Companhias aéreas preveem uma retomada rápida, após serem duramente afetadas pela Covid

À medida que a demanda por passagens se recupera, as companhias aéreas estão recontratando funcionários, ampliando voos e planejando um verão que, segundo eles, pode ser normal

Companhias aéreas preveem uma retomada rápida, após serem duramente afetadas pela Covid
Companhias aéreas preveem uma retomada rápida, após serem duramente afetadas pela Covid

Por Niraj Chokshi, The New York Times / Estadão Conteúdo - 28/04/2021 07:25:25 | Foto: Aeroin

Enquanto a pandemia dizimava o setor de viagens há um ano , um importante executivo da área previu que uma grande companhia aérea dos Estados Unidos iria à falência e as próprias empresas alertaram sobre cortes dolorosos que viriam. Agora, com a recuperação da demanda por passagens, as companhias aéreas preveem que o verão será quase normal, e algumas empresas até dizem que podem ter lucro.

É uma reviravolta impressionante para um setor que muitos tinham dado como perdido e que teve de ir mendigar em Washington por três resgates financeiros, que arrecadaram dezenas de bilhões de dólares e ajudaram a evitar demissões.

Mesmo com o tráfego de passageiros ainda em queda de mais de 40% em comparação com 2019, os executivos das aéreas estão tão confiantes de que a demanda está voltando que planejam readmitir milhares de funcionários, incluindo pilotos e comissários de bordo.

A Southwest Airlines, que transportou mais passageiros do que qualquer outra companhia aérea dos EUA em 2019, conseguiu até mesmo ter um pequeno lucro nos primeiros três meses deste ano, a primeira grande empresa do setor do país a alcançar a façanha desde o início da pandemia. “Estou aliviado, otimista, entusiasmado e, especialmente, agradecido às nossas dezenas de milhares de funcionários”, disse Gary C. Kelly, CEO da Southwest, a investidores e analistas na quinta-feira.

Outras grandes companhias aéreas não tiveram um desempenho tão bom no primeiro trimestre – American Airlines , Delta e United perderam mais de US$ 1 bilhão cada uma –, mas seus executivos disseram esperar que o restante do ano seja muito melhor.

American e United disseram neste mês que começariam a contratar pilotos pela primeira vez desde o início da pandemia, com cada uma esperando empregar cerca de 300 até o fim do ano. A Southwest também afirmou que, até junho, chamará para a ativa os 2,7 mil comissários que ainda estavam em licença.

As 11 maiores companhias aéreas do país estão planejando oferecer quase tantos assentos em julho deste ano do que no mesmo mês em 2019, segundo a Cirium, empresa de dados de aviação. “Não há dúvida de que o ritmo da recuperação está se acelerando”, disse o CEO da American, Doug Parker.

Muitos países ainda não suspenderam as restrições a viagens e alguns estão até mesmo impondo novas. Na quinta-feira, por exemplo, os Emirados Árabes Unidos suspenderam todos os voos com origem da Índia por causa do aumento nos casos de covid-19 naquele país. O Departamento de Estado dos EUA intensificou as advertências para viagens a dezenas de países nesta semana.

No entanto, existe alguma esperança, mesmo para viagens internacionais. A United disse que planeja adicionar voos de verão para Croácia , Grécia e Islândia , e um executivo disse aos investidores na semana passada que a companhia esperava operar a toda capacidade entre EUA e Grã-Bretanha assim que as restrições fossem suspensas.

Curta distância

Embora poucos clientes estejam fazendo reservas para longas viagens internacionais, muitos ainda podem estar ansiosos para deixar o país para destinos mais próximos. A American está planejando voar com cerca de 60% menos assentos em viagens mais longas para o exterior em julho, ante o mesmo mês em 2019, mas planeja oferecer cerca de 20% mais assentos em viagens mais curtas para países próximos.

A United disse que espera ganhar dinheiro mesmo com uma queda de 35% nas viagens corporativas e internacionais de longa distância – ambas estão atualmente com queda de cerca de 80%. O CEO da companhia aérea, Scott Kirby, disse estar confiante que a United ultrapassará seu lucro de 2019 em 2023.

Enquanto algumas pequenas companhias aéreas fecharam durante a pandemia, as grandes empresas conseguiram sobreviver. O Congresso concedeu ao setor mais de US$ 50 bilhões em auxílio financeiro para evitar a demissão de pilotos, comissários de bordo, carregadores de bagagem e outros funcionários. O governo também deu US$ 25 bilhões em empréstimos. Toda essa ajuda veio com restrições, incluindo a proibição de recompra de ações, uma restrição a dividendos e limites à remuneração de executivos.

As companhias também se livraram de aviões com anos de antecedência, usaram algumas aeronaves para transportar cargas e pediram a dezenas de milhares de funcionários que se aposentassem mais cedo.

De acordo com a associação comercial do setor Airlines for America, as maiores operadoras do país – as quatro gigantes com Alaska Airlines, Allegiant,Hawaiian Airlines, JetBlue e Spirit – terminaram o ano passado com US$ 163 bilhões em dívidas, ante US$ 105 bilhões em 2019. Essas dívidas podem pesar sobre as companhias aéreas com o tempo, especialmente se as vendas voltarem a cair. /TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

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