Os alimentos processados e menos nutritivos são facilmente comercializados e estão amplamente disponíveis e acessíveis, enquanto os alimentos nutritivos são muitas vezes mais caros e inacessíveis para muitos
Agência Onu News Brasil - 28/05/2024 12:27:45 | Foto: © UNICEF/Zhanara Karimova
Estudo envolvendo 44 países identificou taxas crescentes de sobrepeso e obesidade e baixos níveis de atividade física entre os jovens; a Organização Mundial da Saúde considera estes como fatores de risco para uma série de doenças; adolescentes mais pobres tendem a ter maior dependência de alimentos processados e açucarados.
Um relatório da Organização Mundial da Saúde, OMS, lançado neste mês de maio, constata disparidades “alarmantes” na dieta, exercício e peso entre adolescentes de diferentes origens socioeconômicas na Europa.
O estudo, baseado em dados de 44 países participantes, destaca hábitos alimentares não saudáveis, taxas crescentes de sobrepeso e obesidade e baixos níveis de atividade física entre os jovens.
Unsplash/Towfiqu Barbhuiya
A obesidade mundial quase triplicou desde 1975
Este são considerados pela OMS como fatores de risco significativos para uma série de doenças não transmissíveis, incluindo as cardiovasculares, além de diabetes e câncer.
O relatório traça um quadro preocupante dos hábitos alimentares dos adolescentes, com especial incidência no declínio dos comportamentos alimentares saudáveis e no aumento de escolhas pouco nutritivas.
Os dados revelam que menos de dois em cada cinco adolescentes consomem frutas ou hortaliças diariamente, e esses números diminuem com a idade.
Por outro lado, o consumo de doces e bebidas açucaradas permanece elevado, com um em cada quatro adolescentes relatando consumo diário de doces ou chocolates. Esta taxa é mais elevada entre as meninas do que entre os meninos e tem aumentado desde 2018.
Embora o consumo diário de refrigerantes tenha sofrido uma pequena queda geral desde a última pesquisa, em 2018, ainda está presente em 15% dos adolescentes, com taxas mais altas entre meninos, e especialmente entre aqueles de famílias menos abastadas.
O relatório também revela uma ligação preocupante entre o status socioeconômico e hábitos alimentares não saudáveis, com adolescentes de famílias de baixa renda mais propensos a consumir bebidas açucaradas e menos propensos a comer frutas e vegetais diariamente.
O gerente do Programa de Saúde da Criança e do Adolescente da OMS/Europa, Martin Weber, disse que “a acessibilidade de opções de alimentos saudáveis é muitas vezes limitada para famílias com renda mais baixa, levando a uma maior dependência de alimentos processados e açucarados, o que pode ter efeitos prejudiciais na saúde dos adolescentes".
ONU News/Ana Carmo
Em Portugal, dietas pouco saudáveis e o aumento do sedentarismo contribuem para a obesidade infantil.
A prevalência de sobrepeso e obesidade entre adolescentes tem sido um importante problema de saúde pública, com mais de um em cada cinco adolescentes afetados. Esse número subiu desde o último levantamento, em 2018, de 21% para 23% em 2022. As taxas de sobrepeso e obesidade são maiores entre os meninos, com 27%, do que entre as meninas, com 17%.
Os fatores sociais também geram impactos neste aspecto, com adolescentes de famílias mais pobres sendo mais propensos a ter sobrepeso ou obesidade, numa proporção de 27%, em comparação com 18% de seus pares mais ricos.
Segundo a OMS, essa disparidade destaca a necessidade urgente de abordar os fatores socioeconômicos subjacentes que contribuem para essas tendências.
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