Como é o fluxo de pagamento do contrato bilionário entre Nike e CBF

Para a CBF, há uma tranquilidade em relação à variação cambial, porque o acordo foi firmado em dólar.

Como é o fluxo de pagamento do contrato bilionário entre Nike e CBF
Como é o fluxo de pagamento do contrato bilionário entre Nike e CBF

Igor Siqueira E Rodrigo Mattos, Rio De Janeiro, Rj (uol/folhapress) - 02/05/2025 16:41:50 | Foto: Rafael Ribeiro / CBF

A renovação contratual entre CBF e Nike vai render um caminhão de dinheiro: pelo menos US$ 1,044 bilhão (R$ 5,92 bilhões) ao longo de 12 anos (de 2027 a 2038).

O montante pode variar de acordo com o desempenho das vendas. E o pagamento vai chegar em um fluxo estabelecido no contrato, revelado nos balanços da CBF.

Para a CBF, há uma tranquilidade em relação à variação cambial, porque o acordo foi firmado em dólar.

O QUE FICOU ACORDADO
Pagamento fixo: US$ 53,5 milhões (R$ 303,6 milhões) por ano, com parcelas trimestrais de US$ 13,3 milhões.

Royalties: o mínimo garantido é de US$ 20 milhões por ano (R$ 113,5 milhões).

Bônus por assinatura: a CBF já recebeu o bônus em 2024 de R$ 920 milhões (US$ 162 milhões, na cotação atual). Isso significa que foram US$ 13,5 milhões por cada ano de contrato.

Total anual: consideram valores fixos, mínimo de royalties e a fatia do bônus, são US$ 87 milhões (R$ 493 milhões) referentes a cada ano (de 2027 a 2038).

Valor por desempenho: O contrato prevê pagamento adicional de acordo com o desempenho das seleções brasileiras em torneios.

A CONTA DO BILHÃO
Ou seja, os valores de cada item do contrato atingem US$ 1,044 bilhão, ao todo.

Fixo: US$ 642 milhões (R$ 3,6 bilhões)Royalties (mínimo): US$ 240 milhões (R$ 1,3 bilhão)Bônus: US$ 162 milhões (R$ 920 milhões)
ANTECIPAÇÃO ENGORDA O CAIXA
A CBF informou que recebeu em dezembro de 2024 antecipações de duas naturezas:
R$ 920 milhões, relacionado a direitos comerciais e obrigações contratuais de janeiro de 2027 a dezembro de 2038 (contrato novo).

R$ 435 milhões das temporadas de 2025 e 2026 (contrato antigo).

Por isso, a entidade terminou o ano com caixa turbinado: R$ 2,43 bilhões.

MENOS PATROCINADORES
No ano em que fechou a renovação com a Nike, a CBF viveu uma baixa no número de patrocinadores.

Atualmente, a entidade só tem cinco. A Nike faz parte da prateleira principal, ao lado de Vivo, Guaraná Antarctica e Itaú. Mas a fornecedora de material esportivo paga bem mais do que todos eles.

No segundo escalão, a Cimed é a única remanescente.

A CBF adota o discurso de que está elevando o sarrafo dos valores exigidos aos patrocinadores.

Mas algumas marcas, como a TCL e Gol, deixaram o backdrop da seleção porque entenderam que não estava valendo a pena. A tentativa de renovação não foi adiante.

Em 2024, considerando o efeito contábil, a CBF registrou uma queda na arrecadação com patrocínios em relação a 2023: saiu de R$ 527,9 milhões para R$ 451,3 milhões.

No efeito caixa e na projeção futura, a entidade aposta que a Nike vai compensar isso tudo.

Mesmo contabilizando uma queda nos patrocínios (de novo, no efeito contábil apontado no balanço), a CBF registrou R$ 1,3 bilhão de receita bruta.

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