. Desde então, iniciou a construção de uma espécie de villa, incorporando e restaurando edificações adjacentes em uma propriedade com mais de 2 mil m², cuja formação acompanhou o renascimento da área – que, enfim, passou de prejudicada a privilegiada. Nesse conjunto, duas casas levam a sua assinatura: a principal, na qual vive com a mulher, a também arquiteta Stefana Simic, e uma menor, sua primeira obra, realizada ainda durante a faculdade e atualmente endereço de seu filho. No último andar de sua morada, erguida mais de 35 anos atrás, é possível reconhecer a marca registrada de Vélez, resultado de uma pesquisa que o tornou mundialmente famoso – o uso do bambu como elemento estrutural da cobertura.

O sistema vale-se do bambu guadua, espécie de grande porte cujas varas são preenchidas com concreto para que atuem como componentes estruturais. “Busco uma arquitetura vegetariana, na qual os minerais, como o cimento, o concreto e o vidro, estejam em equilíbrio com elementos orgânicos”, afirma o mestre – não em uma abordagem ambientalista, porém. “Não tenho a pretensão de salvar o planeta, mas, sim, de viver em contato com a natureza. Como um hippie de antigamente. A minha foi a primeira geração de arquitetos colombianos que, sem saber, construiu a partir de princípios éticos, para fins culturais e sentimentais, não políticos.”

Dedicado à área privativa dos moradores, percebe-se a combinação estrutural orquestrada por Simón Vélez, adepto do que ele batizou “arquitetura vegetariana”

Dedicado à área privativa dos moradores, percebe-se a combinação estrutural orquestrada por Simón Vélez, adepto do que ele batizou “arquitetura vegetariana”

Filho de uma jardineira, Vélez cercou o paisagismo com as edificações, e não o contrário. “Eu queria viver no campo, mas no centro de uma cidade”, justifica. Dessa forma, deixando que as plantas autóctones crescessem de maneira exuberante, deu vida a um parque tropical. “Trata-se de uma mata selvagem, e isso não é apenas modo de dizer. Admiro a perfeição dos jardins franceses e italianos, mas, nos meus, não quero nenhum tipo de acabamento. Sigo a lição que minha mãe me transmitiu: nada de topiaria nem de vegetação exótica.” Em meio ao verde ou sentado na mesa de jantar, primeiro com papel e lápis e depois com madeira e bambu para montar maquetes e protótipos, ele se habituou a trabalhar em casa durante a pandemia. Desenhou um prédio de 18 andares com a esposa, um estúdio para ela, a ampliação de um quarto. “Pensando bem, eu poderia transferir meu escritório para cá. Nunca tive um home office. Talvez tenha chegado o momento”, calcula o veterano.

A matéria completa pode ser conferida na edição de agosto de Casa Vogue, já disponível nas bancas de todo o país.

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