Castro diz que governo do RJ não exonerou secretário para poupar Alerj e pede cuidado no caso Bacellar

Castro já havia se manifestado em nota nesta quinta-feira (4) negando a conexão entre a exoneração e a prisão de TH.

Castro diz que governo do RJ não exonerou secretário para poupar Alerj e pede cuidado no caso Bacellar
Castro diz que governo do RJ não exonerou secretário para poupar Alerj e pede cuidado no caso Bacellar

Rio De Janeiro, Rj (folhapress) - 05/12/2025 17:34:36 | Foto: © FOTO: PHILIPPE LIMA/DIVULGAÇÃO

O governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL) afirmou nesta sexta-feira (5) que não houve relação entre a decisão de exonerar um secretário de estado para assumir mandato de deputado estadual, em setembro, e uma possível manobra para evitar que a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) votasse a prisão do ex-deputado TH Joias.

Castro já havia se manifestado em nota nesta quinta-feira (4) negando a conexão entre a exoneração e a prisão de TH.

No dia 3 de setembro, horas após a prisão de TH pela Polícia Federal, Castro exonerou Rafael Picciani (MDB) da Secretaria de Esportes. Picciani reassumiu a cadeira de deputado, movimento que fez TH perder o mandato -ele era suplente originalmente.

A manutenção ou liberação da prisão de TH deveria passar pela Alerj, mas como TH oficialmente deixou de ser deputado naquele dia, não houve votação.

Presidente da Alerj até terça-feira (2), o deputado Rodrigo Bacellar foi preso pela PF sob suspeita de envolvimento com vazamento da operação que prendeu TH. A PF vê indícios de que TH soube da prisão um dia antes e tentou apagar provas, incluindo a exclusão de dados de um celular pessoal. Segundo a PF, Bacellar sabia.

No documento que determina a prisão de Bacellar, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), menciona a PF afirmando que "o governador do estado e a cúpula da Alerj promoveram uma célere manobra regimental".

O trecho afirma que "a movimentação se justifica como uma estratégia imediata de controle de danos" e que "tal articulação serve como forte indício de que o vazamento de informações pode ter tido como objetivo primário a proteção de agentes políticos aliados à organização criminosa".

Diz ainda que "um possível objetivo subjacente da ação obstrutiva é a manutenção do vínculo desses agentes políticos com o Comando Vermelho".

Castro afirmou que a exoneração de Picciani já havia sido definida no dia anterior à prisão de TH, em 2 de setembro, e fora justificada para que Picciani votasse na Alerj projetos fiscais do Executivo que estavam travados no Legislativo.

"Por causa de uma briga minha com o presidente da Assembleia [Bacellar], estava sendo postergada a votação. E eu comunico a todos os secretários e deputados que eles retornariam na sexta-feira", disse o governador nesta sexta.

O governador fluminense afirmou que a exoneração não teve "nada a ver" com o caso TH e afirmou ter enviado ao STF, após a prisão de Bacellar, reportagens que mencionam as pautas travadas.

"Isso é retórica de quem quer colocar no governo uma coisa que não tinha nada a ver. O deputado [TH Joias] era segundo suplente do MDB. O MDB escolhe Rafael Picciani como secretário e o deputado Otoni de Paula [Pai] morre. Aquela pessoa [TH] vira deputado estadual não pela nomeação de um secretário, mas pela morte do deputado que ocupava a cadeira", disse Castro.

"Isso muda completamente a narrativa daqueles que falam que o governo o colocou na Alerj. O governo não tem nada a ver com isso."
Sem opinar sobre a prisão de Bacellar, nem se a Alerj deve ou não manter a prisão, Castro pediu cuidado com as análises sobre as suspeitas contra o deputado.

"O que a gente espera é que tenha todo o direito à ampla defesa, e que no bojo das investigações as coisas sejam explicadas, até porque é, sim, a maior facção criminosa do Brasil e a gente torce para que nenhum agente público se envolva com ela. Agente público que fizer malfeito tem que ser punido exemplarmente, aonde esse agente público estiver. A gente tem que realmente ter um cuidado nessas análises."
A manutenção da prisão de Bacellar deve ser votada pela Alerj. A expectativa era de que a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) deve início à análise da prisão nesta sexta, mas a sessão foi remarcada porque a Alerj precisa de 48 horas para que a defesa do réu apresente alegações orais ou escritas. Apesar de a prisão ter sido realizada na quarta, a Alerj foi comunicada no dia seguinte.

A reunião deve acontecer na próxima segunda-feira (8). A CCJ é presidida pelo deputado Rodrigo Amorim (União), aliado de Bacellar e líder do governo Castro na Alerj. A tendência, segundo deputados, é que o Legislativo aprove a reversão da prisão de Bacellar, mas ainda paira dúvidas se ele poderá reassumir a presidência.

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