Foto tirada em 3 de novembro de 2020 mostra uma visão do Centro Nacional de Exposições e Convenções (Shanghai), o principal local da 3ª Exposição Internacional de Importação da China (CIIE), em Shanghai, leste da China.
Portal Agência Xinhua/wu Kai - 30/12/2020 10:18:01 | Foto: Agência Xinhua
Enfrentando os ventos contrários sem precedentes da COVID-19, o setor de comércio exterior da China apresentou desempenho melhor do que o esperado este ano, proporcionando um impacto positivo muito necessário no comércio global, que ainda está preso em uma recessão.
"O comércio exterior total da China e sua participação no mercado de comércio internacional este ano atingiram um recorde histórico", disse o Ministério do Comércio (MOC) no sábado, projetando que o valor combinado de exportação e importação para 2020 chegará a cerca de 32 trilhões de yuans (US$ 4,9 trilhões).
No início de outubro, a Organização Mundial do Comércio (OMC) disse em sua previsão revisada de comércio que o comércio mundial de mercadorias deverá cair 9,2% em 2020.
Como a pandemia continuou a causar estragos nas atividades econômicas globais, os observadores do mercado afirmaram que a expansão constante do comércio exterior da China ajudará a estabilizar as expectativas do mercado internacional, restaurar a cadeia de suprimento global e aumentar a confiança do mercado.
RECUPERAÇÃO NO TRILHO
A epidemia foi um duro golpe para o comércio exterior da China. Nos primeiros dois meses de 2020, o comércio exterior total de bens caiu 9,6% ano a ano em termos de yuan, com as exportações caindo 15,9% e as importações caindo 2,4%, mostram dados da Administração Geral das Alfândegas (GAC).
No entanto, a tendência de queda logo foi revertida em meio ao firme controle da COVID-19 do país nos meses seguintes, apontando para sua forte resiliência na cadeia de suprimentos e força de manufatura.
Em abril, as exportações de bens da China aumentaram 8,2% ano a ano, registrando o primeiro crescimento positivo mensal. Em junho, seu comércio exterior cresceu 5,1%, com as exportações e as importações apresentando um crescimento positivo, 4,3% e 6,2%, respectivamente.
A recuperação saudável foi mantida. Nos primeiros 11 meses, o comércio exterior de bens do país totalizou 29,04 trilhões de yuans, um aumento anual de 1,8% em termos da moeda chinesa, acelerando de um aumento de 1,1% nos primeiros 10 meses, mostram os dados da GAC.
Embora as estatísticas de dezembro ainda não tenham sido reveladas, a movimentação de contêineres nos principais portos, um termômetro importante que reflete o desempenho do comércio, continuou a apresentar uma tendência ascendente.
De 11 a 20 de dezembro, a movimentação de contêineres nos oito principais portos aumentou 9,8% ano a ano, após um crescimento de 3,1% durante os dez dias anteriores.
Especificamente, a movimentação de contêineres para comércio exterior aumentou 11,9% em relação ao ano passado, 7 pontos percentuais acima do período de 1 a 10 de dezembro, segundo a Associação de Portos da China.
NOVOS DESTAQUES
Por trás da sólida recuperação, a alteração de motores dinâmicos do crescimento econômico da China também fez sua contribuição.
O comércio geral, envolvendo cadeias de produção mais longas e refletindo melhor a força manufatureira do país, cresceu 3,2% ano a ano durante o período de 11 meses, tendo uma participação maior no comércio total de bens.
Além disso, as exportações chinesas subiram na cadeia de valor, disse Li Xingqian, funcionário do MOC, observando que os produtos mecânicos e elétricos alcançaram 59,3% do total das exportações do país nos primeiros 11 meses.
Durante o período, as exportações de produtos de alta tecnologia e de alto valor agregado também registraram um crescimento robusto, com as exportações de circuitos integrados, computadores e dispositivos médicos crescendo 14,8%, 10,7% e 44,5%, respectivamente.
CONTRIBUINDO PARA A RECUPERAÇÃO GLOBAL
Com a forte e estável recuperação do setor, a China importou mais de outros países, contribuindo para a recuperação do comércio internacional.
Embora as restrições estivessem em vigor devido à luta contra o vírus, a Exposição Internacional de Importação da China deste ano garantiu mais negócios do que o evento anterior, com negócios para compras planejadas de um ano de bens e serviços totalizando US$ 72,62 bilhões, 2,1% mais que a última edição.
A participação das importações da China no mercado internacional aumentou 0,8 ponto percentual, adicionando vitalidade à economia mundial e à cooperação comercial, segundo Li.
A China agora se tornou o maior parceiro comercial de mais de 120 países e regiões. Ao buscar um novo paradigma de desenvolvimento de "dupla circulação", que permite que os mercados interno e externo se reforçam entre si, o novo paradigma permitirá ao país desbloquear totalmente seu potencial de mercado e criar maior demanda para outros países, disseram os especialistas.
Em 23 de dezembro, a China anunciou que ajustaria as tarifas de importação de uma série de produtos a partir de 1º de janeiro de 2021. Tarifas provisórias de importação que são mais baixas do que as taxas da nação mais favorecida serão cobradas sobre 883 commodities, incluindo alguns medicamentos contra o câncer e matérias-primas para fórmulas infantis.
Outras reduções tarifárias serão feitas sob os acordos de livre comércio que a China assinou separadamente com outros países, bem como o Acordo de Comércio da Ásia-Pacífico.
"A China está apoiando o comércio na região (asiática)", disse o economista sênior da OMC Coleman Nee, acrescentando que "a demanda de importação da China está apoiando o comércio intrarregional" e "ajudando a contribuir para a demanda global".
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