Bolsa supera os 128 mil pontos e dólar cai a R$ 4,88 após discurso de Powell

Em discurso no início da tarde, Powell afirmou que está claro que a política monetária do Fed está desacelerando a economia como esperado

Bolsa supera os 128 mil pontos e dólar cai a R$ 4,88 após discurso de Powell
Bolsa supera os 128 mil pontos e dólar cai a R$ 4,88 após discurso de Powell

São Paulo, Sp (folhapress) - 01/12/2023 19:05:27 | Foto: © José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

aqui..

Apesar de ter começado o dia caindo, a Bolsa brasileira virou e fechou acima dos 128 mil pontos nesta sexta-feira (1°), renovando seu maior patamar em mais de dois anos. Declarações do presidente do Federal Reserve (banco central americano), Jerome Powell, foram o principal catalisador dia.

Em discurso no início da tarde, Powell afirmou que está claro que a política monetária do Fed está desacelerando a economia como esperado e que os riscos de a autoridade monetária ir longe demais com aumentos das taxas de juros tornaram-se "mais equilibrados".

"É provável que todos os efeitos do nosso aperto ainda não tenham sido sentidos. A contundência da nossa resposta à inflação também ajudou a manter a credibilidade duramente conquistada do Fed, garantindo que as expectativas do público sobre a inflação futura permaneçam bem ancoradas", disse Powell em comentários preparados para evento da faculdade Spelman.

Powell disse, no entanto, que é cedo demais para descartar novas altas de juros ou para começar a discussão sobre cortes nas taxas.

"Seria prematuro concluir com confiança que atingimos uma posição suficientemente restritiva, ou especular sobre quando a política poderá relaxar", afirmou o presidente do Fed.

Apesar da ressalva, as sinalizações de Powell confirmaram as expectativas do mercado de que o afrouxamento dos juros nos Estados Unidos está próximo. As projeções sobre as taxas americanas deram força à renda variável nas últimas semanas.

Com isso, o Ibovespa terminou o dia em alta de 0,67%, aos 128.184 pontos.

A perspectiva de juros mais baixos nos Estados Unidos costuma levar a um redirecionamento de recursos para países mais rentáveis, ainda que mais arriscados, como o Brasil. Com isso, a Bolsa brasileira registrou mais um dia de alta, após ter registrado seu melhor desempenho mensal em três anos em novembro.

Já o dólar é pressionado pelas projeções de queda nos juros americanos justamente pela realocação de investimentos dos EUA para outros países. Nesta sexta, a moeda americana até começou o dia subindo, mas firmou queda após o discurso de Powell, terminando a sessão em baixa de 0,71%, cotada a R$ 4,880.

O movimento no Brasil acompanhou o exterior: o índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a outras moedas fortes, recuou 0,25% nesta sexta.

Na semana, a divisa acumula queda de 0,3% ante o real.

Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, as falas de Powell sinalizam que a discussão sobre um corte de juros nas próximas reuniões do Fed é mais provável que uma nova alta nas taxas.

"O mercado está se antecipando à discussão de cortes de juros, sem dúvidas, mas a falta de um puxão de orelha de Powell, a fala mais dovish [branda] de diretores do Fed e a percepção de que está contratada uma desaceleração da economia devido às altas de juros fazem crer que a discussão sobre o timing do corte de juros está iniciada. Agora, a discussão do mercado é sobre quando [a redução] vai começar", diz Borsoi.

O economista-chefe da Integral Group, Daniel Miraglia, afirma que os números de inflação e atividade econômica americanas estão em linha com o esperando e reforçam a visão de um "pouso suave" da economia americana, ou seja, de redução da alta de preços sem uma grande desaceleração.

"Os números estão ajudando o Fed. Acredito que o ciclo de alta de juros terminou, e o próximo movimento deve ser de corte juros, muito provavelmente nos primeiro semestre do ano que vem", diz Miraglia.

Com o bom humor no exterior, as curvas de juros futuros brasileiras caíram, dando força às empresas listadas na Bolsa. Os contratos com vencimento em janeiro de 2025 foram de 10,31% para 10,30%
As curvas de juros futuros brasileiras mais curtas acompanharam o movimento do exterior e tiveram leve queda, dando força às empresas listadas na Bolsa local. Os contratos mais longos, no entanto, subiram.

As principais altas do dia do Ibovespa foram de Vale e Bradesco, que subiram 1,85% e 0,30%, respectivamente, e ficaram entre as mais negociadas da sessão.

Na ponta negativa, as ações da Petrobras caíram 0,66% e pressionaram o índice, acompanhando o declínio do petróleo no exterior. A maior queda do dia foi da Braskem, que caiu 5,85% em meio ao risco iminente de colapso de uma mina da petroquímica em Maceió.

Mesmo assim, o Ibovespa conseguiu garantir mais uma sessão positiva, e a trajetória de alta tem espaço para continuar, segundo Andre Fernandes, chefe de renda variável e sócio da A7 Capital
"O Ibovespa ainda tem muito espaço para andar. O investidor estrangeiro está com apetite em relação aos ativos brasileiros, e fundos locais que ainda não estão expostos a Bolsa brasileira precisam correr atrás para alocar. A pessoa física também está voltando aos poucos para a Bolsa", diz Fernandes.

Números do mercado financeiro

DÓLAR
compra/venda
Câmbio livre BC - R$ 4,9185 / R$ 4,9191 **
Câmbio livre mercado - R$ 4,8780 / R$ 4,8800 *
Turismo - R$ 4,9800 / R$ 5,0900

(*) cotação média do mercado
(**) cotação do Banco Central

Variação do câmbio livre mercado
no dia: -0,71%

OURO BM&F
R$ 291,00

BOLSAS
B3 (Ibovespa)
Variação: 0,67%
Pontos: 128.184
Volume financeiro: R$ 26,791 bilhões
Maiores altas: Cielo ON (7,96%), Magazine Luiza ON (7,43%), Soma ON (7,37%)
Maiores baixas: Klabin UNT (-6,25%), Braskem PNA (-5,85%), Suzano ON (-3,76%)

S&P 500 (Nova York): 0,59%
Dow Jones (Nova York): 0,82%
Nasdaq (Nova York): 0,55%
CAC 40 (Paris): 0,48%
Dax 30 (Frankfurt): 1,12%
Financial 100 (Londres): 1,01%
Nikkei 225 (Tóquio): -0,17%
Hang Seng (Hong Kong): -1,25%
Shanghai Composite (Xangai): 0,07%
CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,38%
Merval (Buenos Aires): 6,98%
IPC (México): -0,27%

ÍNDICES DE INFLAÇÃO
IPCA/IBGE
Outubro 2022: 0,59%
Novembro 2022: 0,41%
Dezembro 2022: 0,62%
Janeiro 2023: 0,53%
Fevereiro 2023: 0,84%
Março 2023: 0,71%
Abril 2023: 0,61%
Maio 2023: 0,23%
Junho 2023: -0,08%
Julho 2023: 0,12%
Agosto 2023: 0,23%
Setembro 2023: 0,26%
Outubro 2023: 0,24%

INPC/IBGE
Outubro 2022: 0,47%
Novembro 2022: 0,38%
Dezembro 2022: 0,69%
Janeiro 2023: 0,46%
Fevereiro 2023: 0,77%
Março 2023: 0,64%
Abril 2023: 0,53%
Maio 2023: 0,36%
Junho 2023: -0,10%
Julho 2023: -0,09%
Agosto 2023: 0,20%
Setembro 2023: 0,11%
Outubro 2023: 0,12%

IPC/Fipe
Outubro 2022: 0,45%
Novembro 2022: 0,47%
Dezembro 2022: 0,54%
Janeiro 2023: 0,63%
Fevereiro 2023: 0,43%
Março 2023: 0,39%
Abril 2023: 0,43%
Maio 2023: 0,20
Junho 2023: -0,03%
Julho 2023: -0,14%
Agosto 2023: -0,20%
Setembro 2023: 0,29%
Outubro 2023: 0,30%

IGP-M/FGV
Novembro 2022: -0,56%
Dezembro 2022: 0,45%
Janeiro 2023: 0,21%
Fevereiro 2023: -0,06%
Março 2023: 0,05%
Abril 2023: -0,95%
Maio 2023: -1,84%
Junho 2023: -1,93%
Julho 2023: -0,72%
Agosto 2023: -0,14%
Setembro 2023: 0,37%
Outubro 2023: 0,50%
Novembro 2023: 0,59%

IGP-DI/FGV
Outubro 2022: -0,62%
Novembro 2022: -0,18%
Dezembro 2022: 0,31%
Janeiro 2023: 0,06%
Fevereiro 2023: 0,04%
Março 2023: -0,34%
Abril 2023: -1,01%
Maio 2023: -2,33%
Junho 2023: -1,45%
Julho 2023: -0,40%
Agosto 2023: 0,05%
Setembro 2023: 0,45%
Outubro 2023: 0,51%

SALÁRIO MÍNIMO
Maio 2023: R$ 1.320

Cotação das moedas

Coroa (Suécia) - 0,4711
Dólar (EUA) - 4,9191
Franco (Suíça) - 5,6412
Iene (Japão) - 0,03333
Libra (Inglaterra) - 6,2163
Peso (Argentina) - 0,01363
Peso (Chile) - 0,005731
Peso (México) - 0,2847
Peso (Uruguai) - 0,1257
Yuan (China) - 0,6891
Rublo (Rússia) - 0,05461
Euro (Unidade Monetária Europeia) - 5,3323

Comentários para "Bolsa supera os 128 mil pontos e dólar cai a R$ 4,88 após discurso de Powell":

Deixe aqui seu comentário

Preencha os campos abaixo:
obrigatório
obrigatório