Há três anos, às vésperas dos Jogos Paralímpicos, um evento que exige que o atleta vá até seus limites físicos, supere marcas e que serve como exemplo de superação para tantas pessoas, Marieke revelou que já tinha aprontado os documentos para a eutanásia. A partir dali várias pessoas passaram a procurá-la: alguns para conhecer as razões que a levaram a tomar a decisão e outros até para tentar fazer com que ela mudasse de ideia.
A belga, que descobriu uma doença degenerativa aos 14 anos de idade e a partir daí sentiu dores intensas em todos os dias de sua vida, escancarou para todos uma realidade que o glamour dos Jogos Paralímpicos às vezes nos faz esquecer: alguns dos atletas que ali estão são pessoas com deficiência, com doenças graves e que causam sofrimento. Não são super-heróis. São humanos. Que buscam quebrar limites esportivos, resistindo aos limites do corpo. Mas estes limites existem e a dor também.
Após os Jogos Paralímpicos do Rio, Marieke seguiu contando sua rotina em redes sociais, assim como tantos fazem. Postava algumas fotos mostrando sua rotina. Além do esporte, nos últimos anos ela realizou sonhos: voou em um caça, andou em carro de rali e desmistificou a curiosidades de muitos em saber como ela lidava com a morte. A resposta? Com naturalidade. Obviamente, falou sobre a eutanásia, defendendo o procedimento. Disse que, se a técnica fosse aprovada em todo o mundo, ajudaria a reduzir o número de suicídios.
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