Thamea Danelon diz que afastamento de Witzel vai impedir outros atos de desvios

Procuradora da República, Thamea Danelon

Thamea Danelon diz que afastamento de Witzel vai impedir outros atos de desvios
Thamea Danelon diz que afastamento de Witzel vai impedir outros atos de desvios

Da Cnn - 29/08/2020 19:01:08 | Foto: Reprodução//CNN

A procuradora República Thamea Danelon comentou, em entrevista à CNN, o afastamento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.

Para ela, não há duvídas do potencial das evidências que afastaram o governador do cargo, por 180 dias. Ela avalia ainda que afastamento cautelar vai ajudar a impedir outros atos de desvios.

"Infelizmente é muito comum que réus investigados por corrupção tentem politizar as acusações e as medidas processuais. Seria mais interessante que eles se defendessem dos fatos contra eles apresentados e tentassem afastar as evidências. Mas como é muito difícil, porque as provas são fartas, os investigados e réus partem para o ataque aos investigadores", pontuou a procuradora.

E acrescentou: "Portanto, não há dúvidas de que as provas são muito robustas e suficientes para embasar as prisões decretadas. O afastamento cautelar de Witzel já vai ajudar para impedir que outros atos de desvios ou de corrupções sejam praticados".

O governador alegou inocência nesta sexta-feira (28), disse que não existe "um papel" de prova contra ele e acusou a subprocuradora-geral da República, Lindora Araújo, de influenciar na decisão monocrática do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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"Até me admira Witzel, um ex-juiz federal, se indignar com uma decisão monocrática que é a regra. Na Lava Jato, por exemplo, inúmeras decisões foram proferidas pelo ministro Edson Fachin, que é o relator da operação", disse.

"É até mais recomendável que decisões que envolvam esse sigilo sejam monocráticas, porque quanto menos pessoas envolvidas tendo acesso à informação sigilosa, melhor. Portanto, não há problema algum nesta decisão", avaliou Danelon.

Em seu discurso durante coletiva, Witzel também criticou as delações premiadas. A procuradora garantiu que os acordos não existem sem elementos probatórios e que há um processo rigoroso de apuração por parte dos investigadores que conduzem o caso.

"A delação premiada nunca pode vir sem estar carregada de elementos probatórios. Não é apenas a palavra do réu colaborador que será suficiente para desencadear uma busca e apreensão, por exemplo. A própria lei diz que a colaboração deve vir com evidências. Em um primeiro momento, o réu apresenta sua versão, depois, os investigadores vão analisar este material para checar se há evidência", finalizou.

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(Edição: Sinara Peixoto)

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