Brasil investiga China por exportação de laminados de alumínio por valor abaixo do preço de mercado

Se ficar comprovada a prática denominada de dumping, os produtos comprados dos chineses poderão ser sobretaxados para entrar no País

Brasil investiga China por exportação de laminados de alumínio por valor abaixo do preço de mercado
Brasil investiga China por exportação de laminados de alumínio por valor abaixo do preço de mercado

Estadão Conteúdo - 12/08/2020 15:31:49 | Foto: Estadão

O Brasil está investigando a China para verificar se os laminados de alumínio estão sendo vendidos para o País por preço menor do que o cobrado no mercado interno chinês, prática denominada dumping , com o intuito de prejudicar a indústria brasileira.

“Foram apresentados elementos suficientes que indicam a prática de dumping nas exportações da China para o Brasil do produto objeto da investigação, e de dano à indústria doméstica resultante de tal prática”, informou a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Secex).

A investigação foi aberta após denúncia da Associação Brasileira do Alumínio (Abal). Se ficar comprovado que houve mesmo a prática de dumping, os produtos chineses poderão ser sobretaxados para entrar no Brasil. O processo pode durar de 10 meses a 18 meses, mas pode ser adotada medida preventiva antes da finalização.

De acordo com o presidente da Abal, Milton Rego, há indicação de aplicação de uma sobretaxa de mais de 50% - a decisão será da Secex. “Nos últimos dois anos, a situação ficou dramática porque aumentou muito a importação de produtos laminados chineses e a participação do país nas importações. A indústria brasileira concorre em situação igual de competitividade com empresas de vários países. O que não podemos admitir são empresas brasileiras concorrendo com um país”, afirmou.

A competição no mercado de alumínio ficou ainda mais acirrada nos últimos anos, depois de os Estados Unidos barrarem o produto chinês e adotarem, em 2018, uma sobretaxa na importação do produto de vários países, inclusive do Brasil, que tem que pagar 10% a mais para entrar no país. Na época, também foram adotadas medidas protecionistas contra o aço, como uma cota máxima para a importação do produto brasileiro.

Na quinta-feira, 6, os norte-americanos reacenderam a guerra nesse mercado ao anunciar que voltarão a sobretaxar em 10% as importações de alumínio do Canadá, país que estava de fora da cobrança.

A China é o maior exportador mundial, responsável por mais da metade da produção do mundo de alumínio. De acordo com Rego, dos dez principais mercados produtores de alumínio, apenas o Brasil, o décimo, não adotou medidas protetivas. Mercados como Estados Unidos, União Europeia, Turquia, México e Índia colocaram barreiras à compra do produto chinês.

Em 2019, as lâminas de alumínio da China corresponderam a 56,6% do total importado. Em 2009, o produto chinês era 11,4% do total importado. No ano passado, o Brasil importou 229,3 mil toneladas e exportou 144,5 mil toneladas. Desse total, 42,7% foi vendido para os EUA e 22,4% para a Argentina, os principais destinos do produto brasileiro.

Procurada, a Embaixada da China ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Comentários para "Brasil investiga China por exportação de laminados de alumínio por valor abaixo do preço de mercado":

Deixe aqui seu comentário

Preencha os campos abaixo:
obrigatório
obrigatório