Unicef denuncia assassinatos de mais de 100 crianças na Etiópia

Em Afar e outras áreas próximas a Tigray, houve também destruição de estoques de comida; agência da ONU prevê que número de menores sofrendo de desnutrição aumente 10 vezes no próximo ano

Unicef denuncia assassinatos de mais de 100 crianças na Etiópia
Unicef denuncia assassinatos de mais de 100 crianças na Etiópia

Ajuda Humanitária - 12/08/2021 10:39:14 | Foto: UNICEF/Mulugeta Ayene

A diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância está chocada com o assassinato de mais de 200 pessoas, incluindo mais de 100 crianças, após ataques a um centro de saúde e a uma escola na região de Afar, Etiópia.

Segundo Henrietta Fore, houve também destruição de estoques de comida, numa área com alto nível de insegurança alimentar. Na segunda-feira, ela destacou que “o aumento dos confrontos em Afar e outras áreas próximas Tigray é um desastre para as crianças”.

Diretora-executiva do Unicef, Henrietta Fore.

Diretora-executiva do Unicef, Henrietta Fore.

A onda de violência, que começou em novembro, já colocou em situação de fome cerca de 400 mil pessoas, incluindo 160 mil crianças. A chefe do Unicef destaca ainda que 4 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar em Tigray, Afar e Amhara.

Os confrontos recentes deixaram mais de 100 mil deslocados, além de 2 milhões de civis que já haviam abandonado suas casas. O Unicef prevê que nos próximos 12 meses, o número de crianças sofrendo de desnutrição em Tigray aumente 10 vezes.

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, prevê entregar assistência alimentar de emergência para 2,1 milhões de pessoas a partir deste mês.

Mas para isso, são necessárias 6 mil toneladas métricas de comida por semana. A insegurança e dificuldades operacionais estão tornando o acesso a Tigray bastante difícil.

Ocha calcula que conflito em Tigray já fez 2 milhões de deslocados

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Cessar-Fogo

Em parceria com escritórios regionais, o Unicef está enviando suprimentos de emergência e equipes de saúde e de nutrição para o norte da Etiópia.

Henrietta Fore declarou que “a catástrofe humanitária no país é resultado do conflito armado e só pode ser resolvida pelas partes envolvidas”.

Por isso, o Unicef faz um apelo ao fim da violência e para que os lados em conflito façam todo o possível para proteger as crianças.

A agência pede ainda a implementação imediata de um cessar-fogo que permita a entrada de ajuda humanitária no país

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