Ela está internada no Hospital das Clínicas
Paulo Eduardo Dias E Isabella Menon, São Paulo, Sp (folhapress) - 13/12/2025 10:44:53 | Foto: Reprodução TV Globo
Tainara Souza Santos, 31, que está internada desde o último dia 29 de novembro, após ser atropelada e arrastada por 1 quilômetro por Douglas Alves da Silva, abriu os olhos e se emocionou ao ver os familiares no hospital. O relato é da família da vítima, que a visitou na noite desta quinta-feira (11).
De acordo com um relato gravado por sua mãe, Lúcia Aparecida Souza da Silva, Tainara "abriu os olhos" e, ao ver a família e quis tirar o tubo -devido à complexidade dos ferimentos, ela está intubada desde o dia do acidente. "Eu falei 'mãe' e ela começou a ficar agitada", diz Lúcia.
A expectativa é que, nos próximos dias, o tubo seja retirado da jovem. Por enquanto, ela se recupera de diversos procedimentos médicos que realizou desde o dia do atropelamento. "Minha filha é guerreira e vai tirar isso de letra. Só de abrir o olho eu já agradeci muito a Deus", afirma Lúcia.
Ela está internada no Hospital das Clínicas. Procurada, a instituição de saúde afirma que não tem autorização para passar informações sobre a paciente.
O CASO
Douglas Alves da Silva, 26, virou réu sob acusação de tentativa de feminicídio contra Tainara e tentativa de homicídio contra um rapaz que a acompanhava naquela data.
O atropelamento ocorreu na manhã do último dia 29 no Parque Novo Mundo, na zona norte de São Paulo. O motorista atingiu Tainara com um Golf preto em uma avenida que dá acesso à marginal Tietê e continuou dirigindo mesmo com o corpo dela preso ao veículo.
Câmeras de segurança registraram o atropelamento. Motoristas que estavam nas proximidades também filmaram o carro com o corpo da mulher sendo arrastado em um trecho da marginal.
Um funcionário do estabelecimento disse à polícia que o motorista agiu de forma intencional, atropelando e passando por cima da vítima. Quando a mulher já estava sob o veículo, o motorista ainda teria puxado o freio de mão e feito movimentos bruscos com o carro.
Familiares de Tainara e um advogado da família afirmaram que eles tiveram um breve relacionamento, que já havia terminado por iniciativa dela.
O advogado Marcos Leal, que defende Douglas, afirmou que ele não tinha intenção de atingir Tainara, mas sim o homem que caminhava ao seu lado na saída de um bar. Ele alega que Douglas não conhecia Tainara e nunca teve uma relação com ela -o que contradiz relatos da família de Tainara e de um amigo de Douglas que estava dentro do veículo no momento do atropelamento.
Douglas também negou à polícia que o atropelamento tenha sido proposital e afirma que não conhecia Tainara ou seu acompanhante. Ele ainda afirmou não ter percebido o alerta de outros motoristas de que a vítima estava sendo arrastada pelo seu veículo. De acordo com ele, deixou o local com medo de ser agredido.
O passageiro do carro afirmou que Douglas ficou furioso ao chegar a um bar e ver Tainara na companhia de outro homem. Disse também que ele teve a intenção de atingi-la. O motorista foi preso no dia seguinte ao crime.
FEMINICÍDIO BATE RECORDE
Em 2025, o número de feminicídios registrados na cidade de São Paulo chegou a 53 casos, o maior da série histórica -o recorde acontece mesmo com dois meses ainda para terminar o ano. Em 2024, foram 51 casos de feminicídio de janeiro a dezembro, até então o maior número já registrado.
De acordo com um levantamento do Instituto Sou da Paz, a capital paulista foi o cenário de 1 a cada 4 feminicídios consumados no estado. Na comparação dos dez primeiros meses de 2025 com o mesmo período do ano passado, a alta é de 23% na cidade. Em relação a 2023, o crescimento foi de 71%.
Os dados reforçam a tendência histórica da violência contra a mulher: a maioria dos casos ocorre dentro de casa (67%) e as vítimas são assassinadas com armas brancas ou objetos contundentes -instrumentos usados em mais da metade dos crimes no estado.
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