Paraty é reconhecida como patrimônio cultural e natural da humanidade

Ao mesmo tempo em que recebe o título internacional, a cidade fluminense vê sua beleza ameaçada por problemas urbanos, como violência e falta de saneamento.

Paraty é reconhecida como patrimônio cultural e natural da humanidade
Paraty é reconhecida como patrimônio cultural e natural da humanidade

Estadão Conteúdo - 05/07/2019 17:51:45 | Foto: Estadão

A cidade de Paraty (RJ) foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura ( Unesco ) como patrimônio da humanidade. É a primeira vez que um local é declarado patrimônio misto – cultural e natural – na América do Sul . O reconhecimento se estende a Ilha Grande e uma extensa área preservada de mata atlântica na Serra da Bocaina.

A decisão ocorreu na 43ª reunião do Comitê de Patrimônio Mundial da Unesco, realizada nesta sexta-feira, 5, em Baku, capital do Azerbaijão. A reunião vai até a próxima quarta, 10. Paraty já teve uma candidatura a patrimônio cultural recusada em 2009.

Ao mesmo tempo em que recebe o título internacional, a cidade fluminense vê sua beleza ameaçada por problemas urbanos, como violência e falta de saneamento.

Em Paraty, a baixa cobertura de saneamento e a violência urbana foram os entraves nas outras duas vezes em que a cidade tentou o reconhecimento internacional (em 2004 e 2009). A cobertura de esgoto era de pouco mais da metade da população (56,4%) em 2010, segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já a taxa de homicídios era de 60,9 por 100 mil habitantes, segundo o Mapa – uma das 50 mais altas do País.

A secretária de Cultura de Paraty, Cristina Maseda, reconhece os gargalos urbanos. “Um título como esse abre portas importantes para resolver problemas que não conseguimos, como os de saneamento e violência. Abre possibilidades de financiamentos nacionais e internacionais.” Há um Fundo do Patrimônio Mundial, mas que serve para apoiar apenas os bens em risco, o que não seria o caso de Paraty.

Outro problema da última candidatura, segundo os consultores da ONU, foi o caráter pouco abrangente da proposta. Agora, além do centro histórico, foram incluídos atrativos naturais. Entram no pacote as unidades de conservação da Serra da Bocaina, Ilha Grande, Praia do Sul, Cairuçu e o Morro da Vila Velha. São 149 mil hectares abrangendo seis municípios de São Paulo e Rio, sendo a maior porção em Paraty e Angra dos Reis. Abriga ainda terras indígenas, quilombolas e comunidades caiçaras.

O Brasil já tem 21 locais com o reconhecimento, entre sítios culturais e naturais. Veja quais são:

Patrimônios Mundiais do Brasil

Sítios do Patrimônio Cultural:

1980 - A Cidade Histórica de Ouro Preto, Minas Gerais

1982 - O Centro Histórico de Olinda, Pernambuco

1983 - As Missões Jesuíticas Guarani, Ruínas de São Miguel das Missões, Rio Grande de Sul e Argentina

1985 - O Centro Histórico de Salvador, Bahia

1985 - O Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, Minas Gerais

1987 - O Plano Piloto de Brasília, Distrito Federal

1991 - O Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, Piauí

1997 - O Centro Histórico de São Luís do Maranhão

1999 - Centro Histórico da Cidade de Diamantina, Minas Gerais

2001 - Centro Histórico da Cidade de Goiás

2010 - Praça de São Francisco, na cidade de São Cristóvão, Sergipe

2012 - Rio de Janeiro, paisagens cariocas entre a montanha e o mar

2016 - Conjunto Moderno da Pampulha

2017 - Sítio Arqueológico Cais do Valongo

Sítios do Patrimônio Natural

1986 - Parque Nacional de Iguaçu, em Foz do Iguaçu, Paraná e Argentina

1999 - Mata Atlântica - Reservas do Sudeste, São Paulo e Paraná

1999 - Costa do Descobrimento - Reservas da Mata Atlântica, Bahia e Espírito Santo

2000 - Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central

2000 - Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

2001 - Áreas protegidas do Cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas, Goiás

2001 - Ilhas Atlânticas Brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas

(Fonte: Unesco)

(A data é relativa ao ano em que foram considerados patrimônios culturais)

/COM EFE

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