Números do mercado financeiro
São Paulo, Sp (folhapress) - 04/12/2023 19:30:16 | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O mercado financeiro iniciou a semana em aversão a risco. Nesta segunda-feira (4), investidores repercutem a alta nos juros dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os treasuries.
Às 17h15, o Ibovespa recuava 1,16%, a 126.692 pontos. O dólar fechou em alta de 1,38%, a R$ 4,9478. Na sexta (1º), a moeda americana terminou o pregão cotada a R$ 4,88.
Em Wall Street, os principais índices acionários também operam em queda. O S&P 500 caía 0,73% e o Dow Jones, 0,16%. O Nasdaq recuava 1,16%.
O viés negativo no mercado de renda variável global reflete a alta dos rendimentos dos treasuries. O rendimento do título de dez anos do governo dos EUA sobe a 4,29%, ante 4,22% no pregão anterior -o menor patamar em três meses. O título de dois anos sobe 0,08 ponto percentual para 4,65%
Na semana passada, o dólar teve sua terceira semana seguida de queda, em linha com ao recuo nas taxas de juro americanas, uma vez que vêm crescendo as apostas de que o Fed (Banco Central dos EUA) teria encerrado seu ciclo de aperto monetário, podendo começar a cortar os juros no primeiro semestre do ano que vem.
Buscando balizar essas expectativas, investidores voltarão suas atenções para o Jolts e o payroll, relatórios do mercado de trabalho americano que serão divulgados na terça (5) e na sexta (8), respectivamente. Dados fracos tendem a reforçar apostas num Fed mais brando, mas surpresas para cima provavelmente reverteriam o recente otimismo do mercado global, podendo elevar a demanda pela segurança do dólar.
"A questão agora é se a queda das taxas e do dólar foram excessivas. Informações cruciais sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos nesta semana devem ajudar tanto os mercados quanto o Federal Reserve a responder a essa pergunta", disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.
Por enquanto, a economia americana vai dando sinais de desaceleração. As novas encomendas de produtos fabricados nos EUA caíram mais do que o esperado em outubro, na maior queda mensal em três anos e meio, diante do enfraquecimento da demanda por bens duráveis e equipamentos de transportes.
Os pedidos caíram 3,6% após queda de 2,3% em setembro, em dado revisado para baixo, informou o Departamento de Comércio nesta segunda, a maior queda desde abril de 2020. Economistas consultados pela Reuters previam que os pedidos diminuiriam 2,8%. Na comparação com outubro de 2022, as encomendas avançaram 0,5%.
Também colaborava para a alta da divisa americana frente ao real nesta sessão a queda nos preços de commodities importantes, como petróleo e minério de ferro.
O barril de petróleo Brent (referência internacional) cai 1%, a US$ 78,07. O minério de ferro, por sua vez, cedeu 1,14%, a 958 iuanes (US$ 135) a tonelada, na Bolsa chinesa de Dalian, menor valor desde 30 de novembro.
Além disso, o mercado reflete a estimativa de uma inflação mais alta em 2023 e em 2024, segundo o boletim Focus, e a alta no rendimento dos títulos do Tesouro americano.
Os economistas ouvidos pelo BC (Banco Central) agora esperam que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano seja 0,01 ponto percentual maior em relação à semana anterior, a 4,54%. Para 2024, a estimativa também aumentou 0,01 ponto percentual, para 3,92%. Para 2025 e 2026, houve manutenção da inflação em 3,5%.
Preços mais altos podem ameaçar o ciclo de corte da Selic, que está a 12,25% ao ano. Atualmente, a expectativa é que o juro caia a 9,25% ao fim de 2024.
Os juros futuros brasileiros acompanharam os treasuries e o temor a uma inflação mais alta. Após completar na sexta (1º) a quinta sessão consecutiva de baixa, as taxas dos DIs voltaram a subir.
No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,335%, ante 10,28% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,02%, ante 9,911% do ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2027 estava em 10,165%, ante 10,02%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,435%, ante 10,289%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,87%, ante 10,716%.
Além dos dados americanos, outro ponto de atenção para os investidores é o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil no terceiro trimestre, que será divulgado na terça (5) e dados fiscais, com superávit orçamentário e relação dívida/PIB, divulgados na quarta (6).
Números do mercado financeiro
DÓLAR
compra/venda
Câmbio livre BC - R$ 4,9085 / R$ 4,9091 **
Câmbio livre mercado - R$ 4,9458 / R$ 4,9478 *
Turismo - R$ 5,0500 / R$ 5,1360
(*) cotação média do mercado
(**) cotação do Banco Central
Variação do câmbio livre mercado
no dia: +1,38
OURO BM&F
R$ 289,000
BOLSAS
B3 (Ibovespa)
Variação: −1,08%
Pontos: 126.802
Volume financeiro: R$ 19,503 bilhões
Maiores altas: Engie Brasil ON (1,17%), SLC Agrícola ON (1,09%), Santander BR UNT (1,04%)
Maiores baixas: Gol PN (-8,64%), Magazine Luiza ON (-7,37%), MRV ON (-5,63%)
S&P 500 (Nova York): -0,54%
Dow Jones (Nova York): -0,11%
Nasdaq (Nova York): -0,84%
CAC 40 (Paris): -0,18%
Dax 30 (Frankfurt): 0,04%
Financial 100 (Londres): -0,22%
Nikkei 225 (Tóquio): -0,6%
Hang Seng (Hong Kong): -1,09%
Shanghai Composite (Xangai): -0,29%
CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,65%
Merval (Buenos Aires): -2,85%
IPC (México): 0,33%
ÍNDICES DE INFLAÇÃO
IPCA/IBGE
Outubro 2022: 0,59%
Novembro 2022: 0,41%
Dezembro 2022: 0,62%
Janeiro 2023: 0,53%
Fevereiro 2023: 0,84%
Março 2023: 0,71%
Abril 2023: 0,61%
Maio 2023: 0,23%
Junho 2023: -0,08%
Julho 2023: 0,12%
Agosto 2023: 0,23%
Setembro 2023: 0,26%
Outubro 2023: 0,24%
INPC/IBGE
Outubro 2022: 0,47%
Novembro 2022: 0,38%
Dezembro 2022: 0,69%
Janeiro 2023: 0,46%
Fevereiro 2023: 0,77%
Março 2023: 0,64%
Abril 2023: 0,53%
Maio 2023: 0,36%
Junho 2023: -0,10%
Julho 2023: -0,09%
Agosto 2023: 0,20%
Setembro 2023: 0,11%
Outubro 2023: 0,12%
IPC/Fipe
Outubro 2022: 0,45%
Novembro 2022: 0,47%
Dezembro 2022: 0,54%
Janeiro 2023: 0,63%
Fevereiro 2023: 0,43%
Março 2023: 0,39%
Abril 2023: 0,43%
Maio 2023: 0,20
Junho 2023: -0,03%
Julho 2023: -0,14%
Agosto 2023: -0,20%
Setembro 2023: 0,29%
Outubro 2023: 0,30%
IGP-M/FGV
Novembro 2022: -0,56%
Dezembro 2022: 0,45%
Janeiro 2023: 0,21%
Fevereiro 2023: -0,06%
Março 2023: 0,05%
Abril 2023: -0,95%
Maio 2023: -1,84%
Junho 2023: -1,93%
Julho 2023: -0,72%
Agosto 2023: -0,14%
Setembro 2023: 0,37%
Outubro 2023: 0,50%
Novembro 2023: 0,59%
IGP-DI/FGV
Outubro 2022: -0,62%
Novembro 2022: -0,18%
Dezembro 2022: 0,31%
Janeiro 2023: 0,06%
Fevereiro 2023: 0,04%
Março 2023: -0,34%
Abril 2023: -1,01%
Maio 2023: -2,33%
Junho 2023: -1,45%
Julho 2023: -0,40%
Agosto 2023: 0,05%
Setembro 2023: 0,45%
Outubro 2023: 0,51%
SALÁRIO MÍNIMO
Maio 2023: R$ 1.320
Cotação das moedas
Coroa (Suécia) - 0,4692
Dólar (EUA) - 4,9091
Franco (Suíça) - 5,6175
Iene (Japão) - 0,03337
Libra (Inglaterra) - 6,1923
Peso (Argentina) - 0,01354
Peso (Chile) - 0,005658
Peso (México) - 0,2823
Peso (Uruguai) - 0,126
Yuan (China) - 0,6877
Rublo (Rússia) - 0,05414
Euro (Unidade Monetária Europeia) - 5,3102
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