Evento celebrou seis décadas do cinema brasileiro com exibições, debates e reconhecimento a produções de todo o país
Agência Brasília* | Edição: Carolina Caraballo - 21/09/2025 11:50:30 | Foto: Breno Lopes
O 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro chegou ao fim, na noite deste sábado (20), após nove dias de programação intensa, marcada pela celebração dos 60 anos da primeira Semana do Cinema Brasileiro, realizada em 1965. A edição de 2025 reuniu 80 filmes, entre curtas e longas, selecionados a partir de mais de 1,7 mil inscritos. Além do Cine Brasília, a programação alcançou Planaltina, Gama e Ceilândia, reafirmando o compromisso com a descentralização cultural e a acessibilidade, com sessões que incluíram audiodescrição, legendagem descritiva e Libras.
O grande vencedor
O Troféu Candango de melhor longa-metragem da Mostra Competitiva foi entregue a Futuro Futuro, de Davi Pretto. O filme se passa em um futuro próximo no qual a inteligência artificial e uma nova síndrome neurológica impactam a vida de um homem de 40 anos que perdeu a memória. O longa explora como os avanços tecnológicos alteram a percepção da realidade e a vida dos indivíduos na sociedade.
A produção também conquistou os prêmios de melhor roteiro e de melhor montagem, assinada por Bruno Carboni. A entrega do prêmio foi feita pelo Coordenador de Audiovisual da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, Júnior Ribeiro, em nome do dirigente da Secec-DF, Claudio Abrantes.
“A entrega do Candango de melhor longa é um momento simbólico, porque representa o reconhecimento da força criativa do cinema brasileiro. O Festival de Brasília continua sendo um espaço de resistência e de projeção nacional e internacional da nossa produção audiovisual”, destacou Abrantes posteriormente.
Outros destaques da premiação
A Mostra Competitiva consagrou também Aqui Não Entra Luz, de Karol Maia, com o prêmio de Melhor Direção, e Quatro Meninas, de Karen Suzane, que recebeu o Prêmio Especial do Júri. Entre os intérpretes, Murilo Benício foi eleito Melhor Ator por Assalto à Brasileira, enquanto Dhara Lopes venceu como Melhor Atriz por Quatro Meninas. Nos prêmios técnicos, Corpo da Paz, de Torquato Joel, arrebatou quatro troféus: edição de som, trilha sonora, direção de arte e fotografia.
Na Mostra Brasília - Troféu Câmara Legislativa, o longa Maré Viva, Maré Morta, de Cláudia Daibert, foi o grande vencedor, conquistando tanto o prêmio do júri oficial quanto o júri popular, além de reconhecimento em categorias técnicas como edição de som. Entre os curtas, Rainha, de Raul de Lima, se destacou, levando prêmios de melhor curta pelo júri oficial, montagem e trilha sonora.
Premiações especiais
O Festival também contemplou produções em mostras paralelas. Uma Baleia Pode Ser Despedaçada Como uma Escola de Samba, de Marina Meliande e Felipe Bragança, venceu o prêmio da crítica internacional (Fipresci). O Prêmio de Temática Afirmativa foi para Adelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini, enquanto Aqui Não Entra Luz recebeu o Prêmio Zózimo Bulbul de Melhor Longa. O Troféu Saruê, concedido pelo Correio Braziliense ao melhor “momento” do Festival, foi entregue ao cineasta José Eduardo Belmonte. O prêmio Jean-Claude Bernardet do Júri Jovem UnB da Mostra Caleidoscópio foi para Atravessa Minha Carne, de Marcela Borela.
O Prêmio Canal Brasil de Curtas veio para Couraça , de Susan Kalik e Daniel Arcades. E o filme Sérgio Mamberti - Memórias do Brasil, de Evaldo Mocarzel, faturou o Prêmio Marco Antônio Guimarães.
Memória e renovação
A edição também prestou homenagem a Fernanda Montenegro que, aos 95 anos, recebeu o Troféu Candango pelo conjunto da obra. A atriz, premiada na primeira edição do festival em 1965, enviou um vídeo emocionado de agradecimento.
Para a diretora do Festival, Sara Rocha, esta foi uma edição que conciliou tradição e inovação. “Celebrar os 60 anos do Festival de Brasília foi uma oportunidade de revisitar a nossa história e, ao mesmo tempo, apontar caminhos para o futuro. Tivemos uma programação diversa, com filmes potentes, debates e oficinas que reforçam o papel do festival como vitrine e espaço de formação para o cinema brasileiro”, afirmou.
O 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro encerrou-se com apresentação do longa-metragem A natureza das coisas invisíveis, dirigido por Rafaela Camelo.
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