Você pode não saber, mas o chatGPT já mudou o seu mundo

O fator que provavelmente mais preocupa as pessoas é a automatização de tarefas que antes eram realizadas por seres humanos e que pode levar a perda de empregos.

Você pode não saber, mas o chatGPT já mudou o seu mundo
Você pode não saber, mas o chatGPT já mudou o seu mundo

Dr. Bernardo Petriz* - 13/02/2023 06:43:28 | Foto: Divulgação

O fator que provavelmente mais preocupa as pessoas é a automatização de tarefas que antes eram realizadas por seres humanos e que pode levar a perda de empregos.

Você pode ainda não ter ouvido falar do ChatGPT, mas ele já está influenciando sua vida e o mundo como nós o conhecemos.

Lançado na última semana pela startup Open AI, o ChatGPT representa uma mudança tecnológica revolucionaria e impactante, assim como aconteceu com a chegada da internet.

O ChatGPT é um chatbot, o que significa que ele é um robô ou assistente virtual que usa inteligência artificial para conversar com os usuários. O modelo foi treinado com uma grande quantidade de dados da Internet e é capaz de produzir texto natural e responder perguntas sobre uma ampla gama de assuntos. A tecnologia tem como meta imitar o modo como as pessoas conversam e respondem a perguntas.

Assim como toda tecnologia revolucionária, o ChatGPT e outros chatbots que serão lançados em breve podem ter impactos tanto positivos quanto negativos na vida das pessoas. Alguns dos aspectos positivos incluem a conveniência, o aumento da produtividade e a criação de novos produtos e serviços.

A tecnologia pode ser utilizada para fornecer informações rápidas e precisas e ajudar as pessoas em tarefas simples, como agendar um compromisso ou fazer uma pesquisa. No ambiente corporativo, pode ser empregada para automatizar tarefas rotineiras, liberando tempo para que os trabalhadores possam se concentrar em atividades mais importantes e criativas. Além disso, pode ser uma ferramenta útil no desenvolvimento de novos produtos e serviços.

Por outro lado, também é importante considerar os possíveis impactos negativos, como a substituição de empregos humanos, a privacidade e segurança de dados e a dificuldade de verificação da veracidade das informações fornecidas pelos chatbots.

No meio acadêmico e científico, existem preocupações éticas que devem ser olhadas com atenção uma vez que o ChatGPT e outros modelos de linguagem de inteligência artificial podem ser usados de maneira inapropriada.

Recentemente, a incorporação do ChatGPT na lista de autores de um artigo chamou a atenção da comunidade científica. O curioso caso foi discutido recentemente no periódico científico Nature, que aponta o entusiasmo e a preocupação da comunidade cientifica com os últimos avanços da inteligência artificial. O episódio trouxe à tona importantes discussões sobre o uso da inteligência artificial na escrita e geração de trabalhos científicos, bem como questões éticas relacionadas.

Como pesquisador, eu tenho opinião formada sobre a questão ética, no entanto, após algumas conversas despretensiosas e surpreendentemente boas com o “robozinho” eu não me contive e, já me sentindo intimo, resolvi perguntar:

— É ético eu citar você como autor de um artigo?

Ele foi enfático: “Não é ético citar o ChatGPT ou qualquer modelo de inteligência artificial como autor de um artigo científico. A ética acadêmica requer que os autores de artigos científicos sejam indivíduos que tenham contribuído significativamente para a

pesquisa e a produção do artigo, incluindo a coleta de dados, análise de resultados e redação do artigo. Citar um modelo de inteligência artificial como autor não reflete adequadamente as contribuições desses indivíduos e não é ético.”

O meu novo “amigo ou inimigo” virtual ainda acrescentou que o conteúdo gerado por esses modelos precisa ser revisado e verificado por especialistas antes de ser considerado confiável.

No entanto, o fator que provavelmente mais preocupa as pessoas é a automatização de tarefas que antes eram realizadas por seres humanos e que pode levar a perda de empregos.

Os modelos de linguagem de inteligência artificial, incluindo o ChatGPT, podem ter um impacto sobre certos tipos de empregos que envolvem tarefas repetitivas e rotineiras, como a geração de conteúdo ou traduções. Então, de fato, a tecnologia tem um histórico de mudanças no mercado de trabalho.

À medida que a inteligência artificial evoluir, será necessário abordar as questões éticas e de responsabilidade social quanto ao seu uso. Em última análise, é importante discutir essas mudanças de forma proativa, investindo em educação e treinamento para que as pessoas possam se adaptar e aproveitar as novas oportunidades de emprego.

A propósito, este texto foi escrito por mim e pelo ChatGPT. Um de nós escreveu 90%, o outro 10%. Adivinha quem escreveu a maior parte...?

Fontes:

- Nature 614, 214-216 (2023). doi: https://doi.org/10.1038/d41586-023-00340-6 - ChatGPT

Bernardo Petriz é professor universitário e pesquisador na área da Ciência do Exercício & Saúde. Possui mestrado em Educação Física e doutorado em Ciências Genômicas e Biotecnologia. É também autor de um livro: "Fisiologia Molecular do Exercício" e fundador da produtora Ciência para Saúde, e da Ipê-o'tech, startup de desenvolvimento biotecnológico.

Sobre o Ciência para Saúde: o CPS é uma produtora especializada em comunicação científica formada por professores, gestores educacionais e pesquisadores de renome internacional na área da ciência da saúde e biotecnologia

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