Adasa não controla níveis de agrotóxicos nas águas de Brasília

Agência descumpre portaria do Ministério da Saúde; a presença das toxinas na água causa sérios prejuízos à Saúde

Adasa não controla níveis de agrotóxicos nas águas de Brasília
Adasa não controla níveis de agrotóxicos nas águas de Brasília

Por Andressa Reis-portal Destak - 10/05/2019 17:42:35 | Foto: Tony Winston-Agência Brasília

A Agência Reguladora de águas, Energia e Saneamento (Adasa) não tem controle sobre a quantidade de agrotóxicos nas águas do Distrito Federal. Segundo a agência, este não é um dos parâmetros utilizados no controle de qualidade da água.


Embora esteja previsto em uma portaria do Ministério da Saúde, a Adasa afirmou que o monitoramento não é feito, pois não é um dos parâmetros presentes na Resolução do Conselho de Recursos Hídricos do Distrito Federal de 2014. A regra local define as prioridades e o enquadramento dos corpos de água superficiais em classes, segundo os usos.


De acordo com o toxicologista Eduardo Syrino, para se realizar um estudo complexo como o monitoramento de agrotóxico na água, é necessário um equipamento caro, além de profissionais especializados, o que também pode ser uma das justificativas para que esse controle não seja feito com frequência.

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A contaminação ocorre geralmente em áreas onde se desenvolve atividades ligadas à agricultura. "Primeiro o agrotóxico atinge o solo, com a chuva, entre outros fatores, a água acaba contaminada", explica Syrino.

Para a professora do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UNB, Yovanka Pérez, a falta de controle do nível de agrotóxicos é preocupante. "A questão dos agrotóxicos é alarmante a nível nacional. Existe um nível máximo permitido e precisamos monitorar estas quantidades, tanto na água captada, quanto na água tratada", comentou.


Além da quantidade, saber os tipos de agrotóxicos que podem estar na água é imprescindível. Segundo a especialista, a mistura entre eles pode formar um coquetel prejudicial à saúde. As toxinas podem causar câncer, distúrbios endócrinos, problemas no sistema nervoso e infertilidade, além de prejuízos à natureza.

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