Fronteiras do Brasil seguem abertas, apesar do avanço de nova variante do coronavírus

Ministro da Casa Civil chegou a anunciar fechamento, mas decisão não foi aplicada no Diário Oficial da União

Fronteiras do Brasil seguem abertas, apesar do avanço de nova variante do coronavírus
Fronteiras do Brasil seguem abertas, apesar do avanço de nova variante do coronavírus

Catarina Barbosa - Portal Brasil De Fato - 27/11/2021 19:41:38 | Foto: Reprodução

Mesmo com o avanço da variante ômicron do coronavírus, potencialmente mais contagiosa, o Brasil segue com fronteiras abertas e sem exigência de comprovante de vacinação para entrada no país. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, chegou a anunciar o fechamento das fronteiras brasileiras com seis países de África, mas a decisão ainda não foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). Diversos países já endureceram o controle em portos e aeroportos para tentar evitar novas ondas de transmissão.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um comunicado elevando a classificação desta nova cepa do coronavírus (também chamada de B.1.1.529) para uma “variante de preocupação”, o que significa que ela tem mutações que podem torná-la mais contagiosa. Notificada na África do Sul, a variante é a quinta a receber o alerta da OMS, mas foi a que mudou de classificação com mais rapidez. Até o momento, cientistas afirmam que ela é a variante com maior número de mutações já identificada.

:: Europa registra primeiro caso da nova variante da covid-19 ::

No Brasil, caso a decisão de fechamento das fronteiras seja publicada no Diário Oficial da União, a expectativa é que ela passe a valer a partir da próxima segunda-feira (29). Inicialmente a proposta é restringir a entrada de passageiros oriundos da África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia, Zimbábue e Eswatini (ex-Suazilândia).

Até o momento, 62,03% da população brasileira completou o ciclo de imunização ao tomar a segunda dose ou a dose única de imunizantes contra a Covid-19.

Na última quinta-feira (25), secretários municipais e estaduais de Saúde manifestaram apoio à recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que o governo federal exija um certificado de vacinação contra a covid-19 de viajantes que cheguem de outros países ao Brasil.


"Na semana passada, número de mortos na Europa aumentou 11%, com uma projeção confiável que prevê 236 mil mortos na região até 1º de dezembro", disse diretor regional da OMS / Arquivo/EBC

Em nota, os gestores chamam a atenção para o aumento do número de casos em países europeus, nos EUA e no Canadá, assim como em países da América do Sul, incluindo Bolívia, Equador e Paraguai. O texto foi assinado pelos presidentes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Wilames Freire.

No entanto, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou que é contrário à cobrança de comprovantes de vacinação nas fronteiras brasileiras. A declaração dele se alinha ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e se baseia no fato de a vacinação não impedir o contágio. Especialistas apontam que, apesar não impedir os imunizantes reduzem a possibilidade de contágio e, consequentemente, a transmissibilidade da covid-19, assim como o agravamento da doença.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta sexta-feira (26) que não foi identificado nenhum caso da variante ômicron do novo coronavírus no Brasil. “A pasta está em constante vigilância e analisa, de forma conjunta com vários órgãos do governo federal, as medidas a serem tomadas”, acrescentou, por meio de nota.


Segundo a OMS, a detecção de uma "variante de preocupação" exigiria ações mais efetivas, como sequenciamento de genoma, comunicação de casos e mutações e realização de investigações de campo e análises laboratoriais para melhor compreender os impactos, a severidade e a efetividade de medidas de saúde pública.

Vale registrar que a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) afirmou que as Américas registraram um aumento de 23% em novos casos na última semana.

Edição: Sarah Fernandes

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