Presidente Lula afirma que defendeu a Donald Trump combate ao crime com inteligência e sem armas

Lula diz que espera nova revogação de tarifas após conversa com Trump

Presidente Lula afirma que defendeu a Donald Trump combate ao crime com inteligência e sem armas
Presidente Lula afirma que defendeu a Donald Trump combate ao crime com inteligência e sem armas

Ricardo Della Coletta E Isadora Albernaz, Brasília, Df (folhapress) - 03/12/2025 09:55:40 | Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (3), que defendeu a Donald Trump ações conjuntas de combate ao crime organizado com o uso de inteligência, sem a necessidade do uso de armas.

Lula e Trump tiveram uma conversa por telefone na terça (2), na qual trataram principalmente sobre cooperação em ações de enfrentamento ao crime e à facções.

"Vamos utilizar a inteligência que nós temos, dos países que fazem fronteira com o Brasil, dos EUA, e de outras partes do mundo, para que a gente possa jogar todo o peso do mundo para derrotar as facções criminosas, o narcotráfico, e tantas outras coisas ilícitas", disse Lula, durante entrevista à TV Verdes Mares, do Ceará.

"A gente não precisa utilizar arma, podemos usar inteligência para acabar com o narcotráfico e o crime organizado", disse.

Ao levar diretamente a Trump ideias de cooperação contra o crime organizado e lavagem de dinheiro, Lula busca transmitir a imagem de que o Brasil tem instrumentos eficientes para atuar contra irregularidades.

O objetivo é rebater a argumentação de líderes da oposição e bolsonaristas segundo os quais facções criminosas, incluindo o PCC e o Comando Vermelho, deveriam ser classificadas de terroristas.

Auxiliares de Lula lembram que o enquadramento de grupos criminosos como terroristas é uma das principais justificativas para uma possível operação militar dos EUA na Venezuela. Nesse sentido, o Brasil quer evitar brechas que possam ser usadas no futuro para ações unilaterais contra o país.

Lula diz que espera nova revogação de tarifas após conversa com Trump

RICARDO DELLA COLETTA E ISADORA ALBERNAZ, BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (3), que espera boas notícias sobre revogações de tarifas americanas impostas contra o Brasil, após a conversa que manteve com Donald Trump na terça (2).

"Da mesma forma que o povo teve uma notícia ruim quando o Trump anunciou a taxação [de 50%], acho que está perto de ouvir uma notícia boa", disse Lula. Ele lembrou ainda que recentemente os EUA já suspenderam parte do tarifaço em vigor contra o país.

Lula concedeu entrevista à TV Verdes Mares, afiliada da Globo no Ceará.

Segundo o presidente brasileiro, o país pode esperar o anúncio da retirada de mais sobretaxas que ainda estão em vigor sobre produtos brasileiros. "Muita coisa vai acontecer", afirmou.

Na entrevista, Lula fez um relato positivo da conversa com Trump. Ele repetiu a ideia de que houve "química" com o presidente dos EUA e ainda afirmou que o diálogo privado com o republicano é diferente da postura que ele adota em público.

O brasileiro chegou a dizer que há dois Trumps: aquele que faz discursos e declarações televisionadas e aquele que participa de conversas reservadas.

Na terça-feira (2), Trump disse que teve uma ótima conversa com Lula. Na ocasião, o brasileiro fez um novo pedido de retirada das tarifas comerciais impostas pelo governo americano.

"Tivemos uma ótima conversa, conversamos sobre negócios, sanções, porque, como você sabe, nós aplicamos sanções a eles por causa de algumas coisas que aconteceram. Mas nós tivemos uma ótima conversa. Eu gosto dele, nós tivemos algumas reuniões, e nós tivemos uma ótima conversa", disse Trump a jornalistas.

No fim de julho, o governo americano impôs uma sobretaxa de 40% a produtos importados pelo Brasil, que somou-se às chamadas "tarifas recíprocas" de 10% aplicadas globalmente. O decreto, no entanto, previu uma lista com quase 700 exceções, como suco de laranja e produtos de aviação, que livrou 43% do valor de itens brasileiros exportados para o exterior, segundo levantamento feito pela Folha.

Em 14 de novembro, o governo americano derrubou a tarifa de 10% das principais exportações brasileiras, como carne e café. Depois, a sobretaxa de 40% também caiu, isentando esses produtos das taxas adicionais aplicadas pelo republicano desde abril.

Lula e Trump chegaram a interagir pessoalmente durante a Assembleia Geral da ONU, na qual Trump afirmou que ambos tiveram "boa química". O encontro da época foi o primeiro após o anúncio do tarifaço e a sequência de medidas do americano contra o Brasil e demais países do mundo.

Levantamento do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) aponta que 22% das exportações brasileiras (US$ 8,9 bilhões) ainda estão sob efeito da sobretaxa de no mínimo 40% (em alguns casos, de 50%, já que certos itens ainda pagam a taxa de 10% aplicada a todos os países).

Além destes produtos, 15% das exportações (US$ 6,2 bilhões) estão sujeitos à tarifa global e outros 27% (US$ 10,9 bilhões) continuam enquadrados na chamada Seção 232 (que permite impor tarifas por razões de segurança nacional). É o caso, por exemplo, de aço e autopeças.

Na conversa desta terça, os dois também trataram do combate ao crime organizado e concordaram em cooperar com o tema.

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