‘Se estivesse tudo certo, não precisaríamos do STF’, diz senadora do PT sobre investigação de emendas parlamentares

Teresa Leitão defendeu transparência no uso de emendas e falou sobre isenção do IR: 'vamos votar com celeridade'

‘Se estivesse tudo certo, não precisaríamos do STF’, diz senadora do PT sobre investigação de emendas parlamentares
‘Se estivesse tudo certo, não precisaríamos do STF’, diz senadora do PT sobre investigação de emendas parlamentares

 adele Robichez, josé Eduardo Bernardes e larissa Bohrer - Portal Bdf - 13/10/2025 07:41:39 | Foto: Senadora Teresa Leitão (PT-PE) defende aprovação rápida do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda - Jefferson Rudy/Agência Senado

A senadora Teresa Leitão (PT-CE) afirmou que o Senado pretende ser célere na aprovação da isenção do Imposto de Renda (IR), sem entrar em rota de colisão com a Câmara, e defendeu a investigação aberta no Supremo Tribunal Federal — comandada por Flávio Dino — sobre irregularidades de emendas parlamentares. “Se tivesse tudo certinho, não precisaríamos do STF nos dando cocorote”, ironizou.

Em entrevista ao Conexão BdF , da Rádio Brasil Atual, afirmou que o eventual mau uso das emendas é resultado da falta de transparência. A senadora destacou, contudo, que “nem todas as emendas são irregulares” e que muitas delas garantem investimentos em municípios pobres. “Há emendas que salvam o dia a dia de um município pobre. Investimentos que o município jamais poderia fazer são feitos através de uma emenda parlamentar”, defendeu.

Sobre a proposta que isenta de imposto quem ganha até R$ 5 mil mensais, e chegou à Casa após aprovação unânime na Câmara dos Deputados, a senadora acredita que tramitará com rapidez para entrar em vigor em 2026. A relatoria é do senador Renan Calheiros (MDB-AL).

“Nós queremos votá-lo com celeridade, para que ele possa já ter impactos no próximo ano”, disse Leitão, lembrando que o Senado já havia analisado um texto semelhante de autoria do senador Eduardo Braga (MDB-AM).

A petista afirmou que a prioridade é aprovar o projeto sem mudanças substanciais, evitando que ele retorne à Câmara. “Não é interesse do Senado entrar em rota de colisão com a Câmara, de forma nenhuma”, declarou.

Para ela, o tema tem uma importância superior a disputas políticas, como o embate estadual entre Renan Calheiros e o deputado Arthur Lira (PP-AL). “Vamos mostrar ao povo que também tem parlamentares que se preocupam com o povo, que querem uma justiça tributária no Brasil, que quem ganha mais pague mais, quem ganha menos pague menos”, afirmou.

“Vitória de Pirro”

Sobre a derrota do governo com a derrubada da Medida Provisória (MP) das bets e fintechs, que previa taxar grandes fortunas, casas de aposta e dividendos no exterior, a senadora Teresa Leitão classificou a comemoração da oposição como um “vitória de Pirro”. “É uma vitória que, inclusive, isenta um setor que tem promovido muita distorção, envolvendo crianças, adolescentes, pessoas ingênuas. É um setor que precisa ser taxado, precisa ser regulamentado”, disse.

Segundo ela, o governo deve adotar alternativas como o contingenciamento de emendas parlamentares e o envio de novos projetos de arrecadação. “Vai ser necessária a justiça, mas o interesse do governo é não usar apenas o contingenciamento, é ter também outras medidas que possam retomar o implemento em setores e contribuir com a arrecadação para equilibrar a balança”, explicou.

Para ouvir e assistir

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira: a primeira às 9h e a segunda às 17h, na Rádio Brasil de Fato , 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

Editado por: Maria Teresa Cruz

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