Evento promovido pelo Conselho dos Direitos da Pessoa Idosa, vinculado à Secretaria de Justiça e Cidadania, reuniu mais de 250 participantes para debater políticas públicas e fortalecer a participação social do público 60+
Agência Brasília* | Edição: ígor Silveira - 29/06/2025 09:44:26 | Foto: Jhonatan Vieira/Sejus-DF
Mais de 250 pessoas participaram nesta sexta-feira (27) da 6ª Conferência Distrital dos Direitos da Pessoa Idosa, realizada no auditório da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB). Promovido pelo Conselho dos Direitos da Pessoa Idosa do Distrito Federal (CDI-DF), vinculado à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), o evento teve como objetivo discutir os principais desafios enfrentados no atendimento à população idosa e construir, de forma coletiva, propostas concretas para a garantia de seus direitos.
Com o tema “Envelhecimento Multicultural e Democracia: Urgência por Equidade, Direitos e Participação”, a conferência se consolidou como espaço democrático e participativo, com a presença ativa de pessoas idosas, representantes de entidades, movimentos sociais, conselheiros de direitos, gestores públicos e integrantes da sociedade civil organizada.
Durante a abertura, a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, ressaltou a importância do debate diante da transformação demográfica prevista para as próximas décadas, quando, por volta de 2050, a população idosa será maior do que a de jovens no Brasil. Ela destacou ações pioneiras da Sejus voltadas ao cuidado e à inclusão desse público, como a criação do projeto Hotelaria Solidária, durante a pandemia — reconhecido internacionalmente pelo seu ineditismo e impacto social —, e o fortalecimento do programa Viver 60+, que incentiva o convívio social, a inclusão produtiva e a valorização da pessoa idosa.
“Esse programa e outros projetos promovidos por entidades e instituições comprometidas com essa pauta têm permitido que hoje as pessoas idosas levantem a mão e digam: nós temos direitos, nós precisamos disso e daquilo. Essa escuta ativa e esse diálogo com o governo é o que nos permite avançar”, afirmou Passamani.
Na sequência, o presidente do CDI-DF, Mauro Moreira de Oliveira Freitas, destacou o alinhamento entre o conselho, o governo e a sociedade civil para o fortalecimento das políticas públicas. “Somos um conselho paritário, consultivo e deliberativo, com a missão de propor e fiscalizar políticas públicas voltadas à pessoa idosa, independentemente dos governos que passam. Nossa atuação é permanente e voltada à garantia de direitos.”
Programação intensa e participação ativa
Ao longo do dia, os participantes acompanharam palestras, mesas de debate, grupos de trabalho temáticos e uma plenária final para aprovação de propostas, além da eleição dos delegados que representarão o DF na etapa nacional da conferência. Os debates foram organizados em cinco eixos principais: financiamento das políticas públicas para ampliação e garantia dos direitos sociais; proteção à vida, à saúde e acesso ao cuidado integral da pessoa idosa; enfrentamento à violência, abandono social e familiar; participação social, protagonismo e vida comunitária; e fortalecimento dos conselhos de direitos como política de Estado.
A professora Camila Alves Areda, coordenadora da Universidade do Envelhecer (Uniser) — projeto de extensão da UnB voltado ao envelhecimento saudável —, também defendeu a importância da escuta e da efetividade na aplicação das políticas públicas. “É fundamental ouvir as pessoas idosas, entender onde estão as falhas e como podemos melhorar. A universidade contribui com pesquisa e também com ações práticas que empoderam e garantem o acesso a direitos”, afirmou.
Protagonismo em ação
Uma das participantes da conferência foi Maria Aparecida de Jesus, de 66 anos, moradora do Paranoá e integrante ativa do programa Viver 60+. Essa foi a segunda conferência distrital da qual ela participou — e a expectativa era grande. “Aqui é um espaço onde a gente é ouvida, onde podemos dizer com clareza o que está faltando, o que precisa mudar. Isso é muito importante, porque muita gente acha que a pessoa idosa só quer descanso. A gente quer dignidade, respeito e oportunidade também”, afirmou Maria, antes de participar de uma mesa de debate sobre protagonismo e vida comunitária.
Além da escuta ativa e da ampla participação, a conferência se destacou por garantir acessibilidade, ambiente acolhedor e estrutura completa para receber o público 60+, reafirmando o compromisso com um envelhecimento digno, ativo e respeitado.
*Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF)
Comentários para "Conferência distrital reforça protagonismo da pessoa idosa e propõe caminhos para garantir direitos e dignidade":