Setembro Verde: Hemocentro de Brasília já fez mais de 5 mil exames pré e pós-transplantes em 2025

História de professora da Candangolândia que recebeu novo rim mostra importância do mês dedicado à doação de órgãos

Setembro Verde: Hemocentro de Brasília já fez mais de 5 mil exames pré e pós-transplantes em 2025
Setembro Verde: Hemocentro de Brasília já fez mais de 5 mil exames pré e pós-transplantes em 2025

Agência Brasília* | Edição: Carolina Caraballo - 02/09/2025 08:54:02 | Foto: Divulgação/Hemocentro / Laboratório de Imunologia de Transplantes da Fundação Hemocentro de Brasília

A professora Dayane Lopes, 39 anos, moradora da Candangolândia-DF, passou por um transplante de rim decisivo em agosto de 2025, após ter rins e pâncreas comprometidos por uma condição congênita. A trajetória de Dayane dá sentido ao Setembro Verde, mês de conscientização sobre a doação de órgãos, e evidencia o papel essencial da Fundação Hemocentro de Brasília (FHB), responsável pela realização dos exames de alta complexidade para viabilização de transplantes no DF. Só em 2025, a fundação já realizou mais de 5 mil exames pré e pós-transplantes.

A história do transplante de Dayane começou quando, ao ajudar uma aluna com deficiência em crise, sofreu uma lesão no joelho que exigiu quase dois anos de tratamento. Durante esse período, o uso de anti-inflamatórios desencadeou 19 episódios de pancreatite. Com o agravamento do quadro, veio o diagnóstico de Pâncreas Divisum — uma malformação congênita no pâncreas. Em 2020, após a gravidez da filha, sua saúde piorou. Exames mostraram que os rins funcionavam apenas 11%, um quadro irreversível.

Ela então passou por uma cirurgia para colocação de prótese pancreática, que controlou as crises, mas os danos já eram permanentes. “Naquele momento, eu já havia perdido totalmente a função renal, o que impactou profundamente minha vida”, relembra. Com os dois rins comprometidos, a única alternativa era o transplante. Em junho de 2024, entrou na lista de espera, onde ficou até agosto deste ano. Segundo o portal Info Saúde da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES), em 2025, até agosto, foram realizados 427 transplantes no DF.

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Dayane no dia em que passou pelo transplante de rim. Crédito: arquivo pessoal

O Hemocentro de Brasília no suporte aos transplantes no DF

Durante todo o processo, Dayane precisou ir ao Hemocentro de Brasília várias vezes para realizar exames e coletas de sangue. Ela conta que, em cada visita, foi recebida com generosidade e cuidado. Esse suporte humano fez toda a diferença nos momentos de fragilidade e foi decisivo para que ela se mantivesse firme até a hora da cirurgia. “Todos os profissionais foram amorosos e atenciosos, inclusive com a minha filha, quando me acompanhava.”
Antes e depois de qualquer transplante realizado no DF, o Hemocentro realiza uma série de exames decisivos para garantir a segurança e o sucesso do procedimento. São análises que verificam a compatibilidade genética entre doador e receptor, a presença de anticorpos que poderiam causar rejeição e a reação direta entre as amostras de sangue. Paralelamente, o Laboratório de Sorologia confirma que não há risco de transmissão de doenças como HIV, hepatites, HTLV, sífilis e malária.

No Laboratório de Imunologia de Transplantes (LIT), equipamentos de alta precisão, reagentes importados exclusivamente da Alemanha e dos Estados Unidos e uma equipe especializada operam 24 horas por dia, sete dias por semana, explica o diretor de Procedimentos Especiais do Hemocentro, Pedro Henrique Diogo. “É um trabalho caro e altamente especializado, mas que garante que cada transplante realizado no DF tenha segurança e qualidade máximas. Além de referência em coleta e distribuição de sangue, a instituição reafirma sua relevância no suporte aos transplantes”, afirma.

O dia da cirurgia e o recomeço

O transplante de rim de Dayane foi realizado no Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF). Ela relembra o momento em que recebeu a notícia: “Eu estava na terceira posição da fila, mas os dois primeiros não estavam aptos. Foi quando o telefone tocou e eu soube que era a minha vez. A emoção foi indescritível, chorei muito, foi a sensação de uma nova chance de vida chegando.” Desde então, ela segue em recuperação, adaptando-se ao uso de imunossupressores e às restrições do pós-operatório.

Dayane recebeu transplante de um doador falecido, dentro do processo previsto pela legislação brasileira. No país, a doação de órgãos por doador falecido só ocorre com autorização da família, ainda que a pessoa tenha manifestado o desejo em vida. Por isso, especialistas reforçam a importância de conversar com familiares sobre essa decisão. No momento da perda, são eles que autorizam ou não o ato de generosidade que pode salvar várias vidas.

Ela expressa sua gratidão a quem tornou possível o recomeço. “Mesmo sem saber quem foi, agradeço profundamente ao meu doador. À sua família, deixo minha mais profunda gratidão. Quero que saibam que, em meio a essa dor imensa, vocês permitiram que outra vida florescesse. Prometo honrar essa oportunidade, vivendo cada dia com esperança e responsabilidade”, afirma.

Dayane, a filha Valentina, a enteada Isabela e o noivo Caíque.

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