Criadores de abelhas sem ferrão participam de curso da Emater-DF sobre produção de própolis

A região possui 70 apicultores que buscam aprimorar as técnicas de produção de mel e derivados da meliponicultura

Criadores de abelhas sem ferrão participam de curso da Emater-DF sobre produção de própolis
Criadores de abelhas sem ferrão participam de curso da Emater-DF sobre produção de própolis

Agência Brasília* | Edição: Débora Cronemberger - 04/07/2025 07:39:28 | Foto: Divulgação/Emater-DF

Meliponicultores da comunidade da Serrinha, na região do Lago Norte, participaram de um curso sobre produção e manipulação de própolis de meliponíneos, promovido pela Emater-DF. O curso, ministrado pelo extensionista rural Edilson Amaral, atendeu a uma demanda dos próprios produtores, que buscaram aprender técnicas adequadas para o aproveitamento do própolis, além do mel e do pólen, produzido por suas abelhas nativas.

A oficina foi realizada na propriedade da produtora Diana Schappo, que destacou o interesse crescente dos criadores locais em diversificar os produtos da meliponicultura (criação de abelhas nativas sem ferrão). “Já produzimos mel, mas queremos aproveitar melhor o própolis e o pólen, que também têm valor comercial e benefícios para a saúde. Este curso nos ajudou a entender como fazer isso com qualidade e segurança”, afirmou Diana.

Na região da Serrinha há cerca de 70 meliponicultores, com mais de 30 colmeias. A capacitação, realizada nesta quarta-feira (2), teve orientações técnicas sobre extração, higiene, conservação e uso correto do própolis, respeitando a legislação e as características específicas dessas abelhas.

A Emater-DF tem desempenhado papel fundamental no desenvolvimento da meliponicultura no Distrito Federal, oferecendo assistência técnica, capacitações e incentivo à organização dos produtores. Além do aspecto econômico, a atividade se destaca pelo papel ambiental: as abelhas nativas contribuem significativamente para a polinização de plantas nativas e agrícolas, tornando os meliponicultores agentes de preservação ambiental.

Os produtores são orientados a cultivar maior diversidade de plantas, garantindo fonte contínua de néctar, pólen, resina e cera para as colmeias, o que fortalece o ecossistema local. “Além de renda, a meliponicultura fortalece a biodiversidade. Apoiar esses produtores é apoiar a preservação das abelhas nativas e a sustentabilidade rural”, destacou Carlos Morais, um dos técnicos da Emater-DF que participou da atividade.

O extensionista Ivan Marques falou da importância de organização dos produtores para divulgarem e comercializarem seus produtos. “A região tem potencial para ser uma rota turística e de atividades educativas por meio da meliponicultura e, para isso, a organização dos produtores e articulação com outras atividades produtivas locais geram oportunidades de comercialização e divulgação dos produtos”, disse.

Como identificar o própolis na colmeia

O própolis de meliponíneos é uma resina escura que as abelhas utilizam para vedar frestas, proteger o interior da colmeia contra fungos e bactérias e estruturar o ambiente interno. Durante a aula, os produtores aprenderam a reconhecer os locais adequados para coleta do material, como as entradas da colmeia, sempre com o cuidado de não comprometer a organização e o funcionamento do ninho.

Higiene e cuidado no momento da coleta

A extração do própolis exige atenção à higiene. Os técnicos da Emater-DF reforçaram a importância do uso de luvas limpas, espátulas esterilizadas e recipientes adequados, como frascos de vidro ou aço inox. O material coletado deve ser armazenado em local fresco, limpo e protegido da umidade, evitando qualquer tipo de contaminação.

Passo a passo para produção da tintura de própolis

Durante o curso, os produtores também aprenderam a transformar o própolis bruto em tintura, forma mais comum de consumo. A receita básica foi apresentada na teoria e feita na parte prática do curso. O material deve ser macerado e deixado em infusão por 7 a 15 dias, com agitação diária, e depois filtrado e armazenado em frascos escuros, protegidos da luz. Os participantes foram orientados a usar álcool de cereais com grau alcoólico adequado e próprio para consumo humano, além de respeitar as medidas de segurança durante o manuseio, como evitar proximidade com fogo e trabalhar em ambientes ventilados.

Incentivo à formalização e boas práticas

Além da técnica, a capacitação também abordou questões legais e sanitárias relacionadas à produção e comercialização do própolis. A Emater-DF reforçou a importância de seguir as boas práticas de manipulação.

*Com informações da Emater-DF

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